Sucesso da Netflix “K-Pop Demon Hunters” adota técnica ousada após impacto de “Homem-Aranha no Aranhaverso”

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“K-Pop Demon Hunters”, longa animado que lidera o ranking de visualizações da Netflix, passou por mudanças decisivas depois que sua equipe assistiu a “Homem-Aranha no Aranhaverso”. A reação ao filme da Sony fez os realizadores optarem por caminhos diferentes para alcançar identidade própria e garantir o êxito que hoje se reflete em recordes de audiência e bilheteria.

Influência determinante de um marco da animação

Co-diretora Maggie Kang relatou à Animation Magazine que esteve na pré-estreia de “Aranhaverso” e saiu convencida de que seria “impossível superar” o visual híbrido que combinava texturas 2D e 3D. Segundo Kang, a alternativa encontrada foi abandonar quase todos os elementos bidimensionais e concentrar esforços em um projeto totalmente gerado por computação gráfica (CGI). “Retiramos 99,9% do 2D”, disse a diretora, frisando que a produção manteve apenas referências estéticas de anime para modelar rostos e expressões.

O chefe de animação de personagens da Sony Pictures Imageworks, Josh Beveridge, complementou que a missão era traduzir a linguagem gráfica do 2D para um espaço tridimensional com “muito glamour, desfoque de lente e bokeh”, recursos normalmente associados à cinematografia live-action. A empresa, que também trabalhou em “Aranhaverso”, aplicou a experiência prévia para criar uma assinatura visual própria para a trama de caçadoras de demônios que se disfarçam de grupo de K-pop.

Estratégia de frame rate: humanos em 12 fps, demônios em 24 fps

Para reforçar a narrativa de confronto entre mundos, a equipe recorreu a velocidades de animação distintas. Personagens humanos foram animados “em 2s” — aproximadamente 12 quadros por segundo — enquanto as criaturas demoníacas receberam o fluxo completo de 24 quadros, prática conhecida como “em 1s”. Especialistas em animação apontam que o contraste confere fluidez superior aos antagonistas, reforçando a sensação de poder, ao passo que as heroínas parecem limitadas por sua natureza mortal.

Chris Appelhans, que divide a direção com Kang, explicou ao IndieWire que os artistas precisaram adotar “abordagem próxima ao stop motion” para alcançar expressões exageradas típicas de animes, mas totalmente esculpidas em 3D. O método evitou a sobreposição de linhas 2D na etapa de composição, garantindo unidade estética e permitindo que cada instrumento técnico servisse ao enredo, não apenas ao impacto visual.

Recepção e números que impressionam

Estreado este ano, “K-Pop Demon Hunters” tornou-se o filme mais assistido da história da plataforma, segundo dados internos da Netflix. Além da audiência, o longa atraiu público aos cinemas em mercados selecionados, performance incomum para produções concebidas prioritariamente para streaming. O resultado reforça tendência de convergência entre referências orientais — como música pop coreana — e inovações tecnológicas oriundas de Hollywood.

Analistas de mercado observam que o sucesso se deve à combinação de vários fatores: personagens carismáticos, trilha sonora destinada às paradas de K-pop e, principalmente, uma identidade visual que dialoga com movimentos recentes da indústria. Títulos como “Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, “Nimona” e “The Wild Robot” já exploram mistura de técnicas, mas o filme da Netflix demonstra que há espaço para diversificação estilística dentro do próprio CGI.

Impacto para o futuro da animação

Para o espectador, a estratégia de abandonar o 2D tradicional e ainda assim manter traços do anime prova que não existe fórmula única para a inovação estética. Estúdios podem experimentar frame rates, texturas e profundidade de campo para contar histórias de forma coerente com o roteiro. Segundo profissionais envolvidos na produção, a decisão de segmentar a animação por tipos de personagem deve inspirar novos projetos interessados em usar variações de movimento como ferramenta dramática.

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Imagem: Internet

Do ponto de vista do mercado, o desempenho recorde reforça a conveniência do investimento em animações originais de temática global — música pop, fantasia e cultura asiática — para conquistar audiências variadas. Para o usuário da Netflix, a repercussão pode resultar em catálogo mais diverso e em produções que arrisquem abordagens visuais menos convencionais.

Se você acompanha lançamentos de animação e deseja entender como outras obras vêm aplicando técnicas inovadoras, vale conferir a seção de entretenimento do portal, que analisa tendências similares em diferentes estúdios.

Curiosidade

Embora “K-Pop Demon Hunters” seja inteiramente digital, a equipe se inspirou em claymation — animação com massinha — para compor expressões. A escolha partiu do desejo de modelar emoções “à mão”, ainda que virtualmente, preservando a maleabilidade típica da argila. O resultado são personagens que, mesmo renderizados em 3D, exibem distorções faciais que remetem às transformações elásticas vistas em animes clássicos.

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