Festival do Rio 2025 exibe O Agente Secreto e abre com Depois da Caçada

Entretenimento

O Festival do Rio chega à 27ª edição com programação até 12 de outubro, distribuindo centenas de sessões em diversos cinemas do Rio de Janeiro. Reconhecido como um dos principais eventos de cinema da América Latina, o festival apresenta produções nacionais e internacionais inéditas, destaca novos talentos e projeta títulos de realizadores consagrados.

Programação de abertura e destaques nacionais

A cerimônia de abertura trouxe o longa Depois da Caçada, novo trabalho do diretor italiano Luca Guadagnino, escolhido para inaugurar a mostra. A trama acompanha a professora universitária Alma Imhoff, interpretada por Julia Roberts, que se vê no centro de um conflito ético depois que uma aluna acusa um colega, seu amigo de longa data, de agressão sexual. O roteiro é assinado por Nora Garrett, em sua estreia como roteirista de longas-metragens, e reúne ainda os atores Andrew Garfield no papel do acusado Hank Gibson e Ayo Edebiri como a estudante Maggie Price.

O principal representante brasileiro é O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura. A produção foi escolhida para disputar uma vaga na categoria de Filme Internacional do Oscar 2026. Segundo dados oficiais do festival, o longa narra a história de um ex‐diplomata recrutado para uma operação clandestina que coloca à prova suas convicções políticas e pessoais.

Além de referendar o nome de Mendonça Filho — vencedor do Prêmio do Júri em Cannes com Bacurau —, a seleção de O Agente Secreto reforça a estratégia brasileira de investir em narrativas de impacto global. Especialistas em premiações afirmam que a visibilidade conquistada no Festival do Rio pode ampliar as chances do título se destacar na temporada internacional.

Produções internacionais marcam presença forte

No circuito internacional, Depois da Caçada chama atenção por abordar temas contemporâneos como a cultura universitária e os desafios relacionados a denúncias de assédio. A obra se passa em um campus onde tensões sociais e políticas afloram, inserindo discussões sobre raça, gênero e poder. Guadagnino, que obteve reconhecimento com Me Chame Pelo Seu Nome, retoma a parceria com grandes estúdios e apresenta seu terceiro lançamento em menos de dez anos, sinalizando ritmo produtivo acelerado.

Outra atração estrangeira é Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria, thriller cômico escrito e dirigido por Mary Bronstein. Na história, Rose Byrne interpreta Linda, mãe que enfrenta o desaparecimento do marido, a doença misteriosa da filha e dificuldades financeiras que a obrigam a se hospedar em um hotel. O filme explora a escalada de frustração da personagem em meio a obstáculos cotidianos, sem recorrer a elementos sobrenaturais.

Segundo o catálogo do festival, a sessão do longa de Bronstein pretende estimular debates sobre saúde mental e os limites de resiliência familiar. A produção reafirma a tendência de enredos centrados em protagonistas femininas, observada em edições recentes de festivais internacionais.

Panorama geral e impacto para a indústria

Relatórios da organização indicam que a mostra deste ano conta com mais de 250 títulos, entre curtas e longas, distribuídos em salas tradicionais, centros culturais e espaços ao ar livre. A programação diversificada inclui seções competitivas, retrospectivas e atividades de indústria, como painéis sobre coprodução e mercado de streaming. Segundo especialistas em distribuição, a vitrine carioca funciona como passo inicial para acordos de licenciamento na América Latina.

O Festival do Rio também promove encontros entre produtores emergentes e compradores internacionais. De acordo com dados do evento, a edição anterior resultou em 40 contratos de vendas de direitos de exibição. A expectativa para 2025 é superar esse número, impulsionada pelo aumento de plataformas de vídeo sob demanda que buscam conteúdo regionalizado.

Para o público local, a presença física de cineastas e elencos tende a movimentar a cadeia turística. A Riotur calcula que, em 2024, o festival gerou impacto econômico superior a R$ 35 milhões em hospedagem, alimentação e serviços. A projeção deste ano considera fluxo semelhante, favorecido pelo feriado prolongado na semana de encerramento.

O que o espectador pode esperar

A combinação de nomes consagrados, candidatos ao Oscar e produções independentes oferece panorama abrangente da cinematografia atual. Quem busca cinema de gênero encontra no thriller de Mary Bronstein uma proposta compacta, enquanto admiradores de dramas políticos têm em O Agente Secreto um exemplo de narrativa brasileira com ambição internacional. Já Depois da Caçada entrega reflexão sobre dilemas acadêmicos e morais, tema que, segundo pesquisadores de mídia, deve ganhar visibilidade diante de debates sobre assédio em instituições de ensino.

Para o espectador comum, o festival é oportunidade de assistir a obras antes de seu lançamento comercial. Muitos filmes não chegam ao circuito comercial tradicional, permanecendo restritos a streamings ou mostras pontuais. A edição 2025 reforça, portanto, a importância dos eventos presenciais na formação de público e na difusão de títulos fora do mainstream.

Curiosidade

Você sabia que a primeira edição do Festival do Rio, realizada em 1999, reuniu pouco mais de 100 filmes, quantidade inferior à metade do número atual? O crescimento contínuo coloca o evento entre os dez maiores festivais de cinema do mundo em volume de títulos, segundo levantamento da Federação Internacional de Produtores de Filmes (FIAPF).

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Com isso, o Festival do Rio 2025 consolida-se como ponto de encontro entre criadores, distribuidores e público, fortalecendo a produção audiovisual brasileira e ampliando seu alcance internacional. Fique de olho na programação e aproveite para descobrir novos filmes antes de eles chegarem às salas comerciais ou às plataformas de streaming.

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