Um vídeo promocional de Will Smith publicado no YouTube em 12 de agosto levantou questionamentos sobre o uso de inteligência artificial (IA) para compor imagens de plateia. Nos comentários, espectadores apontaram sinais de geração artificial, como rostos desfocados, membros duplicados e dedos extras. A filmagem mostra o ator e rapper em palco enquanto quadros rápidos exibem diversas multidões que, em parte, parecem reais e, em parte, apresentam indícios de síntese digital.
Reações imediatas do público
Logo após a publicação, usuários da plataforma passaram a pausar o vídeo para observar detalhes dos rostos e gestos do público. Um dos comentários mais populares afirma: “Gosto de pausar e olhar a plateia de perto; há muitos dedos a mais nessas mãos”. Outro espectador ironizou que a montagem “engana quem esqueceu os óculos” e poderia parecer autêntica à primeira vista.
A assessoria de Smith, representada pela Creative Artists Agency (CAA), foi procurada por veículos internacionais, mas não respondeu até o momento. O vídeo não informa local nem data da apresentação e, segundo a descrição, integra a turnê europeia atualmente em andamento.
Especialista avalia tendência no entretenimento
Para Manick Bhan, especialista em modelos de IA da Search Atlas, o caso ilustra uma adoção crescente de ferramentas de geração automática de conteúdo por celebridades e influenciadores. Ele explica que a tecnologia oferece ganho de escala e redução de custos: “É possível filmar um show e transformá-lo em dez apresentações diferentes, cada uma com plateias únicas, sem sair do estúdio”.
Bhan observa que a prática ainda causa estranhamento quando imperfeições denunciam o uso da IA, mas avalia que a resistência tende a diminuir. “Dentro de um ano, a qualidade deve avançar a ponto de o público não perceber a diferença, mesmo analisando quadro a quadro”, afirma.
Motivações por trás do recurso
Profissionais do setor apontam motivos comerciais para a adoção da tecnologia. Além de economizar em deslocamentos e equipes de filmagem, a criação de cenários digitais permite lançar material promocional com rapidez para diferentes mercados. Will Smith lançou, neste ano, o álbum “Based on a True Story”, que recebeu avaliações mistas da crítica, e vem utilizando redes sociais para divulgar as novas faixas e shows.
A ausência de transparência, contudo, gera críticas de parte da audiência, que cobra a identificação clara de conteúdo sintético. Mesmo assim, analistas acreditam que a normalização virá à medida que nomes de peso do entretenimento adotarem processos semelhantes.

Imagem: Internet
Plateias virtuais ganham espaço
Embora o vídeo de Smith tenha chamado atenção, especialistas afirmam que plateias virtuais já são usadas para complementar comerciais, videoclipes e transmissões de eventos. Softwares de geração de imagem tornaram-se acessíveis e capazes de criar milhares de combinações de rostos e expressões. O desafio para produtores está em evitar artefatos visuais, como membros desproporcionais, que denunciam o artifício.
Bhan destaca que, em contextos onde a licença criativa é maior, o público pode aceitar efeitos fantásticos. No caso de registros que se pretendem realistas, porém, a exigência de verossimilhança é maior. “Quando o objetivo é mostrar ‘fãs reais’, qualquer falha vira motivo de discussão e pode prejudicar a credibilidade do artista”, conclui.
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O debate em torno do vídeo de Will Smith ilustra o dilema atual entre criatividade digital e autenticidade. Com ferramentas cada vez mais sofisticadas, a linha que separa realidade e simulação segue se tornando mais tênue. Fique atento às próximas publicações e compartilhe sua opinião nos comentários.
Curiosidade
Produzir multidões artificiais não é novidade: antes da IA generativa, filmes utilizavam softwares de simulação para criar torcidas digitais em estádios. A diferença é que, agora, qualquer criador pode gerar resultados parecidos em minutos. Conforme os algoritmos evoluem, até detalhes como iluminação e movimento são ajustados automaticamente, aumentando a dificuldade de identificar a origem das imagens. Entretanto, sinais sutis — mãos com dedos extras ou rostos repetidos — ainda podem revelar a presença da inteligência artificial.
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