O diretor britânico Ridley Scott revelou que rejeitou um cachê de US$ 20 milhões para comandar “Terminator 3: Rise of the Machines”. A proposta, igual ao salário que seria pago a Arnold Schwarzenegger, foi feita no início dos anos 2000, depois do sucesso de “Gladiator” e da estreia de “Hannibal”.
Oferta milionária e decisão surpreendente
Em entrevista ao jornal The Guardian, Scott, hoje com 87 anos, afirmou ter ficado tentado a aceitar o valor recorde, mas concluiu que o projeto não se encaixava no seu perfil. “Alguém sugeriu: ‘peça o mesmo que Arnie’. Quando disseram sim, eu pensei: ‘caramba’. Ainda assim, não consegui fazer”, relatou o cineasta.
Na ocasião, os produtores buscavam um nome de peso após James Cameron se afastar da franquia. Scott estava em alta depois de “Gladiator” (2000), vencedor do Oscar de Melhor Filme, e recebia elogios por “Black Hawk Down” (2001). A ligação dele com a ficção científica já era consolidada graças a “Alien” (1979) e “Blade Runner” (1982), fatores que reforçaram o convite.
Apesar da oferta sem precedentes, o diretor considerou que a proposta não correspondia à sua visão artística. Para ele, a saga protagonizada por Schwarzenegger era “quadrinho puro”, com foco em ação e espetáculo, elementos que, segundo o próprio, não se alinham ao tom mais realista que costuma adotar.
Consequências para a franquia e possível sinergia com Cameron
Com a recusa, “Terminator 3” acabou nas mãos de Jonathan Mostow, responsável por “O Vigarista do Ano” e “Submersão Fatal”. Lançado em 2003, o longa arrecadou cerca de US$ 433 milhões, mas não atingiu o status dos dois primeiros filmes e é frequentemente apontado como o capítulo mais genérico da série.
Se tivesse assumido a direção, Scott se juntaria indiretamente a Cameron, repetindo a troca vista em “Alien” e “Aliens”. Na década de 1980, Cameron deu continuidade ao universo criado por Scott, transformando a franquia em referência de ação e suspense. Em sentido inverso, Scott poderia ter colaborado para expandir o legado de Cameron em “O Exterminador do Futuro”.
Scott especulou como seria sua versão: menos ênfase em grandes set pieces e mais reflexão sobre viagem no tempo e dilemas humanos. Ele destacou que tentaria “tornar tudo real”, abordagem que acredita ser incompatível com produções “camp” como filmes de James Bond, universo no qual, disse, “poderia estragar tudo”.
Contexto da carreira e autonomia criativa
A negativa reforça a independência criativa do cineasta. Logo após declinar de “Terminator 3”, Scott permaneceu ativo com projetos autorais, entre eles “Cruzada” (2005) e “Rede de Mentiras” (2008). Nos anos seguintes, voltou ao gênero que o consagrou, dirigindo “Prometheus” (2012) e “Alien: Covenant” (2017), retomando o controle do próprio legado.

Imagem: Internet
Ao longo da trajetória, o diretor já alternou produções de grande orçamento com dramas históricos e thrillers contemporâneos, mas tem evitado franquias cujas regras limitam a liberdade de criação. A recusa ao cheque milionário ilustra essa postura, evidenciando que, para Scott, o controle artístico pesa mais que cifras.
Impacto na indústria e legado
A situação revela como grandes estúdios recorrem a nomes consagrados em busca de segurança financeira. No entanto, também mostra que veteranos podem optar por projetos que tragam desafios narrativos em vez de apenas retorno comercial. Para a franquia “O Exterminador do Futuro”, a escolha de Mostow manteve a linha de ação explosiva, enquanto o potencial de uma abordagem mais sombria e filosófica ficou apenas no campo das hipóteses.
Recém-lançadas continuações e séries de TV demonstram que o universo Terminator continua em expansão, mas o capítulo dirigido por Scott permanece como curiosidade histórica. O próprio cineasta, por sua vez, segue ativo e prepara novos longas, reafirmando uma carreira marcada pela versatilidade.
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Em resumo, Ridley Scott abriu mão de um dos maiores cachês já oferecidos a um diretor por considerar que “Terminator 3” não refletia sua visão. A decisão reforça o compromisso do cineasta com a liberdade criativa e convida o público a refletir sobre a influência do diretor na identidade de uma franquia. Deixe seu comentário e compartilhe este conteúdo com quem acompanha a história do cinema.
Curiosidade
Mesmo sem assumir “Terminator 3”, Scott e Cameron mantêm laços indiretos no gênero. Cameron produziu “Aliens” para um universo criado por Scott, enquanto Scott quase dirigiu “Terminator” para uma franquia iniciada por Cameron. Essa troca inusitada entre dois dos maiores nomes da ficção científica permanece como um “e se” intrigante para fãs e historiadores do cinema.
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