O vice-presidente de metaverso da Meta, Vishal Shah, enviou uma comunicação interna sugerindo que todas as áreas da companhia adotem a inteligência artificial como ferramenta cotidiana de trabalho. A meta declarada é clara: tornar as equipes cinco vezes mais eficientes. O documento marca o início da iniciativa AI4P (AI for Productivity), programa que pretende popularizar o uso da tecnologia em setores como engenharia, design, gerenciamento de produto e outras funções interdisciplinares.
Meta formaliza a iniciativa AI4P
Segundo a mensagem, obtida pelo site 404 Media, Shah afirma que o objetivo não é promover melhorias marginais, mas “uma mudança de mentalidade” sobre o papel da IA. Ele escreveu que a ferramenta deve deixar de ser encarada como novidade e passar a integrar o dia a dia da corporação, tal como e-mail ou videoconferência. Para atingir essa meta, a empresa se comprometeu a priorizar treinamento e adoção em larga escala.
O executivo também destacou que o conceito vai além da simples automação de rotinas: a indicação é de que gerentes de produto, designers e outros profissionais “arregacem as mangas” para construir protótipos, corrigir erros de código e explorar novos limites para a tecnologia. “Nosso objetivo é simples, mas audacioso: fazer da IA um hábito, não uma curiosidade”, reforçou.
Em termos práticos, a orientação interna prevê que colaboradores utilizem modelos de linguagem para gerar trechos de código, criar versões preliminares de peças gráficas e sintetizar dados de pesquisa, cortando etapas que normalmente exigiriam dias ou semanas. De acordo com dados da consultoria McKinsey, citados em workshops internos, a implantação organizada de IA generativa pode reduzir em até 40 % o tempo gasto em atividades de concepção e teste de produtos, o que corrobora a meta ambiciosa de quintuplicar a produtividade.
Redução de prazos e foco em inovação
Shah explicou que a companhia quer consolidar um fluxo de trabalho onde qualquer colaborador possa prototipar uma ideia em poucas horas. Ao encurtar ciclos de feedback, a Meta espera ganhar agilidade para competir em ambientes como realidade virtual, aumentada e redes sociais. “Imagine um mundo em que os ciclos de validação sejam medidos em horas, não em semanas”, escreveu o vice-presidente.
Analistas de mercado lembram que a Meta investe bilhões de dólares na construção do metaverso e precisa apresentar resultados concretos para justificar os custos. A adoção de IA em larga escala responde a essa pressão: quanto mais rápido forem produzidas novas experiências imersivas, menor o intervalo entre investimento e retorno. Relatórios indicam que, apenas em 2023, a divisão de realidade virtual consumiu mais de US$ 15 bilhões.
Outra frente da companhia é o laboratório de pesquisa destinado a desenvolver uma superinteligência artificial. Embora parte dos cientistas tenha deixado o projeto para retornar à OpenAI, o esforço permanece ativo e dialoga diretamente com a estratégia AI4P. Segundo especialistas do setor de recursos humanos, a disseminação de IA entre todos os cargos serve também como “campo de testes” para futuros produtos voltados a consumidores e empresas.
Impacto para funcionários e mercado
Para os colaboradores, a orientação de quintuplicar a produtividade gera expectativas e pressão. Consultorias de gestão alertam que metas agressivas precisam vir acompanhadas de suporte técnico, formação adequada e clareza de prioridades, caso contrário há risco de sobrecarga. A Meta afirma que “workshops semanais” e “mentorias entre pares” serão oferecidos para acelerar a curva de aprendizado.
No mercado de tecnologia, a movimentação reforça uma tendência observada em grandes grupos como Google, Microsoft e Amazon, que têm distribuído ferramentas de IA generativa a equipes internas. Quanto mais cedo essas soluções se tornarem padrão, maior é a probabilidade de surgirem produtos comerciais embutindo esses recursos, ampliando a concorrência por talentos e investimentos.

Imagem: Internet
De acordo com dados da International Data Corporation (IDC), os gastos globais corporativos com IA devem ultrapassar US$ 300 bilhões em 2026. A expectativa é que 25 % desse montante seja direcionado a aplicações de produtividade — justamente o foco da AI4P.
Análise para o leitor: caso a Meta consiga cumprir a meta de quintuplicar a eficiência, a prática pode redefinir prazos de lançamento de aplicativos, serviços e experiências no metaverso. Para consumidores, isso significa atualizações mais frequentes e recursos baseados em IA chegando de forma acelerada aos produtos da empresa.
Curiosidade
No início da década de 2010, a Meta — então Facebook — percorreu caminho semelhante ao adotar smartphones Android como plataforma de testes internos, obrigando executivos a usar o sistema para identificar falhas em seus aplicativos. O programa ficou conhecido como “Droidfooding”. A filosofia agora se repete com a IA: todos devem usar, aperfeiçoar e apontar limitações, transformando o laboratório interno em observatório permanente de inovação.
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