A desvalorização de 12,3% das ações da Meta na quinta-feira (30) eliminou cerca de US$ 25 bilhões do patrimônio de Mark Zuckerberg em poucas horas. O recuo ocorreu logo após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, que ficaram aquém das previsões de Wall Street por causa de uma cobrança tributária extraordinária.
Lucro impactado por imposto extraordinário
No balanço trimestral, a Meta reportou lucro por ação de US$ 1,05, número 84% menor que a estimativa de US$ 6,72 compilada pela FactSet. Segundo a empresa, a diferença decorre principalmente de um encargo único de US$ 15,9 bilhões relativo ao One Big Beautiful Bill Act, aprovado nos Estados Unidos em 2017. Sem esse efeito, o lucro por ação teria alcançado US$ 7,25, informou a companhia.
A receita somou US$ 51,2 bilhões, superando a projeção de US$ 49,5 bilhões e evidenciando crescimento no faturamento publicitário. Mesmo assim, o mercado reagiu negativamente à forte queda no resultado líquido, provocando o maior tombo intradiário das ações da Meta desde outubro de 2022.
Posição na lista de bilionários muda novamente
Com a perda patrimonial, Zuckerberg passou do terceiro para o quinto lugar no ranking dos mais ricos do mundo. Seu patrimônio líquido foi recalculado para US$ 232,6 bilhões, agora atrás de Jeff Bezos (US$ 238,3 bilhões) e Larry Page (US$ 236,3 bilhões). Elon Musk e Larry Ellison seguem na liderança, de acordo com dados da Bloomberg Billionaires Index.
Investimentos em inteligência artificial continuam prioritários
Apesar da volatilidade no mercado, a Meta manteve o plano de aumentar os aportes em infraestrutura de inteligência artificial. A previsão de capex para 2025 subiu para a faixa de US$ 70 bilhões a US$ 72 bilhões, contra a estimativa anterior de até US$ 72 bilhões. Relatórios indicam que a empresa destinou US$ 14,3 bilhões à startup Scale AI e fechou contrato de US$ 10 bilhões, válido por seis anos, com o Google Cloud, movimentos alinhados à estratégia de preparar “agressivamente” suas plataformas para a chegada da superinteligência, como declarou Zuckerberg.
Reality Labs amplia prejuízo, mas supera expectativa de receita
A divisão Reality Labs, responsável por óculos de realidade virtual e dispositivos inteligentes, registrou prejuízo operacional de US$ 4,4 bilhões no trimestre. A perda, embora elevada, ficou abaixo da previsão de US$ 5,1 bilhões de analistas. A receita do segmento atingiu US$ 470 milhões, superando a estimativa de US$ 316 milhões. Segundo especialistas, a continuidade dos investimentos nesse braço reflete a aposta da Meta no metaverso e em experiências imersivas sustentadas por IA.
Resultados mistos entre outras gigantes de tecnologia
A publicação dos números da Meta coincidiu com os balanços de outras integrantes do grupo “Magnificent Seven”. A Microsoft informou lucro por ação de US$ 4,13 e receita de US$ 77,6 bilhões, ambos acima das projeções, mas viu suas ações recuarem 2,2%. Analistas atribuem o movimento a uma despesa de US$ 3,1 bilhões relacionada ao investimento na OpenAI.
Em sentido oposto, a Alphabet subiu 2,7% após revelar receita recorde de US$ 102,3 bilhões, ultrapassando a barreira dos US$ 100 bilhões pela primeira vez. Apple e Amazon divulgaram resultados depois do fechamento do mercado, enquanto a Nvidia apresentará seu relatório em 19 de novembro.

Imagem: GETTY
O que muda para investidores e mercado
Para o investidor, a surpresa negativa no lucro da Meta reforça a importância de acompanhar indicadores além da receita, como despesas não recorrentes e planos de investimento. Segundo analistas de mercado, o forte compromisso da empresa com IA pode pressionar margens no curto prazo, mas também criar vantagens competitivas em publicidade personalizada, realidade virtual e computação em nuvem no médio e longo prazos.
Curiosidade
Em fevereiro de 2022, a Meta havia registrado desvalorização de 26% em um único dia, perda então avaliada em mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado — a maior já sofrida por uma empresa dos EUA. Embora a queda de 12,3% desta semana seja menor em termos percentuais, ela ainda representa a maior perda da companhia no ano e mostra como as big techs seguem extremamente sensíveis a resultados trimestrais.
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