Quentin Tarantino confirmou que The Movie Critic, projeto cogitado para encerrar sua carreira no cinema, foi definitivamente engavetado. O diretor falou sobre o assunto durante sua participação no podcast The Church of Tarantino, explicando as razões que o levaram a deixar o roteiro de lado e a buscar uma nova ideia para seu décimo e último longa-metragem.
Desafio criativo não sustentou o interesse
Tarantino relatou que The Movie Critic surgiu originalmente como uma minissérie de oito episódios. Depois, transformou o conceito em um roteiro de longa, motivado por um desafio pessoal: produzir uma história envolvente sobre o que ele descreveu como “a profissão mais entediante do mundo”. Segundo o cineasta, o exercício o estimulou no papel, mas não gerou entusiasmo suficiente para avançar às fases seguintes da produção.
“Eu gostei do texto”, afirmou, destacando que conseguiu tornar o enredo cativante. Contudo, durante a pré-produção, percebeu que a proposta não parecia atraente para o público em geral nem para ele próprio. O título também colaborou na decisão. Ao ouvir comentários de que jamais tinha escolhido um nome tão pouco chamativo, o diretor concluiu que o interesse do espectador poderia ser limitado.
A perda de empolgação ocorreu, sobretudo, quando Tarantino avaliou o processo de filmagem e a inevitável turnê de imprensa. Ele comentou que, sem a mesma “energia inicial”, o esforço de coordenar elenco, equipe técnica e campanhas promocionais se tornaria excessivo.
Projeto sobre Cliff Booth repetiu os mesmos obstáculos
Antes de descartar The Movie Critic, Tarantino tentou desenvolver outro filme ambientado no universo de Era Uma Vez em… Hollywood. O novo roteiro acompanhava Cliff Booth, personagem vivido por Brad Pitt, em uma aventura distinta. A ideia agradava ao realizador e ao ator, mas esbarrou em dificuldade semelhante: a falta de riscos criativos.
Durante a pré-produção, ele avaliou que o material estava “no caminho certo” e não apresentava imprevistos capazes de desafiá-lo como artista. Sem essa sensação de descoberta, Tarantino voltou a abandonar o plano. Para o diretor, o décimo filme precisa levá-lo a “território desconhecido”, onde não exista garantia de sucesso antecipado.
As duas tentativas, segundo ele, ocorreram em contextos temporais parecidos — uma década após os eventos de Era Uma Vez em… Hollywood. A proximidade cronológica também diminuiu o impulso por novidade. O cineasta acredita que seu filme final deve explorar ambiente, época e temas inéditos, rompendo com as narrativas anteriores.

Imagem: cultura pop
Busca por estímulo criativo continua
A declaração no podcast confirma que Tarantino pretende manter o plano de se aposentar após realizar dez longas. Entretanto, o roteiro que encerrará sua trajetória ainda não existe. O diretor afirma que precisa de uma ideia “capaz de reacender a paixão” e gerar dúvidas sobre a forma de execução, elementos que ele considera essenciais para atravessar todas as etapas de produção.
Ele reforçou que não aceitará compromissos em que se sinta confortável demais, pois considera a zona de segurança um obstáculo à inovação. Enquanto procura um conceito que o satisfaça, Tarantino segue envolvido em outros projetos, como curadorias de exibições especiais e participações em eventos de cinema.
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Em resumo, o cineasta descartou The Movie Critic e um derivado sobre Cliff Booth por não encontrar neles o desafio criativo que deseja. O público agora aguarda qual será o enredo capaz de motivar Tarantino a dirigir seu aguardado décimo filme. Fique atento às próximas atualizações e compartilhe este conteúdo com quem acompanha a carreira do diretor.
Curiosidade
Embora rejeite a repetição, Tarantino costuma inserir ligações sutis entre seus filmes, como marcas fictícias de cigarros ou nomes de personagens que remetem a parentes distantes. Caso o próximo longa seja totalmente inédito, fãs especulam se esses “easter eggs” permanecerão ou se o diretor romperá até mesmo com suas próprias tradições narrativas.