O que aconteceu? O astrofísico norte-americano Neil deGrasse Tyson anunciou o lançamento de “Just Visiting This Planet: Further Scientific Adventures of Merlin From Omniscia”, marcado para 21 de outubro de 2025. Durante a divulgação, o autor destacou que reduções no financiamento público à pesquisa científica podem comprometer inovações futuras.
Novo volume retoma Merlin em versão atualizada
Com 350 páginas, a obra revisita o personagem Merlin of Omniscia, criado por Tyson em 1989 para responder perguntas de leitores na revista StarDate Magazine. Segundo o autor, a edição de 2025 reúne 200 questões selecionadas entre mais de mil enviadas pela internet, abordando temas como planetas, buracos negros, galáxias e até cenários hipotéticos envolvendo super-heróis. A Blackstone Publishing confirma que o livro será lançado em capa dura pelo preço de US$ 29,99.
A nova versão substitui perguntas hoje facilmente encontradas em buscas online por questionamentos “com mais personalidade”, de acordo com o escritor. Entre os exemplos mencionados está “O que aconteceria se alienígenas explodissem a Lua?”. Além das respostas em estilo pergunta-e-resposta, a publicação conta com ilustrações produzidas pelo irmão de Tyson, que é artista plástico.
O autor recorda que o projeto original foi um “campo de testes” para sua futura atuação na divulgação científica. “Os métodos usados em Merlin permanecem comigo até hoje”, afirmou em entrevista recente. Para Tyson, a abordagem lúdica estimula o público a se interessar por ciência e supera explicações que ele considera impessoais em ferramentas de inteligência artificial.
Cortes no financiamento científico geram preocupação
Tyson aproveitou o anúncio para comentar o cenário de demissões e redução de recursos em diferentes áreas de pesquisa nos Estados Unidos. “Se uma sociedade decide cortar programas científicos, isso traz consequências”, declarou. O astrofísico ressaltou que muitos avanços tecnológicos se originam em laboratórios universitários financiados por verbas governamentais. “Sem apoio público, empresas privadas dificilmente investem em estudos de longo prazo, pois o retorno não aparece no balanço anual”, explicou.
Segundo especialistas em políticas de inovação, o alerta ganha relevância diante de propostas legislativas que revêm orçamentos de agências de fomento. Relatórios da National Science Foundation indicam queda real nos investimentos federais em certos programas de pesquisa básica na última década. Tyson argumenta que países que mantêm ou ampliam esse financiamento, como a China, podem assumir liderança tecnológica caso os Estados Unidos recuem.
O autor também criticou a prática de autoridades analisarem títulos de projetos para decidir se são “frívolos”. Para ele, descobertas fundamentais muitas vezes parecem distantes de aplicações imediatas, mas sustentam produtos desenvolvidos anos depois por engenheiros e empresas.
Impacto para leitores e mercado editorial
Para o público, a nova edição de “Just Visiting This Planet” representa mais uma porta de entrada para temas de astronomia em linguagem acessível. Livrarias especializadas estimam que obras de divulgação científica com tom bem-humorado registram vendas consistentes, sobretudo quando assinadas por nomes populares na mídia. Segundo dados da Association of American Publishers, a categoria “Ciência popular” cresceu 5 % em receita nos Estados Unidos em 2023.
Imagem: Jeff Spry published
Editores avaliam que referências a inteligência artificial e perguntas inusitadas podem ampliar o alcance do livro entre jovens adultos. Além disso, o lançamento próximo ao Halloween, data associada a mistérios e curiosidade, tende a impulsionar a exposição em redes sociais, aponta relatório de tendências do setor. Para o leitor brasileiro, a obra pode fomentar discussões sobre a importância do investimento em pesquisa, tema também relevante no cenário nacional.
Em termos práticos, o alerta de Tyson reforça a ligação entre ciência básica e avanços que chegam ao cotidiano, como smartphones, sistemas de navegação e vacinas. Caso cortes orçamentários se intensifiquem, especialistas preveem atrasos na criação de tecnologias que melhoram qualidade de vida e competitividade econômica.
Curiosidade
Na infância, Tyson morava em um prédio de Nova York e costumava colecionar sacolas cheias de doces no Halloween. Entre seus favoritos estavam as barras Milky Way e Mars, marcas que usam nomes ligados ao espaço — coincidência que o astrofísico costuma mencionar em entrevistas como exemplo de como a astronomia já faz parte do dia a dia das pessoas.
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