ONU admite que limite de 1,5 °C não será atingido e pressiona por novos planos climáticos

Ciência

Genebra, 27 de maio de 2024 — O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reconheceu que o objetivo de conter o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais não deverá ser alcançado. A declaração ocorreu durante sessão especial da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que celebra 75 anos de atuação.

Meta histórica fica fora de alcance

O limite de 1,5 °C foi definido no Acordo de Paris, em 2015, como fronteira para evitar impactos climáticos considerados catastróficos. Dados do serviço europeu Copernicus indicam que a temperatura média global já subiu 1,4 °C. Em 2024, medições preliminares registraram picos de 1,6 °C acima da era pré-industrial, sugerindo que o mundo experimenta de forma temporária um cenário pós-1,5 °C.

“Uma coisa já está clara: não conseguiremos conter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C nos próximos anos”, afirmou Guterres no encontro em Genebra. Segundo o dirigente, ultrapassar o limite tornou-se “inevitável”, o que exige respostas mais ambiciosas dos 193 Estados-membros da ONU.

Pressão por planos nacionais antes da COP30

Guterres conclamou os governos a apresentarem novos planos climáticos até a Conferência das Partes (COP30), marcada para novembro de 2025 em Belém, no Pará. O secretário-geral pediu “medidas ousadas” de mitigação e adaptação, reforçando a necessidade de cortar emissões de gases de efeito estufa em todos os setores da economia.

Relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostram que, mesmo com aquecimento de 1,5 °C, o planeta enfrentaria efeitos severos, como aumento de eventos extremos, elevação do nível do mar e perda de biodiversidade. Com 2 °C ou mais, especialistas alertam que as consequências se intensificam, atingindo principalmente populações vulneráveis.

Sistemas de alerta precoce ganham destaque

Durante o congresso da OMM, Guterres reforçou a Iniciativa de Alertas Antecipados para Todos, lançada em 2022. O programa pretende cobrir toda a população mundial com sistemas de aviso contra desastres naturais até o fim de 2027. A secretaria-geral da OMM, Celeste Saulo, apresentou um “Apelo à Ação” para ampliar redes de observação, fortalecer serviços meteorológicos nacionais e reduzir lacunas em países em desenvolvimento.

Dados oficiais mostram avanço: 108 nações relataram possuir sistemas de alerta multirriscos em 2024, contra 52 em 2015. Ainda assim, a mortalidade por desastres é seis vezes maior em locais onde a cobertura permanece limitada.

Desafios para limitar danos

De acordo com especialistas em clima ouvidos por agências internacionais, evitar que a temperatura ultrapasse 2 °C dependerá de cortes “imediatos e profundos” nas emissões de dióxido de carbono e metano. Medidas incluem a aceleração da transição energética, a redução do desmatamento e o investimento em tecnologias de captura de carbono.

Organizações da sociedade civil ressaltam que países em desenvolvimento necessitam de financiamento para adaptar infraestrutura, proteger ecossistemas e implementar energias renováveis. A ONU estima em US$ 400 bilhões por ano o montante requerido para garantir resiliência climática até 2030.

Impacto direto para cidadãos e empresas

O reconhecimento de que a meta de 1,5 °C ficou fora de alcance indica mudanças imediatas em políticas públicas e estratégias corporativas. Governos podem aumentar exigências de eficiência energética, rever subsídios a combustíveis fósseis e acelerar metas de neutralidade de carbono. No setor privado, cresce a pressão por cadeias de valor sustentáveis e relatórios de emissões transparentes.

Para a população, a expectativa é de eventos climáticos mais frequentes, como ondas de calor, secas e chuvas intensas. Especialistas recomendam ampliação de seguros contra catástrofes, planejamento urbano resiliente e programas de educação ambiental.

Curiosidade

Na mesma data em que a ONU discutia aquecimento global, a base de dados Copernicus registrou a temperatura média dos oceanos mais alta para um mês de maio desde 1979. Pesquisadores explicam que mares mais quentes podem intensificar furacões e alterar correntes, influenciando regimes de chuva em todo o planeta — efeito que reforça a urgência de sistemas de alerta precoce defendidos pela OMM.

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Resumo: A ONU admitiu que o limite de 1,5 °C não será cumprido, cobrando novos planos climáticos antes da COP30. Sistemas de alerta precoce, financiamento verde e cortes de emissões estão no centro das discussões. Continue acompanhando nossas publicações para entender como essas decisões globais podem afetar seu dia a dia e o futuro do planeta.

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