NASA reabre disputa pelo módulo lunar Artemis III e pressiona SpaceX

Tecnologia

Washington, 18 de dezembro de 2023 — A NASA decidiu reabrir a concorrência para o módulo lunar da missão Artemis III, programa que pretende devolver astronautas à superfície da Lua antes do final da década. O contrato, originalmente atribuído à SpaceX em 2021, volta a ser disputado depois de sucessivos atrasos no desenvolvimento do Starship Human Landing System, solução escolhida na primeira fase do processo.

Pressão por um cronograma mais curto

Segundo o administrador interino da agência, Sean Duffy, a revisão tem como objetivo “garantir redundância e cumprir o calendário estratégico dos Estados Unidos para a exploração lunar”. A decisão ocorre em meio à corrida com a China, que anunciou a intenção de realizar um pouso tripulado em 2030. No contexto político norte-americano, bater esse prazo é considerado prioridade nacional.

O contrato inicial previa que a SpaceX realizasse vários testes de reabastecimento em órbita e, posteriormente, dois pousos na Lua. O cronograma, contudo, foi impactado por falhas nas primeiras tentativas de voo do Starship em 2023 e por desafios técnicos na integração dos tanques de propelente. Especialistas ouvidos por agências independentes apontam que cada etapa adicional de reabastecimento amplia o risco de atrasos.

Resposta de Elon Musk e repercussão no setor

Horas após o anúncio, Elon Musk utilizou sua conta na rede social X (antigo Twitter) para criticar a medida. Em publicações que chamaram atenção pelo tom, o executivo se referiu a Duffy como “Sean Dummy” e questionou a capacidade de gestão da NASA, insinuando haver motivação política na reabertura do edital. Representantes da agência não comentaram a reação de Musk.

Analistas do mercado espacial observam que a postura da SpaceX pode afetar negociações futuras. A empresa continua líder em lançamentos orbitais — acumulou 139 missões bem-sucedidas em 2023 —, mas depende de contratos governamentais para financiar parte do desenvolvimento do Starship. Empresas como Blue Origin e Dynetics, derrotadas na primeira rodada, deverão apresentar novas propostas.

Outros destaques da semana espacial

No mesmo período, o podcast “This Week In Space” listou avanços e debates que ilustram o momento dinâmico do setor:

  • Artemis II empilhada: a missão de teste tripulado, prevista para 2024, atingiu o estágio de integração total no Centro Espacial Kennedy.
  • Operação Space Shuttle Chop: engenheiros iniciaram a desmontagem de componentes de ônibus espaciais aposentados para estudo de reutilização.
  • Financiamento estatal para o JPL: legisladores discutem aumento de recursos ao Laboratório de Propulsão a Jato, diante de cortes orçamentários prévios.
  • Super-Terra habitável: astrônomos identificaram um exoplaneta a menos de 20 anos-luz com condições favoráveis à presença de água líquida.
  • Blue Moon Mark I: a Blue Origin apresentou novo protótipo de pouso lunar para missões de carga.
  • Modelos de foguete: a fabricante Estes lançou réplica do Falcon 9 por US$ 149,99, voltada a entusiastas do setor aeroespacial.

Potenciais impactos para a exploração lunar

De acordo com dados oficiais, a NASA destina cerca de US$ 4,1 bilhões ao programa Artemis em 2024, incluindo o desenvolvimento de módulos habitáveis e trajes de próxima geração. A reabertura do contrato pode redistribuir parte desse orçamento e acelerar soluções alternativas. Caso múltiplas empresas sejam selecionadas, a agência reduzirá dependências e poderá comparar tecnologias antes da fase crítica de pouso humano.

NASA reabre disputa pelo módulo lunar Artemis III e pressiona SpaceX - Imagem do artigo original

Imagem: Space

Para o público geral, o cenário influencia prazos de futuras transmissões ao vivo de caminhadas lunares e afeta o cronograma de oportunidades comerciais, como turismo suborbital ou serviços de telecomunicações na órbita da Lua. No mercado, fornecedores de propulsão, software e materiais compósitos veem a disputa como chance de fechar novos acordos.

Curiosidade

Embora pareça recente, a prática de reabrir contratos não é inédita na história da NASA. Na década de 1960, o módulo lunar da Apollo passou por quatro rodadas de competição antes de a Grumman vencer o projeto final. A experiência ensinou que redundância pode salvar cronogramas: o LM-5, usado na Apollo 11, só ficou pronto após adaptações de última hora. Esse precedente histórico ajuda a explicar por que a agência prefere hoje manter mais de uma opção para pousar astronautas na superfície lunar.

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