Lua oculta estrela Antares neste sábado; veja como acompanhar do Brasil

Tecnologia

Uma rara ocultação lunar vai colocar a supergigante vermelha Antares atrás da Lua neste sábado, 27 de abril. O evento astronômico, que ocorre entre 13h09 e 17h01 (horário de Brasília), será totalmente visível apenas na Antártida e em ilhas do sul do Oceano Índico, mas deve gerar uma aproximação aparente entre os dois astros perceptível em várias regiões do planeta, inclusive no Brasil.

Quando e onde a ocultação será visível

De acordo com o guia InTheSky.org, a passagem da Lua em frente à estrela acontece enquanto o par está acima do horizonte na porção austral do globo. Observadores posicionados dentro do contorno vermelho delineado pelo serviço — que inclui a plataforma antártica e pequenas ilhas subantárticas — verão Antares desaparecer atrás do disco lunar. Em seguida, aqueles localizados na região marcada em azul acompanharão o reaparecimento do astro.

Fora dessas faixas, a ocultação não acontece ou ocorre com a Lua abaixo do horizonte. No território brasileiro, portanto, a estrela não chega a ser encoberta. Ainda assim, a proximidade visual entre ambos poderá ser notada logo após o pôr do sol de sábado. Segundo simulações, às 18h20 a Lua em fase crescente estará 33% iluminada e situada cerca de 27° acima do horizonte oeste. Antares aparecerá à direita do satélite natural, dentro da constelação de Escorpião, descendo em direção ao sudoeste até se pôr por volta das 22h55.

Características de Antares e da Lua em detalhe

Antares, também catalogada como Alpha Scorpii, ocupa o 16º lugar entre os pontos mais brilhantes do céu noturno. Com raio aproximado 883 vezes maior que o do Sol e distância de 600 anos-luz, a estrela exibe coloração avermelhada típica das supergigantes de classe M. Estudos estimam entre 15 e 18 massas solares distribuídas em densidade extremamente baixa. Se fosse colocada no centro do Sistema Solar, sua borda externa alcançaria a órbita situada entre Marte e Júpiter.

A Lua, por sua vez, mostrará a linha divisória entre dia e noite — o terminador — de forma pronunciada durante a fase crescente. Binóculos 10×50 ou telescópios modestos permitirão observar crateras irregulares e mares de lava solidificada formados há bilhões de anos. Especialistas recomendam apontar instrumentos para o limbo lunar, onde o contraste favorece o detalhamento das formações geológicas.

Como acompanhar o fenômeno no Brasil

Embora a ocultação completa não seja vista em solo brasileiro, astrônomos amadores poderão registrar a máxima aproximação aparente entre 18h e 20h. O ponto de observação deve ter horizonte oeste desobstruído. Para aumentar a qualidade das imagens, o ideal é utilizar câmera fotográfica com teleobjetiva ou adaptar smartphone a um suporte estável. O uso de aplicativo de céu virtual ajuda a localizar Antares e ajustar o equipamento.

Segundo relatos de associações de astronomia, a Lua e Antares formarão um par visualmente marcante, sobretudo em áreas com baixa poluição luminosa. A recomendação é chegar ao local ainda com luz diurna para calibrar instrumentos e evitar contratempos. Como a Lua encontra-se a cerca de 400 mil quilômetros da Terra e a estrela está a centenas de trilhões de quilômetros, o alinhamento é apenas aparente, mas oferece boa oportunidade para aulas práticas de paralaxe e escala cósmica.

Por que as ocultações são tão localizadas

A grande diferença de distância entre a Lua e estrelas causa variação na posição aparente do satélite de até dois graus quando observado de pontos opostos da Terra. Essa paralaxe explica por que a faixa de visibilidade da ocultação é estreita. Se, para um observador, a Lua cobre Antares, um segundo, a milhares de quilômetros, verá o satélite deslocado, sem interposição. Essa dinâmica faz com que eventos do tipo sejam comuns, mas raramente acessíveis a um mesmo público.

Impactos para entusiastas e pesquisadores

Ocultações lunares de estrelas brilhantes fornecem dados sobre a topografia do bordo lunar e ajudam a refinar efemérides astronômicas. Para o público geral, a aproximação visível deste sábado pode estimular a observação do céu e o interesse por ciências espaciais. Segundo especialistas, iniciativas de divulgação que aproveitam fenômenos simples ampliam o conhecimento coletivo e fortalecem clubes de astronomia locais.

Curiosidade

O nome Antares vem do grego e significa “rival de Ares”, referência ao planeta Marte, também avermelhado. Curiosamente, Marte passará pela mesma região do céu em setembro, repetindo o contraste que inspirou a denominação da estrela na antiguidade.

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