O episódio 182 do programa This Week in Space reuniu o apresentador Rod Pyle, o editor-chefe do portal Space.com, Tariq Malik, e o ex-astronauta da NASA Terry Hart para uma conversa de pouco mais de uma hora sobre carreira, desafios e o momento atual da agência espacial norte-americana. Além das memórias de Hart, o podcast abordou negociações políticas envolvendo a liderança da NASA, possíveis mudanças no uso da cápsula Orion e o recente corte de 550 postos de trabalho no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL).
A trajetória de Terry Hart destaca colaboração entre setores
Terry Hart, protagonista do documentário IMAX “The Dream is Alive”, integrou o voo STS-41C do ônibus espacial Challenger em 1984, quando capturou o satélite Solar Max com o braço robótico da nave. No podcast, ele relembrou a transição de piloto de caça da Força Aérea para astronauta, passando depois por cargos executivos nos Laboratórios Bell e, mais recentemente, pela criação de um programa de engenharia aeroespacial na Lehigh University.
Segundo Hart, sua experiência demonstra como a formação militar pode ser aproveitada na iniciativa privada e no meio acadêmico. “Os requisitos de precisão e trabalho em equipe no espaço são semelhantes aos de um esquadrão aéreo”, observou durante a entrevista. Especialistas apontam que perfis assim contribuem para a transferência de conhecimento entre governo, indústria e universidades, acelerando inovações em propulsão e sistemas de controle.
Possível nomeação de Jared Isaacman à chefia da NASA
O episódio trouxe ainda a informação de que Jared Isaacman, empresário conhecido por financiar a missão civil Inspiration4 da SpaceX, estaria em diálogo para assumir a administração da NASA. A indicação, não confirmada oficialmente, ganhou força após a desistência do nome anteriormente ventilado pela Casa Branca. De acordo com dados públicos, Isaacman acumula experiência em aviação e tem investido em voos comerciais orbitais, o que, para analistas, poderia aproximar a agência de parcerias mais extensas com empresas privadas.
Caso a nomeação avance, o comando da NASA poderá adotar estratégias semelhantes às que Isaacman aplicou em seus negócios: cronogramas mais curtos e foco na redução de custos de lançamento. Entretanto, sindicatos e ex-funcionários da agência defendem que qualquer novo administrador preserve a cultura de segurança construída ao longo de seis décadas.
Orion pode voar em foguetes de outras empresas
Outra pauta discutida no podcast foi a possibilidade de a cápsula Orion, hoje programada para missões Artemis no foguete SLS, ser lançada em veículos de diferentes fabricantes. Executivos da Lockheed Martin, responsável pela nave, confirmaram que estudos avaliam adaptações para outras plataformas. A medida pode baratear futuras missões ou permitir voos não ligados diretamente à NASA.
Segundo relatórios internos citados pelo programa, a compatibilidade com novos foguetes implicaria modificações nos sistemas de acoplamento e nos escudos térmicos, sem alterar a estrutura principal. Engenheiros consultados ressaltam que a diversificação de provedores reduziria riscos logísticos, pois o SLS tem ritmo de produção limitado e custo estimado em US$ 2 bilhões por lançamento.
Demissões no JPL provocam alerta sobre orçamento
Em meio aos debates, Pyle e Malik repercutiram o corte de 550 vagas no Jet Propulsion Laboratory, anunciado como parte de um “realinhamento” orçamentário. A direção do JPL, gerido pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) para a NASA, justificou as demissões pela necessidade de priorizar missões aprovadas e acomodar atrasos no financiamento do programa Mars Sample Return.
Dados oficiais indicam que o laboratório empregava cerca de 6.000 pessoas antes do ajuste. Sindicatos de trabalhadores qualificados afirmam que a redução pode afetar projetos de menor visibilidade, como pesquisa de sensores para sondas planetárias. Apesar disso, a administração do JPL garantiu que missões em andamento, entre elas o rover Perseverance e a sonda Europa Clipper, seguem dentro do cronograma.

Imagem: Space
Impacto para o público e o mercado espacial
Para os entusiastas de exploração espacial, as questões levantadas no episódio evidenciam um cenário de transição na NASA: maior abertura ao capital privado, revisão de contratos tradicionais e pressão por eficiência orçamentária. No curto prazo, o ouvinte deve observar mais anúncios envolvendo parcerias comerciais e ajustes em missões robóticas. Para o setor, a eventual nomeação de Isaacman reforça a tendência de integração entre agências governamentais e empresas que oferecem serviços de lançamento, turismo orbital e satélites de pequeno porte.
Segundo consultorias de mercado, a movimentação pode influenciar universidades que, a exemplo da Lehigh University, pretendem criar programas voltados a sistemas espaciais. O objetivo é suprir a demanda por engenheiros capacitados em voo tripulado e automação, área que ganha relevância com projetos de habitats lunares.
Curiosidade
Durante o voo STS-41C, Terry Hart precisou controlar o Manned Maneuvering Unit (MMU), um propulsor individual que permitia aos astronautas flutuar no espaço sem cabos de segurança. O dispositivo foi usado em apenas três missões e aposentado em 1984. Curiosamente, a tecnologia inspirou conceitos atuais de “jetpacks” destinados a reparos em órbita, mostrando como soluções temporárias podem gerar ideias duradouras na engenharia aeroespacial.
Para quem deseja acompanhar outras novidades do setor, vale conferir a cobertura sobre avanços em satélites de comunicação já publicada em nosso caderno de Tecnologia.
Este artigo reuniu os principais pontos do episódio 182 de This Week in Space, destacando impactos para trabalhadores, pesquisadores e empresas. Continue navegando pelo site para ficar por dentro dos próximos passos da exploração espacial.
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