O premiado suspense “O Silêncio dos Inocentes”, lançado em 1991, quase teve Gene Hackman no papel de Hannibal Lecter e na cadeira de diretor. A informação, revelada por profissionais envolvidos na aquisição dos direitos do livro de Thomas Harris, mostra como uma decisão de última hora alterou o elenco e a condução de um dos títulos mais influentes do cinema.
Hackman comprou os direitos e planejou dirigir
Após a adaptação de “Dragão Vermelho” para o filme “Manhunter” (1986), os estúdios demonstravam pouco interesse em novos projetos relacionados ao universo criado por Harris. A situação mudou quando Hackman manifestou vontade de levar “O Silêncio dos Inocentes” às telas. Em parceria com Arthur Krim, presidente da Orion Pictures, o ator adquiriu 50 % dos direitos do livro. O plano incluía dirigir a produção e interpretar o psiquiatra canibal, proposta que despertou atenção imediata em Hollywood.
Bob Bookman, agente literário responsável por intermediar a compra, relatou que a iniciativa ocorreu depois de anos de negativas dos estúdios, que temiam outro fracasso comercial como o de “Manhunter”. A participação de Hackman, vencedor do Oscar por “Operação França” (1971), parecia garantir viabilidade financeira e prestígio artístico à adaptação.
Filha do ator convenceu-o a desistir
Durante a elaboração do primeiro rascunho do roteiro, o projeto sofreu uma reviravolta. De acordo com o agente Fred Specktor, a filha de Hackman leu o livro e pediu ao pai que abandonasse a produção devido ao conteúdo violento. O ator então comunicou a Krim que não seguiria adiante. Sem o parceiro, o executivo comprou a parte pertencente a Hackman, transferindo todo o controle para a Orion.
A saída do protagonista deixou o posto de diretor vago. A produtora optou por Jonathan Demme, que assumiu a condução do filme e selecionou Anthony Hopkins para o papel de Lecter. Ted Tally, roteirista responsável pela adaptação, soube da mudança enquanto ainda escrevia a primeira versão do texto.
Anthony Hopkins assumiu o papel e entrou para a história
Com Demme no comando e Hopkins como protagonista, “O Silêncio dos Inocentes” chegou aos cinemas em fevereiro de 1991. A recepção foi imediata: público e crítica elogiaram a química entre Hopkins e Jodie Foster, intérprete da agente Clarice Starling. O longa tornou-se o terceiro na história do Oscar a conquistar as cinco categorias principais — Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Ator e Atriz — repetindo feitos alcançados apenas em 1934 e 1975.
Hopkins reprisou o personagem em “Hannibal” (2001) e “Dragão Vermelho” (2002), consolidando Dr. Lecter como um dos vilões mais icônicos do cinema. Outros atores, como Brian Cox, Gaspard Ulliel e Mads Mikkelsen, também viveram o canibal em produções subsequentes, mas a performance de 1991 permanece como referência.

Imagem: Internet
Consequências para a carreira de Gene Hackman
Embora tenha deixado o projeto, Hackman conquistou novo reconhecimento pouco depois. Em 1992, atuou em “Os Imperdoáveis”, de Clint Eastwood, papel que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. O desempenho reforçou a versatilidade do artista, que já havia interpretado o vilão Lex Luthor em “Superman: O Filme” (1978).
Além de “O Silêncio dos Inocentes”, Hackman também recusou participar de “Seven: Os Sete Crimes Capitais” (1995), outro suspense marcante da década. As decisões evidenciam um padrão: evitar histórias com violência psicológica extrema, apesar do interesse inicial em Lecter.
Para quem deseja acompanhar outras notícias sobre cinema e entretenimento, é possível acessar a seção dedicada no site Remanso Notícias – Entretenimento, onde novidades do setor são publicadas regularmente.
O caso revela como escolhas individuais podem alterar rumos de produções e carreiras. Sem a interferência da filha de Hackman, “O Silêncio dos Inocentes” possivelmente teria outra estética e interpretação do personagem central. A decisão, no entanto, permitiu que Anthony Hopkins entregasse uma atuação considerada definitiva e que Hackman seguisse para projetos mais alinhados ao seu gosto pessoal.
Curiosidade
Jonathan Demme, inicialmente, cogitou Michelle Pfeiffer para o papel de Clarice Starling, mas a atriz recusou por considerar o roteiro sombrio demais. A oportunidade aberta impulsionou Jodie Foster, que já demonstrava interesse na personagem, a insistir pelo papel — escolha que lhe garantiu o segundo Oscar da carreira.
Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no RN Tecnologia, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!


