Uma nova produção brasileira acaba de conquistar o primeiro lugar entre os títulos mais assistidos da Netflix no país. A minissérie Pssica, lançada em 20 de agosto, ultrapassou o sucesso internacional Wandinha e passou a liderar o ranking nacional da plataforma de streaming.
Produção reúne Fernando Meirelles e equipe premiada
Dirigida pelo cineasta indicado ao Oscar Fernando Meirelles, conhecido por “Cidade de Deus”, e por seu filho, Quico Meirelles, a minissérie tem apenas quatro episódios. A obra adapta o romance homônimo do escritor paraense Edyr Augusto, reconhecido por retratar o cotidiano da região amazônica.
O elenco é encabeçado por Domithila Catete, Lucas Galvino e Marleyda Soto. A trama acompanha três personagens que se cruzam nas margens do Rio Amazonas diante de uma teia de crimes e vingança:
- Janalice (Domithila Catete) — adolescente sequestrada por uma quadrilha de tráfico humano após o vazamento de um vídeo íntimo;
- Preá (Lucas Galvino) — jovem dividido entre assumir a liderança de um grupo de “ratos-d’água” e ajudar no resgate de Janalice;
- Mariangel (Marleyda Soto) — imigrante em busca de vingança pelo assassinato da própria família.
Sem conhecerem a existência uns dos outros, os três personagens se encontram em meio a perseguições fluviais e acreditam enfrentar uma “pssica” — palavra de origem regional usada para designar maldição — que paira sobre suas vidas.
Desempenho expressivo nas primeiras 24 horas
A ascensão de Pssica ocorreu logo após a estreia. Desde 6 de agosto, Wandinha estava no topo do ranking brasileiro, impulsionada pela primeira semana da segunda temporada. No entanto, menos de um dia depois do lançamento, a produção nacional assumiu a liderança.
Embora a Netflix divulgue relatórios semanais apenas para títulos adicionados até o domingo anterior, a plataforma confirma a posição de Pssica no Top 10 diário do mercado brasileiro. Dados globais ainda não foram divulgados, pois a minissérie estreou depois da última atualização pública.
O desempenho sugere alto engajamento do público local, reforçando o interesse por histórias ambientadas no país e dirigidas por nomes reconhecidos internacionalmente.
Foco na Amazônia e na realidade regional
A narrativa se baseia em temas sensíveis, como tráfico de pessoas, violência ribeirinha e conflitos fundiários. Ao explorar o cotidiano às margens do Rio Amazonas, a produção amplia a representação da região Norte no catálogo da Netflix, ainda dominado por títulos centrados em grandes capitais brasileiras.
Além de evidenciar questões sociais, a minissérie utiliza cenários naturais e músicas regionais para aproximar o espectador da cultura amazônica. A condução de Fernando e Quico Meirelles prioriza linguagem direta, sem recorrer a episódios longos: os quatro capítulos somam cerca de três horas de conteúdo.
Imagem: Internet
Disponibilidade e recepção
Toda a temporada de Pssica está disponível para streaming. Cada episódio apresenta cerca de 45 minutos e classificação indicativa de 16 anos, devido a cenas de violência e temas adultos.
Nas avaliações iniciais dos assinantes, a nota média tem variado em torno de 2,9 (escala de 1 a 5), segundo o sistema interno de classificação da Netflix. Críticas especializadas ainda não foram consolidadas, pois a série entrou no catálogo recentemente.
Impacto para o mercado audiovisual brasileiro
A rápida ascensão de Pssica reforça a relevância de produções nacionais no catálogo da Netflix. O resultado também sinaliza a estratégia da plataforma de investir em narrativas locais com potencial de dialogar com audiências internacionais, seguindo a linha de títulos brasileiros que já alcançaram destaque, como “Cidade Invisível” e “3%”.
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Com poucas horas de exibição, Pssica quebrou a hegemonia de Wandinha e comprovou o apelo de histórias brasileiras bem produzidas. Vale acompanhar os próximos relatórios da Netflix para verificar se o título manterá a liderança no país e qual será seu desempenho internacional. Se você ainda não assistiu, os quatro episódios já estão disponíveis.
Curiosidade
“Pssica” foi gravada majoritariamente em locações ribeirinhas no Pará, aproveitando comunidades locais como figurantes. A produção contou com barcos de madeira típicos da região e equipes reduzidas para evitar impacto ambiental. Parte da trilha sonora incorpora sons captados diretamente na floresta. O romance de Edyr Augusto que inspirou a série já foi traduzido para o inglês e o francês, ampliando o alcance internacional da história.
