“Vingadores: Ultimato” chegou aos cinemas em abril de 2019 como o clímax de uma década de produções do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Antes da estreia, porém, o estúdio enfrentou um obstáculo incomum: promover o longa sem a presença de vários personagens populares, eliminados na trama anterior, “Guerra Infinita”. Documentos internos e relatos de bastidores indicam que estratégias específicas foram adotadas para contornar essa limitação e, ao mesmo tempo, manter segredo sobre um ponto sensível do roteiro.
Marketing sem metade dos heróis
Após o estalo de Thanos em “Guerra Infinita”, nomes como Homem-Aranha e Pantera Negra deixaram de existir dentro da narrativa. Esses heróis, caros ao público, costumam figurar com destaque em pôsteres, trailers e demais peças promocionais. A ausência repentina representou risco comercial para a campanha de “Ultimato”.
Segundo fontes ligadas à produção, executivos chegaram a cogitar inserir imagens de personagens desaparecidos nos materiais de divulgação. A ideia era despertar curiosidade sobre um eventual retorno e, assim, impulsionar o engajamento. Kevin Feige, presidente do Marvel Studios, vetou a proposta. O argumento era de que qualquer insinuação de ressurreição comprometeria o impacto dramático do enredo.
Com a decisão, o material promocional concentrou-se nos Vingadores que permaneceram vivos: Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Viúva-Negra, Hulk, Gavião Arqueiro, Rocket e Nebula. A equipe de marketing também recorreu a recursos visuais para preservar surpresas. Personagens foram removidos digitalmente ou tiveram trajes alterados em cenas dos trailers a fim de ocultar os uniformes especiais usados na viagem pelo tempo.
O segredo das Partículas Pym
A viagem temporal, elemento central da trama, baseia-se no uso das Partículas Pym, substância criada pelo cientista Hank Pym. No longa, os heróis dispõem apenas de doses suficientes para duas travessias: ida ao passado e retorno ao presente. Esse limite justifica a urgência das missões e sustenta boa parte da tensão.
No entanto, o próprio filme sugere que a limitação poderia ser contornada. Os protagonistas possuíam tecnologia para deslocar-se até um ponto anterior no tempo em que fosse possível obter mais Partículas Pym, multiplicando a quantidade disponível. A possibilidade levanta questionamentos sobre um potencial furo de roteiro: por que não repetir a viagem até garantir combustível ilimitado?
Especialistas em narrativa apontam que a escolha de restringir o recurso serve ao ritmo dramático e evita complicações excessivas. Ao fixar um número reduzido de saltos temporais, o roteiro mantém a história coesa, aumenta o risco estratégico e reforça o suspense. Ainda assim, a existência dessa solução fácil permanece como um ruído entre parte dos espectadores.
Proteção ao suspense e ao faturamento
O cuidado com spoilers não se limitou ao enredo. A decisão de ocultar detalhes nos trailers buscava preservar a experiência do público, mas também funcionava como tática de marketing. Ao liberar apenas imagens selecionadas, o estúdio controlou a narrativa pré-lançamento e ampliou a expectativa em torno do desfecho.
O resultado financeiro demonstra eficácia. “Vingadores: Ultimato” encerrou a carreira nos cinemas com US$ 2,79 bilhões em bilheteria mundial, ocupando o primeiro lugar entre as maiores arrecadações da história até a reexibição de “Avatar” em 2021. A campanha, centrada nos heróis remanescentes e na promessa de conclusão épica, contribuiu para atrair público em massa, mesmo sem personagens considerados fundamentais para a franquia.
Embora a limitação das Partículas Pym continue a ser debatida por fãs, o estúdio alcançou o objetivo de entregar um evento cinematográfico sem comprometer o suspense. Para a Marvel, o equilíbrio entre sigilo narrativo e expectativas comerciais mostrou-se decisivo no sucesso do longa.
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Resumo e CTA: “Vingadores: Ultimato” lidou com a ausência de heróis na divulgação e manteve em sigilo uma possível falha de roteiro, alcançando recorde de bilheteria. Continue acompanhando nossas coberturas para não perder as próximas novidades do cinema e da cultura pop.