Nebulosa em forma de morcego é registrada pelo ESO e impressiona astrônomos

Tecnologia

Uma imagem divulgada pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) revela uma nebulosa cuja silhueta remete a um morcego em pleno voo. O registro, captado a cerca de 10 000 anos-luz da Terra, nas constelações Circinus e Norma, combina filtros ópticos e infravermelhos para destacar detalhes de gás e poeira interestelar.

Detalhes da observação

A fotografia foi obtida com a câmera de 268 megapixels OmegaCAM, instalada no VLT Survey Telescope de 2,6 metros, localizado no deserto do Atacama, no Chile. Segundo o ESO, o campo de visão cobre uma área equivalente a quatro luas cheias no céu. A combinação de exposições longas e filtros especializados permitiu isolar a radiação emitida pelos átomos de hidrogênio, responsáveis pelo brilho avermelhado característico das regiões de formação estelar.

As “asas” escuras que compõem o contorno do suposto morcego resultam de filamentos densos de poeira, capazes de bloquear a luz das nuvens luminosas ao fundo. Nesses filamentos, há matéria-prima para o nascimento de novas estrelas, indicando que o cenário continua ativo do ponto de vista astrofísico.

Importância para o mapeamento galáctico

O registro integra um levantamento de grande escala do plano da Via Láctea, conduzido para catalogar regiões de formação estelar e refinar modelos sobre a distribuição de gás na galáxia. De acordo com especialistas em fotometria, imagens em alta resolução como esta auxiliam na medição da massa de nebulosas e na identificação de protoestrelas ocultas pela poeira.

Relatórios do ESO indicam que a OmegaCAM é capaz de varrer grandes áreas do céu com profundidade fotométrica suficiente para detectar objetos centenas de vezes mais tênues do que o limite de visibilidade a olho nu. Esse desempenho é estratégico para complementar dados de missões espaciais, como o telescópio Gaia, dedicado a mapear posições e movimentos de estrelas.

Tecnologia envolvida

A câmera OmegaCAM utiliza 32 sensores CCD interligados, possibilitando capturas de larga escala sem perda de detalhe. O sistema opera em regime de temperaturas criogênicas para reduzir ruídos eletrônicos, mantendo alta fidelidade nas medições de fluxo luminoso. A seleção de filtros inclui bandas ópticas clássicas (u, g, r, i, z) e opções estreitas voltadas a linhas de emissão específicas, como o hidrogênio alfa.

Esse conjunto tecnológico foi projetado para levantamentos de longa duração. Desde a inauguração, em 2011, a OmegaCAM já produziu catálogos com centenas de milhões de estrelas e galáxias, contribuindo para estudos sobre evolução estelar, matéria escura e estruturas de grande escala.

Comparações com registros anteriores

Nebulosas que lembram figuras reconhecíveis não são incomuns. Exemplos famosos incluem a Nebulosa Cabeça de Cavalo, em Órion, e a Nebulosa Águia, que abriga os “Pilares da Criação”. A novidade deste registro reside na amplitude do campo capturado e na resolução obtida em uma única composição, ressaltam astrônomos ligados ao projeto.

Nebulosa em forma de morcego é registrada pelo ESO e impressiona astrônomos - Imagem do artigo original

Imagem: Anthy Wood published

“A qualidade do mosaico permite analisar gradientes de densidade em escalas subparsec, algo difícil de alcançar com equipamentos de abertura menor”, explica um pesquisador do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, colaborador da campanha de observação.

Impacto para o público e para a ciência

Para os entusiastas de astronomia, a nova imagem reforça a relevância dos telescópios terrestres de grande abertura, capazes de produzir fotografias comparáveis às de observatórios espaciais. Já para a comunidade científica, o material oferece parâmetros mais precisos sobre taxas de formação estelar e composição química das nuvens interestelares.

No dia a dia, registros como esse ajudam a popularizar a ciência e a inspirar futuras gerações de pesquisadores. Além disso, alimentam bancos de dados usados em aplicações de inteligência artificial voltadas à classificação automática de objetos celestes, acelerando estudos estatísticos de grande volume.

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Curiosidade

A associação de formas familiares a nebulosas é fruto de um fenômeno cognitivo chamado pareidolia, a mesma tendência que leva pessoas a enxergar figuras em nuvens ou na superfície da Lua. No caso da “nebulosa morcego”, a coincidência de poeira escura e luz avermelhada cria contornos que lembram asas estendidas, reforçando o fascínio popular por imagens vindas do espaço profundo.

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