Versão em IA de O Mágico de Oz estreia em Las Vegas com rostos trocados e 27 minutos a menos

Entretenimento

A Sphere, arena de entretenimento localizada em Las Vegas, apresentou em 28 de agosto de 2025 uma versão reconstruída por inteligência artificial do clássico “O Mágico de Oz”, produzido originalmente em 1939. O novo corte, reduzido de 102 para 75 minutos, utiliza recursos generativos para atualizar imagens, inserir efeitos imersivos e substituir rostos de figurantes, fato que gerou críticas imediatas de espectadores e especialistas.

Principais mudanças promovidas pela inteligência artificial

Durante a sessão inaugural, o presidente da Sphere Entertainment Co., James Dolan, informou ao público que solicitou aos técnicos responsáveis a inserção de seu próprio rosto e do CEO da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, em duas aparições rápidas dos Munchkins. Segundo Dolan, os executivos aparecem na tela por aproximadamente dois segundos.

O supervisor de efeitos visuais, Ben Grossman, esclareceu que os rostos originais pertenciam a figurantes não creditados e pouco nítidos, argumento que, segundo ele, reduziria impactos na integridade do material histórico. Ainda assim, a substituição foi classificada por parte da plateia como uma intervenção desnecessária em uma obra reconhecida mundialmente.

Além das alterações faciais, a nova versão encurta sequências tradicionais e acrescenta elementos de exibição em 360 graus. Um dos destaques técnicos envolve drones que simulam os macacos voadores sobre o público, recurso que integra o espetáculo ao espaço interno esférico.

Recepção inicial dividida

O crítico de cinema Peter Debruge, da revista Variety, relatou impressões mistas após assistir à apresentação. Ele destacou a sensação de imersão alcançada em cenas como o tornado que transporta Dorothy para a Terra de Oz, elogiando a combinação de som ambiente e projeção panorâmica.

Por outro lado, Debruge apontou problemas na aplicação de IA sobre a protagonista Judy Garland. Conforme o crítico, o processo digital substituiu a granulação original do filme por uma superfície “sem poros”, alterando expressões e nuances de maquiagem entre tomadas. Olhos mais brilhantes e cílios gerados por computador teriam alterado a aparência de Dorothy, enfraquecendo a naturalidade presente na película de 1939.

As modificações motivaram comentários de outros espectadores presentes, que classificaram determinadas cenas como “desconectadas” da estética clássica. Já parte do público demonstrou interesse nos recursos visuais inéditos, avaliando positivamente a experiência de realidade estendida proporcionada pela arena.

Contexto da iniciativa e possíveis desdobramentos

A exibição faz parte da estratégia da Sphere Entertainment Co. de combinar cinema, show de luzes e projeções de alta definição para oferecer eventos exclusivos no complexo inaugurado em 2023. A adoção de inteligência artificial visa, segundo a organização, modernizar títulos consagrados e atrair novas audiências.

Versão em IA de O Mágico de Oz estreia em Las Vegas com rostos trocados e 27 minutos a menos - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Entretanto, a intervenção em patrimônios culturais reacende o debate sobre limites éticos do uso de IA em obras artísticas. Especialistas em preservação cinematográfica defendem que alterações significativas sejam registradas de forma transparente e não substituam as versões originais, que devem permanecer disponíveis ao público.

Até o momento, não há confirmação de lançamento comercial dessa edição de 75 minutos fora da Sphere. A empresa avalia exibições pontuais e a possibilidade de aplicar o mesmo processo em outros filmes do catálogo da Warner Bros., dependendo da resposta do público e de licenças legais.

Para acompanhar mais notícias sobre inovações no setor de entretenimento, visite a seção dedicada em Remanso Notícias – Entretenimento.

Em síntese, a estreia do “Mágico de Oz” reeditado por IA ampliou a discussão sobre preservação de clássicos, ao mesmo tempo em que apresentou novas possibilidades de exibição imersiva. Caso tenha interesse em tecnologia aplicada ao cinema, continue acompanhando nossas atualizações e participe nos comentários.

Curiosidade

O corte original de “O Mágico de Oz” contém cenas que foram removidas antes mesmo do lançamento de 1939, incluindo o número musical “The Jitterbug”. Apesar das várias versões restauradas ao longo das décadas, esta é a primeira vez que rostos de executivos são inseridos no elenco por meio de IA. A arena Sphere possui 160 mil alto-falantes integrados à estrutura e, segundo os responsáveis, consegue projetar imagens em resolução de 16K. Esse aparato técnico foi determinante para a escolha do filme na estreia do novo formato.

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