Novo coral “Chewbacca” é identificado a 1 km de profundidade no Pacífico

Tecnologia

Uma equipe da Universidade do Havaí em Mānoa descreveu uma nova espécie de coral encontrada em águas profundas do Pacífico. O organismo, batizado Iridogorgia chewbacca, foi avistado a pouco mais de 1.000 metros de profundidade em diferentes pontos do oceano, incluindo o litoral havaiano e a região próxima à Fossa das Marianas. O nome faz referência ao personagem Chewbacca, da franquia Star Wars, devido aos longos tentáculos que lembram a pelagem do wookiee.

Descoberta em expedições de submersíveis

Segundo os pesquisadores, a primeira observação ocorreu durante uma missão de mapeamento do fundo marinho realizada em 2018 ao largo das ilhas havaianas. Câmeras acopladas a um submersível registraram uma estrutura espiralada erguendo-se do leito oceânico, com cerca de 1,2 metro de altura e tentáculos que chegavam a 38 centímetros. Em levantamentos posteriores, equipamentos operados remotamente voltaram a encontrar o mesmo tipo de coral em localidades separadas por centenas de quilômetros, o que confirmou que não se tratava de um caso isolado.

A espécie integra o gênero Iridogorgia, conhecido pelos esqueletos em forma de hélice. No entanto, o padrão de ramificação e o tamanho dos tentáculos diferem de outros membros do grupo, o que levou à classificação de um novo táxon. A descrição formal seguiu protocolos de taxonomia marinha e foi submetida a revista científica especializada.

Características que chamam atenção

O Iridogorgia chewbacca vive solitário, comportamento incomum entre corais de profundidade, que costumam formar agregados ou colônias ramificadas. Amostras coletadas indicam que o animal se fixa diretamente em rochas basálticas, aproveitando correntes submarinas para capturar partículas orgânicas em suspensão. A ausência de luz solar impede a presença de zooxantelas — algas simbióticas típicas de recifes rasos —, e a nutrição baseia-se exclusivamente em filtração de plâncton.

De acordo com dados oficiais do programa Ocean Exploration do governo norte-americano, zonas abissais correspondem a cerca de 60% da superfície oceânica, mas menos de 5% desse ambiente foi mapeado detalhadamente. Por isso, cada descoberta contribui para ampliar o entendimento sobre a biodiversidade em grandes profundidades e sobre o papel ecológico de organismos pouco conhecidos.

Importância para a ciência e possíveis aplicações

Especialistas afirmam que corais de águas frias podem fornecer pistas sobre mudanças climáticas, pois acumulam em seus esqueletos registros químicos das condições ambientais ao longo de séculos. Além disso, compostos produzidos por esses animais despertam interesse da biotecnologia, principalmente na busca de novas moléculas com propriedades farmacológicas.

O pesquisador responsável pela missão, citado em comunicado da universidade, destaca que a confirmação de uma espécie solitária no gênero Iridogorgia pode levar a revisões na árvore filogenética do grupo. Relatórios indicam que o padrão de isolamento geográfico observado — espécimes separados por largas distâncias, mas com características idênticas — sugere eficientes mecanismos de dispersão larval, ainda não compreendidos.

Comparação com descobertas anteriores

Nos últimos anos, expedições na mesma região revelaram corais gigantes com mais de 500 metros de extensão e esponjas do tamanho de carros compactos. Contudo, a presença de estruturas tão delicadas quanto o “Chewbacca” em fundos rochosos expostos a correntes fortes surpreende a comunidade científica e reforça a necessidade de gestão ambiental dessas áreas. Em 2021, organismos internacionais recomendaram moratória para mineração em águas profundas até que impactos fossem mais bem avaliados.

O que muda para o leitor

A identificação do Iridogorgia chewbacca amplia a lista de seres ainda invisíveis à maioria das pessoas e mostra como tecnologias de exploração, como veículos operados remotamente, estão transformando o conhecimento sobre o oceano. A cada espécie descrita, cresce o repertório de informações que podem influenciar políticas de conservação, inspirar pesquisas biomédicas e até impactar indústrias interessadas em substâncias inéditas. Para o público, entender essa diversidade ajuda a valorizar a importância de mares saudáveis e de iniciativas que protejam ecossistemas pouco acessíveis.

Curiosidade

O nome Chewbacca não é o primeiro tributo da biologia marinha à cultura pop. Há crustáceos batizados em alusão ao personagem Yoda, um caranguejo com o nome Han Solo e até um verme denominado Darthvaderum. A prática costuma chamar atenção do público e facilitar o reconhecimento de espécies recém-descobertas, funcionando como ferramenta de divulgação científica.

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