O SoftBank encerrou sua participação acionária na Nvidia e levantou US$ 5,83 bilhões, de acordo com o relatório de resultados divulgado nesta terça-feira (11). A operação, realizada em outubro, envolveu a venda de 32,1 milhões de papéis da fabricante de chips e ocorre no contexto de uma reorganização ampla do conglomerado japonês, que busca reforçar caixa para novas apostas em inteligência artificial.
Venda pressiona ações da Nvidia, mas reforça estratégia de liquidez
Minutos após a divulgação do documento, os títulos da Nvidia recuaram cerca de 2% na Nasdaq, sendo negociados a US$ 195,43 por volta das 10h50 (horário de Brasília). O movimento contrasta com a alta de 5,7% registrada no dia anterior e reflete, segundo analistas de mercado, a saída de um investidor corporativo de peso. Ainda assim, a fabricante de semicondutores mantém valorização expressiva no ano, impulsionada pela demanda crescente por chips voltados a soluções de IA.
O SoftBank também comunicou a alienação de 40,2 milhões de ações da operadora T-Mobile como parte do mesmo pacote de desinvestimentos. A empresa vem revisando seu portfólio desde 2022, quando começou a se desfazer de participações consideradas maduras para liberar recursos. De acordo com executivos, a prioridade agora é investir em ativos com alto potencial de crescimento, especialmente no ecossistema de inteligência artificial generativa.
Aporte bilionário na OpenAI sinaliza nova frente de crescimento
Durante a apresentação de resultados, o diretor financeiro Yoshimitsu Goto afirmou que o capital obtido será direcionado principalmente a projetos de IA. O executivo mencionou um investimento “significativo” na OpenAI, estimado em mais de US$ 30 bilhões. Embora não tenha detalhado estrutura ou cronograma, ele ressaltou que a companhia está “determinada a acelerar” sua exposição a negócios que desenvolvem modelos avançados de linguagem e plataformas de IA generativa.
Segundo especialistas do setor financeiro, o interesse do SoftBank na OpenAI reflete a estratégia histórica do grupo de identificar tecnologias disruptivas em estágio de expansão. A holding, que no passado apostou cedo em empresas como Alibaba e Arm, vê na IA generativa um vetor de demanda para data centers, nuvem e novos serviços corporativos. Relatórios indicam que a corrida global por poder de processamento deve manter o mercado de semicondutores aquecido, mas a margem de retorno pode ser ainda maior em empresas focadas em software e algoritmos.
Reestruturação do portfólio busca reduzir riscos e diversificar receitas
A venda das ações da Nvidia acontece num momento em que o Vision Fund, principal braço de investimento do SoftBank, tenta equilibrar resultados após perdas expressivas em startups de tecnologia. Dados públicos mostram que o fundo registrou volatilidade acentuada nos últimos trimestres, pressionado por condições macroeconômicas adversas e valorização cambial. Ao realizar lucro sobre ativos consolidados, a companhia busca reforçar liquidez imediata e abrir margem para novas incursões em setores considerados estratégicos.
Consultorias de mercado apontam que a decisão de girar capital também reduz a exposição do grupo a movimentos bruscos no segmento de semicondutores. Embora a demanda por chips de IA esteja em expansão, as margens desse mercado são sensíveis a ciclos de oferta e a restrições geopolíticas. Diversificar para software e serviços de inteligência artificial pode, portanto, suavizar riscos e ampliar oportunidades de monetização.

Imagem: GETTY
Impacto para investidores e para a indústria de IA
Para acionistas, a movimentação sinaliza que o SoftBank pretende manter postura ativa na alocação de capital, priorizando projetos capazes de gerar escalabilidade rápida. Investidores que acompanham o conglomerado devem observar maior volatilidade no curto prazo, mas também perspectivas de valorização se as apostas em IA obtiverem sucesso. Já para a indústria, o aporte previsto na OpenAI reforça a tendência de consolidação de grandes players em torno de modelos de linguagem de larga escala, intensificando a competição por talentos e infraestrutura computacional.
No horizonte do usuário final, avanços em IA generativa podem acelerar a oferta de assistentes virtuais, automação de tarefas e soluções personalizadas. Caso o capital aplicado pela holding japonesa se converta em novos produtos e serviços, consumidores podem ver integração mais rápida de funcionalidades inteligentes em aplicativos, dispositivos e plataformas digitais.
Curiosidade
A venda de ações da Nvidia pelo SoftBank trouxe à tona um dado pouco conhecido: em 2017, o conglomerado já havia sido o maior acionista individual da própria fabricante de chips, posição que manteve por cerca de um ano antes de reduzir gradualmente sua fatia. Esse padrão de entrada agressiva, valorização e saída calculada caracteriza a filosofia de investimento do grupo desde sua fundação e ajuda a explicar movimentos atuais em direção à inteligência artificial.
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