A Rocket Lab concluiu em 14 de outubro mais uma missão da série Electron, colocando em órbita o sétimo satélite de radar por abertura sintética (SAR) da companhia japonesa Synspective. O lançamento ocorreu às 12h33 (horário da Costa Leste dos EUA) a partir do Launch Complex 1, na Nova Zelândia, e marcou a primeira operação da parceria em 2025, após um intervalo de dez meses.
Detalhes da missão e da nova geração StriX
Designado StriX, o satélite foi liberado cerca de 50 minutos após a decolagem, em uma órbita de 583 quilômetros de altitude e 42 graus de inclinação. Segundo a Synspective, este é o primeiro modelo de terceira geração desenvolvido pela empresa. A fabricante destaca avanços em desempenho de observação, confiabilidade dos sistemas e escalabilidade, embora não tenha divulgado números específicos.
A missão reforça a longa cooperação entre Synspective e Rocket Lab: todos os satélites operacionais da companhia japonesa foram transportados por foguetes Electron desde 2020. O histórico inclui sete lançamentos bem-sucedidos, o que, de acordo com especialistas do setor espacial, consolida o veículo neozelandês como uma solução de transporte preferencial para cargas pequenas e de alta precisão.
Expansão da constelação até 2030
A Synspective planeja compor uma constelação de 30 satélites SAR até o fim da década. O objetivo é oferecer atualização frequente de imagens da superfície terrestre para aplicações em monitoramento ambiental, gestão de recursos naturais, agricultura de precisão e resposta a desastres. Para cumprir o cronograma, a empresa soma atualmente um total de 20 lançamentos já contratados com a Rocket Lab, além de acordos com outras fornecedoras de serviços de lançamento.
Entre esses contratos adicionais, dois satélites devem voar em missões compartilhadas da SpaceX, e outros dez aparelhos serão integrados pela Exolaunch a partir de 2027. Dados oficiais indicam que a diversificação de parceiros pretende mitigar riscos de cronograma e garantir disponibilidade de janelas de lançamento em um mercado cada vez mais concorrido.
Novos acordos com a iQPS
O ritmo acelerado da Rocket Lab no mercado japonês não se limita à Synspective. Uma semana antes do voo mais recente, a empresa fechou um contrato para três lançamentos adicionais com a iQPS, especializada em satélites SAR de pequeno porte. As missões começam a partir de 2026 e se somam a uma carteira de quatro voos já confirmados.
Até o momento, cinco satélites da iQPS foram colocados em órbita pelo Electron — o primeiro em 2023, seguido por quatro em sequência entre março e agosto deste ano. Em comunicado, o diretor-executivo da iQPS, Shunsuke Onishi, afirmou que os resultados de 2025 “reforçaram a confiança” da companhia na confiabilidade do foguete.
Desempenho do Electron em 2025
Com o lançamento da Synspective, o Electron chegou a 15 missões concluídas em 2025, todas bem-sucedidas. O total contabiliza duas operações do modelo suborbital HASTE, realizadas a partir do Launch Complex 2, em Wallops Island (Virgínia, EUA), que a Rocket Lab optou por não divulgar em tempo real. A empresa projeta ultrapassar a marca de 20 voos até o final do ano, o que representaria um novo recorde anual para o veículo.
Segundo relatórios do mercado de pequenos satélites, a taxa de sucesso consistente do Electron o coloca entre os lançadores mais confiáveis da categoria. O foguete utiliza estágio superior com sistema de “kick stage”, permitindo ajuste fino da órbita e entrega dedicada a clientes que buscam evitar desvios de altitude e inclinação.

Imagem: Rocket Lab
Impacto para clientes e para o mercado de observação da Terra
O ritmo de entregas anunciado por Synspective e iQPS reflete a crescente demanda por dados de observação da Terra em alta resolução, 24 horas por dia e em qualquer condição climática — aspecto no qual o radar SAR se diferencia das câmeras ópticas. Segundo analistas de geointeligência, constelações de 20 a 30 satélites podem revisar o mesmo ponto do planeta em intervalos de poucas horas, favorecendo desde o acompanhamento de safras agrícolas até a detecção precoce de movimentações em áreas de risco.
Para os usuários finais, a expansão dessas redes deve resultar em serviços com maior frequência de atualização e custos mais competitivos. Empresas de logística, seguradoras e órgãos governamentais tendem a se beneficiar de alertas mais rápidos sobre enchentes, deslizamentos ou falhas em infraestrutura crítica.
Perspectivas até o fim da década
Especialistas preveem que o mercado de satélites SAR ultrapasse US$ 6 bilhões em receitas anuais até 2030, impulsionado por aplicações de análise de dados e inteligência artificial. Nesse cenário, a Rocket Lab tenta ampliar a produção do Electron e acelerar o desenvolvimento do Neutron, foguete reutilizável de médio porte que poderá transportar cargas mais volumosas para clientes em fase de expansão de constelações.
Enquanto isso, Synspective e iQPS correm para garantir slots de lançamento e recursos de manufatura, já que a concorrência global inclui empresas europeias, norte-americanas e indianas. De acordo com projeções de analistas independentes, companhias que alcançarem cobertura quase em tempo real até 2028 terão vantagem competitiva no fornecimento de dados para algoritmos de previsão e sistemas autônomos.
Para acompanhar outros desdobramentos do setor espacial, confira também a cobertura completa de tecnologia em remansonoticias.com.br/category/tecnologia.
Curiosidade
Cada missão do Electron recebe um nome peculiar escolhido pela Rocket Lab; o lançamento que levou o StriX à órbita foi batizado de “We Will Never Desert You”, em referência a um tradicional doce neozelandês. A prática não apenas cria identidade para cada voo, mas também reforça o marketing da empresa ao conectar cultura local com conquistas tecnológicas. É um lembrete de como a indústria espacial moderna mistura precisão científica e criatividade para atrair atenção global.
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