Principais operadores de entrega suspendem remessas aos EUA após nova tarifa

Tecnologia

Serviços postais e empresas de logística de vários continentes interromperam temporariamente o envio de mercadorias para os Estados Unidos. A suspensão envolve a divisão europeia da DHL, diversos correios estatais europeus, a Australia Post, a Japan Post e o serviço postal de Taiwan. A decisão ocorre em resposta a novas medidas tarifárias adotadas por Washington, que alteram o tratamento de pacotes isentos de taxas alfandegárias.

O que muda com o fim da regra “de minimis”

Até julho, boa parte dos produtos de baixo valor podia entrar em território norte-americano sem cobrança de impostos, graças ao mecanismo conhecido como de minimis. Essa exceção tributária abrangia itens destinados a consumo final e facilitava o comércio eletrônico transfronteiriço. No entanto, uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, em julho, passou a restringir esse benefício. O texto não detalha procedimentos para encomendas internacionais, gerando incertezas entre as transportadoras.

Diante da falta de orientações claras, empresas de entrega preferiram suspender temporariamente as remessas de bens de consumo — em alguns casos, acima de US$ 100 por pacote — até entender como as novas tarifas serão aplicadas. Companhias de outros países, incluindo grandes operadores na Índia, anunciaram intenção de adotar a mesma estratégia nas próximas semanas.

Impacto imediato para vendedores e consumidores

A paralisação afeta especialmente lojistas que dependem de marketplaces como eBay e Etsy para atender clientes norte-americanos. Sem garantia de que os produtos chegarão sem custos adicionais ou atrasos, muitos vendedores optam por pausar as vendas para os Estados Unidos. A situação ocorre a poucos dias do feriado do Dia do Trabalho, período tradicional de promoções no país.

Segundo comunicados das próprias transportadoras, remessas de caráter pessoal, como presentes de valor reduzido, continuam sendo aceitas em vários casos. Contudo, pacotes destinados a fins comerciais enfrentam bloqueio temporário ou precisam de novos documentos e estimativas de imposto, o que pode elevar o preço final ao consumidor norte-americano.

Especialistas do setor logístico preveem que, mesmo após a retomada dos serviços, as encomendas estarão sujeitas a tarifas mais altas. As novas taxas podem ser repassadas aos compradores, pressionando o valor de eletrônicos europeus, componentes de informática de Taiwan ou cartas colecionáveis japonesas, entre outros produtos populares.

Reação e próximos passos das transportadoras

Empresas afetadas comunicaram que trabalham para adaptar sistemas de declaração aduaneira e revisar processos internos. O objetivo é garantir conformidade com as novas exigências assim que as autoridades alfandegárias norte-americanas consolidarem as normas operacionais. Até lá, os operadores recomendam que vendedores internacionais utilizem estoques existentes em solo norte-americano ou busquem centros de distribuição dentro dos Estados Unidos para evitar interrupções.

Embora não haja prazo oficial para o restabelecimento do fluxo normal de cargas, fontes do setor indicam que a suspensão deve permanecer enquanto persistirem dúvidas jurídicas sobre a aplicação da ordem executiva. A intensidade do impacto varia conforme o país de origem: serviços postais de menor porte podem enfrentar dificuldade adicional para ajustar sistemas eletrônicos de declaração de valor.

Outras atualizações sobre tecnologia e mercado podem ser acompanhadas na seção dedicada do portal Tecnologia, que reúne análises e novidades do setor.

Em resumo, a paralisação nas remessas internacionais amplia a incerteza para comerciantes e consumidores, ao mesmo tempo em que reforça a necessidade de adaptação às novas barreiras alfandegárias. Fique atento às mudanças e acompanhe nossas atualizações para entender como as novas tarifas podem influenciar o preço de produtos importados.

Curiosidade

Criado para simplificar o comércio, o limite de minimis dos EUA já foi de apenas US$ 200. Em 2016, o valor subiu para US$ 800, beneficiando lojas on-line e consumidores que compravam produtos de baixo custo no exterior. Agora, com a ordem executiva, o país revisita esse conceito e reacende o debate sobre protecionismo e comércio digital.

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