Quem assistiu a Vingadores: Ultimato acompanhou uma das maiores campanhas promocionais já realizadas pela Marvel Studios. Entretanto, bastidores revelam que a estratégia precisou driblar a falta de personagens-chave, mortos em Guerra Infinita, e que o roteiro deixou uma inconsistência lógica ligada às viagens no tempo.
Promoção sem metade do elenco principal
Lançado em 24 de abril de 2019, Ultimato chegou aos cinemas sob enorme expectativa, mas com um problema inédito para o departamento de marketing: vender o filme sem figuras centrais como Homem-Aranha e Pantera Negra, eliminados pelo estalar de dedos de Thanos no longa anterior.
De acordo com informações de bastidores, executivos cogitaram incluir esses personagens em pôsteres e trailers para sugerir um eventual retorno. Kevin Feige, presidente do Marvel Studios, vetou a ideia. Assim, todo o material promocional concentrou-se nos heróis sobreviventes — Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Viúva Negra, Hulk, Gavião Arqueiro e Máquina de Combate.
Para preservar segredos, a Marvel também alterou digitalmente cenas exibidas nos trailers. Personagens foram removidos ou tiveram uniformes substituídos, evitando que o público descobrisse com antecedência os trajes usados nas sequências de viagem no tempo.
Viagens temporais e a limitação dos Pym Particles
No enredo, o grupo dispõe de quantidade mínima de Partículas Pym para duas travessias: ida ao passado e retorno ao presente. A limitação amplia o suspense, pois qualquer erro significaria ficar preso em outra época.
No entanto, o próprio filme sugere uma solução simples para esse obstáculo. Se os heróis podem viajar a qualquer ponto da história, nada impediria que eles retrocedessem até um momento em que as partículas ainda estivessem disponíveis em abundância, coletassem mais frascos e repetissem o processo quantas vezes fosse necessário. Essa possibilidade, ignorada na narrativa, constitui a principal falha apontada por fãs e críticos após o lançamento.
A questão lembra o clássico paradoxo de contos sobre desejos infinitos: a narrativa precisa impor um limite artificial para preservar o drama. Na prática, o roteiro escolhe não explorar essa alternativa e mantém a tensão ao colocar a equipe diante de um recurso escasso.

Imagem: nichos que aparentente ninguém liga
Equilíbrio entre segredo e coerência narrativa
A decisão de ocultar personagens falecidos nos materiais promocionais funcionou do ponto de vista comercial. Ultimato arrecadou mais de US$ 2,7 bilhões e estabeleceu novos recordes de bilheteria. Ao mesmo tempo, a escolha de limitar as viagens temporais ajudou a sustentar a carga dramática, mas abriu espaço para questionamentos sobre lógica interna.
Para o estúdio, o resultado final compensou os riscos. A campanha fortaleceu a expectativa do público, enquanto o filme entregou momentos de grande impacto emocional. Ainda assim, o debate sobre a coerência da trama reforça a importância de alinhar elementos promocionais e roteiro para evitar inconsistências perceptíveis depois da sessão.
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Em resumo, Vingadores: Ultimato superou o desafio de promover-se sem parte do elenco, mas deixou a pergunta: por que não buscar mais Partículas Pym no passado? Continue acompanhando o site para outras análises de bastidores e curiosidades do universo cinematográfico.