A empresa norte-americana Vast concluiu a fase estrutural da estação espacial privada Haven-1 e mantém o cronograma de lançamento para o segundo trimestre de 2026. A novidade marca um passo importante na corrida por plataformas comerciais em órbita baixa da Terra (LEO), cenário que ganhará relevância à medida que a Estação Espacial Internacional (ISS) se aproxima da desativação, prevista para 2030.
Estrutura soldada e janela panorâmica a caminho
Nos últimos dias, técnicos da startup sediada na Califórnia realizaram a soldagem final do corpo principal de Haven-1, seguida pela aplicação da pintura externa. As próximas etapas incluem a instalação da escotilha de acesso e de uma janela em formato de domo, que oferecerá visão ampliada do planeta aos futuros tripulantes. Após essas integrações, o módulo passará por testes de pressão e de cargas em Mojave, também na Califórnia.
Com massa estimada em 14 t (cerca de 31 000 lb), Haven-1 será o maior objeto já lançado por um foguete Falcon 9, da SpaceX. O contrato para o voo inaugural já está firmado e o veículo de lançamento reservado. Caso o cronograma seja mantido, a decolagem poderá ocorrer entre abril e junho de 2026.
Capacidade de missão e foco no conforto da tripulação
Projetada para operar por até três anos, a estação terá autonomia para hospedar quatro missões tripuladas de curta duração, totalizando 160 dias de presença humana em órbita. Cada incursão poderá levar quatro astronautas por dez dias consecutivos, embora combinações diferentes de janela de voo permaneçam em estudo.
Diferentemente do ambiente estritamente funcional da ISS, a Haven-1 aposta em um design centrado no usuário. Segundo a empresa, tons terrosos e iluminação controlada deverão reduzir o estresse provocado pela microgravidade. Um ex-desenvolvedor da indústria alimentícia foi contratado para reformular o cardápio, enquanto um sistema inflável de sono permitirá ajustar a pressão em torno do corpo, simulando a sensação de peso durante o repouso — alternativa ao tradicional saco de dormir preso à parede.
Expansão rápida e produção interna
Fundada em 2021, a Vast multiplicou-se para cerca de 800 funcionários em menos de três anos. De acordo com porta-vozes, quase todo o hardware da estação é produzido internamente; apenas as matrizes fotovoltaicas e os propulsores foram encomendados a fornecedores especializados. Essa integração vertical lembra a estratégia adotada pela SpaceX, cuja cultura orientada a prazos acelerados influenciou a equipe da Vast — vários profissionais migraram de uma empresa para a outra.
Haven-2: módulo maior e arquitetura modular
A Haven-1 é considerada um “laboratório em escala” para propostas mais ambiciosas. O próximo passo atende pelo nome de Haven-2, conjunto de módulos que deve ampliar o volume interno, oferecer um segundo porto de acoplamento e dispor de painéis solares fixos. Uma peça central de oito metros de diâmetro, projetada para ser lançada pelo Starship, integra o conceito e poderá servir de ponto de ancoragem para futuras extensões ou para sistemas de gravidade artificial.
Enquanto a primeira estação é financiada integralmente pela empresa, o desenvolvimento da Haven-2 dependerá, em parte, do programa Commercial LEO Destinations (CLD), conduzido pela NASA. O objetivo da agência é garantir infraestrutura comercial antes da aposentadoria da ISS, e a Vast pretende adaptar a arquitetura do projeto conforme as diretrizes oficiais.

Imagem: Andrew Jes published
Impacto no mercado de voos privados
Segundo especialistas em política espacial, o avanço da Haven-1 indica que estações operadas por empresas podem se tornar realidade antes do fim da década. Relatórios da indústria sugerem que, se bem-sucedida, a plataforma poderá ampliar a demanda por turismo orbital, pesquisa farmacêutica e testes de manufatura em microgravidade. A existência de múltiplos destinos em LEO também contribuirá para diversificar fornecedores de acesso ao espaço, reduzindo custos a médio prazo.
Para o público em geral, a iniciativa significa a possibilidade de ver missões mais frequentes e com perfis variados, já que companhias de biotecnologia, universidades e agências governamentais menores terão alternativas de laboratório fora da Terra. Caso o cronograma se confirme, a Haven-1 poderá servir de prova de conceito e impulsionar investimentos adicionais em tecnologia de vida longa no espaço.
Curiosidade
Durante a última conferência internacional do setor, visitantes puderam testar o protótipo do sistema inflável de sono da Vast. O equipamento se expande ao redor do corpo e cria leve pressão, gerando sensação de “abraço” que simula peso. Estudos indicam que essa técnica melhora a qualidade do descanso em microgravidade, aspecto considerado fundamental para missões mais longas e futuras viagens interplanetárias.
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Resumo: a Vast concluiu a estrutura da Haven-1 e mantém o lançamento para 2026, sinalizando uma nova fase para estações privadas em órbita terrena. Continue conosco para acompanhar os próximos passos dessa missão e saber como ela pode impactar o futuro da pesquisa e do turismo espacial.
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