Starship cumpre principais metas em 10º voo de teste e mantém plano lunar vivo

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O 10º voo de teste da nave Starship, da SpaceX, terminou com a espaçonave pousando no Oceano Índico após realizar, pela primeira vez, a liberação de satélites simulados em órbita. O resultado atende às metas estabelecidas pela empresa depois de uma sequência de lançamentos mal-sucedidos ao longo de 2025 e devolve fôlego ao cronograma que prevê a participação do veículo na missão lunar Artemis III.

Teste demonstra progresso após série de falhas

Lançada do Starbase, no Texas, a Starship alcançou o espaço, liberou oito satélites-dummy de dimensões equivalentes às versões avançadas do Starlink e, cerca de uma hora depois, realizou a descida controlada a oeste da Austrália. A operação incluiu o religamento de um motor no espaço, passo relevante para futuras manobras em órbita lunar.

A fase de ascensão contou com o propulsor Super Heavy, que também teve destino de splashdown, dessa vez no Golfo do México. Apesar de perder um motor e registrar danos na saia inferior, o estágio completou sua função principal. A escolha por pousos na água, em vez da recuperação na torre de lançamento, reduz custos de teste, mas não é viável em operações comerciais, cujo modelo de negócios depende da reutilização rápida de ambos os componentes.

Segundo a comentarista de voos da SpaceX, Amanda Lee, o ensaio foi “incrível” e representa um “marco importante” para as equipes de engenharia. Imagens captadas por uma boia sugerem que a Starship explodiu pouco depois de tocar a superfície do mar, evidenciando que o casco ainda não suporta impactos hidráulicos. Mesmo assim, o pouso dentro da zona prevista confirma avanços no controle de trajetória.

Impacto no cronograma da missão Artemis III

A Starship é a peça escolhida pela NASA para atuar como Sistema de Pouso Humano (HLS) na Artemis III, missão que pretende levar astronautas ao polo sul lunar. O plano envolve o encontro da nave da SpaceX com a cápsula Orion, lançada pelo foguete SLS, em órbita da Lua. Duas pessoas descerão à superfície, retornarão à Starship e, finalmente, serão trazidas de volta à Orion para a viagem à Terra.

Inicialmente previsto para 2025, o pouso passou para 2027; porém, especialistas consideram 2028 um alvo mais realista. A agência norte-americana exige que o veículo prove capacidade de carregar carga seis vezes maior que os 18 toneladas transportados neste ensaio, realize descida e decolagem na Lua e garanta taxa de sucesso superior a 99,8% no retorno à atmosfera terrestre.

Os resultados obtidos agora afastam, por enquanto, a possibilidade de a NASA buscar alternativas ao sistema da SpaceX. Ainda restam, entretanto, desafios técnicos: incremento de massa útil, testes de reabastecimento em órbita terrestre, pousos precisos em solo lunar e recuperação completa do conjunto Starship-Super Heavy.

Falhas recentes exigiram ajustes na estratégia

Entre janeiro e junho de 2025, a companhia de Elon Musk enfrentou duas explosões logo após a decolagem, falhas durante a reentrada e um incidente de grande porte nos preparativos de lançamento. Além dos prejuízos materiais, fragmentos projetados sobre o Caribe provocaram questionamentos ambientais e pressões regulatórias.

Para mitigar riscos, a SpaceX reduziu a complexidade dos objetivos no voo atual, priorizando integração de carga fictícia, desempenho de motor em órbita e navegação até o ponto de impacto controlado. Apesar de as metas terem sido menos ambiciosas, o êxito reverte a sequência negativa e abre caminho para experimentos mais exigentes.

O progresso observado reforça o interesse de quem acompanha avanços em exploração espacial. Para ler outras novidades sobre tecnologia aeroespacial, visite a seção dedicada em nosso portal de Tecnologia.

Em síntese, o 10º teste validou manobras essenciais, provou a liberação de satélites-dummy e manteve o planejamento da Artemis III em curso, ainda que pontos críticos de reutilização e operação lunar permaneçam pendentes. Continue acompanhando as próximas etapas para saber se a Starship cumprirá as exigências finais da NASA.

Curiosidade

O polo sul da Lua, alvo da Artemis III, contém regiões permanentemente sombreadas onde cientistas acreditam existir gelo de água. Esse recurso pode servir como fonte de combustível para futuras missões, produzindo hidrogênio e oxigênio in situ. A área também proporciona iluminação quase constante em elevações próximas, o que facilita operações de longa duração. A escolha, portanto, combina interesse científico e estratégia de logística para presença humana sustentada no satélite natural.

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