Vanessa Kirby, conhecida do grande público por papéis em “The Crown” e “Missão: Impossível”, integrou o elenco principal de uma produção britânica de terror criminal que passou quase despercebida: “The Frankenstein Chronicles”. Exibida entre 2015 e 2017, a série combinou investigação policial, suspense gótico e fatos históricos em duas temporadas de seis episódios cada.
Enredo mistura crime e debate científico do século XIX
Ambientada na Londres de 1832, a trama gira em torno do inspetor John Marlott, interpretado por Sean Bean. O policial é encarregado de esclarecer um crime macabro: o cadáver de uma criança composto por partes de vários corpos é encontrado às margens do Tâmisa. A descoberta coincide com a discussão no Parlamento britânico sobre o Anatomy Act, lei que visava regular o uso de cadáveres pela medicina e coibir o roubo de túmulos.
Segundo especialistas em história da medicina, o debate sobre o Anatomy Act mobilizou a sociedade da época, dividindo opiniões entre avanço científico e temor religioso. A série explora essa controvérsia ao relacionar possíveis interesses médicos ao crime que Marlott investiga.
Nesse contexto, Vanessa Kirby vive Lady Jemima Hervey, aristocrata que defende publicamente o direito dos mais pobres a um sepultamento digno. Sua personagem exerce influência política sobre o irmão, Lord Daniel Hervey, opositor declarado da nova lei e um dos suspeitos do caso. Embora no início Jemima tente apenas persuadir o inspetor, a personagem ganha relevo ao se envolver diretamente na investigação.
Referências literárias ampliam o universo da adaptação
Embora o título mencione “Frankenstein”, a série não reconta a obra clássica de Mary Shelley. Relatórios de produção indicam que a proposta dos criadores Benjamin Ross e Barry Langford era integrar elementos da literatura vitoriana a um enredo policial original. Mary Shelley aparece como personagem recorrente, auxiliando Marlott com pistas retiradas de seu romance publicado em 1818. O roteiro também insere figuras históricas como William Blake e um jovem Charles Dickens, reforçando a ambientação cultural do período.
Para críticos de TV britânica, a decisão de cruzar ficção e figuras reais conferiu profundidade ao projeto, diferenciando-o de adaptações tradicionais do mito de Frankenstein. Ao mesmo tempo, o recurso atraiu fãs de literatura gótica ao oferecer interpretações de personagens célebres em situações inéditas.
Produção curta, mas elogiada por atmosfera e atuações
“The Frankenstein Chronicles” teve apenas duas temporadas, totalizando 12 episódios, e encerrou-se em 2017 sem anúncio de continuidade. Entre os pontos destacados pela imprensa especializada estão a ambientação sombria e o desempenho de Sean Bean, descrito como um investigador atormentado por tragédias pessoais. Vanessa Kirby, por sua vez, recebeu menções positivas por conferir camadas de ambiguidade a Lady Jemima, combinando elegância aristocrática e comprometimento com causas sociais.
Dados de audiência divulgados na época mostram números modestos no canal britânico ITV, mas a série ganhou vida nova após chegar ao catálogo global do Prime Video. Atualmente, as duas temporadas estão disponíveis para assinantes da plataforma, enquanto a primeira pode ser assistida de forma gratuita, com publicidade, no Roku Channel.

Imagem: Internet
Impacto para o público e relevância no streaming
Para quem acompanha adaptações literárias ou narrativas de suspense histórico, a série representa oportunidade de explorar um título curto e autoconclusivo, sem o compromisso de longas temporadas. Além disso, o trabalho de Vanessa Kirby antes de projeção internacional ajuda a compreender a evolução de sua carreira, algo valioso para fãs e para o próprio mercado de entretenimento, sempre atento a talentos capazes de transitar entre cinema de ação e drama de época.
Do ponto de vista das plataformas, a redescoberta de produções menores reforça a estratégia de catalogar conteúdo de nicho para reter assinantes. Segundo relatórios da indústria, séries curtas de qualidade conseguem gerar picos de visualização quando há novo interesse em atores populares, como ocorre com Kirby após a confirmação no próximo filme do “Quarteto Fantástico”.
Curiosidade
Nos bastidores, Sean Bean pediu que seu personagem não fosse morto — situação comum em sua filmografia —, desejo atendido pelos criadores. Assim, “The Frankenstein Chronicles” se tornou uma das raras produções em que o ator protagoniza a história do início ao fim sem perder a vida em cena, subvertendo a expectativa do público.
Quem se interessa por séries que unam história, suspense e referências literárias encontra em “The Frankenstein Chronicles” uma experiência compacta e envolvente. Para continuar explorando conteúdos sobre cinema, TV e cultura pop, visite a seção de entretenimento em Remanso Notícias e acompanhe as próximas atualizações.
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