Stephen King critica filmes de super-herói por romantizar violência sem sangue

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O escritor Stephen King, reconhecido por sua extensa obra no gênero de terror, manifestou preocupação com a forma como os filmes de super-herói retratam a violência. Em entrevista recente ao jornal britânico The Times, o autor afirma que a destruição em massa apresentada nessas produções raramente exibe consequências físicas, o que, segundo ele, cria uma visão “pornográfica” da agressão.

Comparação de mortes no cinema expõe dualidade

Para ilustrar o argumento, King mencionou dados que frequentemente circulam entre fãs de cultura pop. James Bond, protagonista da franquia de espionagem iniciada em 1962, teria sido responsável por aproximadamente 597 mortes ao longo de 24 filmes, média de 24,8 por produção. Já Jason Voorhees, vilão clássico da série Sexta-Feira 13, soma cerca de 195 vítimas em 12 longas, ou 16,2 por filme. Apesar do número menor, Jason é amplamente visto como símbolo do terror, enquanto Bond permanece associado a heroísmo e sofisticação.

“Em tramas de ação, o público aceita que o herói mate porque os alvos são retratados como vilões indesculpáveis”, observou King. “Nos longas de super-herói acontece algo similar: cidades inteiras são destruídas, mas quase ninguém sangra. Se não há dor visível, o ato violento torna-se entretenimento familiar.”

Violência estilizada versus impacto real

Segundo especialistas em estudos de mídia, a ausência de sangue ou ferimentos graves em produções de grande orçamento visa garantir classificação indicativa mais ampla, fator que amplia a bilheteria global. Em discurso alinhado a essa análise, King sustenta que esse recurso estilístico distorce a percepção do público sobre as consequências da força letal. “Se o objetivo é mostrar violência, então mostre sem filtros. Caso contrário, não faça”, enfatizou.

O escritor citou sua própria obra The Long Walk como exemplo de abordagem contrária. O romance, publicado originalmente sob o pseudônimo Richard Bachman, acompanha um grupo de adolescentes forçados a caminhar até a exaustão, sob ameaça de execução sumária. A adaptação cinematográfica, que segue em desenvolvimento, promete manter a brutalidade do texto original. “É uma história que não evita a dor dos personagens. A intenção é justamente expor o horror que existe ali”, disse King.

Relatórios da Motion Picture Association indicam que cenas explícitas tendem a elevar a classificação etária, o que pode reduzir o alcance de mercado. Por outro lado, analistas de roteiro consultados por portais norte-americanos destacam que obras com representação gráfica de violência costumam atrair nichos específicos e gerar discussões sobre ética no entretenimento, algo que também impulsiona a divulgação orgânica.

Histórico de críticas a representações suavizadas

O debate iniciado por Stephen King soma-se a outras vozes que questionam a normalização de combates coreografados sem repercussão física. Em 2013, após o lançamento de O Homem de Aço, parte da crítica apontou a ausência de menções a vítimas civis durante a batalha final em Metrópolis. A discussão motivou estúdios a incluir, em filmes posteriores, cenas que destacam operações de evacuação ou mensagens de preocupação humanitária, ainda que o dano material continue gigantesco.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia recordam que o fenômeno não é novo. Nos anos 1980, franquias como Rambo e Comando para Matar já exibiam protagonistas que eliminavam dezenas de inimigos sem ferimentos visíveis. A diferença, dizem os estudiosos, é a escala: o cinema de super-herói coloca poderes sobre-humanos e destruição em nível global, o que potencializa a disparidade entre ação e consequência.

Possíveis efeitos da crítica de King

Embora não exista indicação de que os principais estúdios alterem imediatamente suas diretrizes, produtores independentes podem aproveitar a discussão para desenvolver títulos que apresentem a violência de forma mais realista. Segundo consultores de mercado, existe público para narrativas que combinem elementos de aventura com representação autêntica de perigo.

Stephen King critica filmes de super-herói por romantizar violência sem sangue - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Para os espectadores, a reflexão proposta por King reforça a importância de consumir obras de forma crítica, avaliando não apenas os efeitos visuais, mas também a mensagem transmitida sobre moralidade e responsabilidade. Caso o movimento ganhe força, classificações indicativas poderão tornar-se mais rigorosas, afetando desde o conteúdo exibido em salas de cinema até a oferta de títulos em plataformas de streaming.

Se chegar às grandes franquias, a mudança pode alterar o equilíbrio entre bilheteria e narrativa, obrigando roteiristas a justificar melhor cada ato de violência. Para o público brasileiro, isso pode significar produções com tom mais adulto, exigindo igualmente atenção dos pais quanto ao material acessado por crianças e adolescentes.

Curiosidade

Você sabia que, nos quadrinhos, a primeira grande discussão sobre violência ocorreu em 1954 com a criação do Comics Code Authority? O selo obrigava editoras a reduzir cenas de sangue e restringir temas considerados perturbadores. Decisões como essa influenciaram diretamente as adaptações para o cinema, moldando o padrão de “violência limpa” que Stephen King critica hoje.

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Este artigo resumiu as críticas de Stephen King sobre a representação de violência nos filmes de super-herói e os possíveis desdobramentos para o mercado. Acompanhe o site para não perder as próximas novidades e análises.

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