Estudo revela que vespas e abelhas lideram mortes causadas por animais nos EUA

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Entre 2018 e 2023, 1.604 pessoas morreram nos Estados Unidos em consequência de encontros com animais. A conclusão faz parte de um levantamento publicado na revista Environmental Health Insights, que analisou registros do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Os dados indicam média anual de 267 fatalidades, número que cresceu 38 % em cinco anos, passando de 227 óbitos em 2018 para 313 em 2023.

Insetos com ferrão concentram quase um terço das fatalidades

Segundo o estudo, vespas, abelhas e marimbondos formam o grupo mais letal: 497 mortes, o equivalente a 31 % do total. As vítimas sofreram choque anafilático ou complicações posteriores às picadas. Essa categoria isolada supera, por ampla margem, todos os demais tipos de animais analisados.

Na sequência aparecem os chamados “outros mamíferos”, responsáveis por 458 óbitos. A maioria envolve acidentes com cavalos e gado. Ainda assim, o relatório documenta 26 mortes provocadas por ursos — duas delas atribuídas a ursos-polares — e duas por ataques de pumas. Já os répteis venenosos, frequentemente vistos como ameaça principal, correspondem a parcela muito menor: as mordidas de cobras venenosas resultaram em 30 mortes no período, enquanto picadas de aranhas contabilizaram 26.

Regiões sulistas concentram quase metade dos casos

A distribuição geográfica mostra forte concentração no Sul do país. Texas, Flórida e Geórgia responderam, juntas, por 46,8 % de todas as fatalidades registradas. O Nordeste apresentou o menor índice, com 9,9 % dos casos. Os autores sugerem que condições climáticas mais quentes podem favorecer a atividade de espécies venenosas, ampliando o risco de incidentes.

O agravamento de eventos extremos ligado às mudanças climáticas também é citado como possível fator indireto. Temperaturas elevadas prolongam o período de atividade de insetos e répteis, além de alterar a distribuição de animais silvestres. Esse cenário pode aumentar a probabilidade de contato entre humanos e fauna potencialmente perigosa.

Alta de ataques de cães após o início da pandemia

O levantamento revela ainda crescimento expressivo nas mortes causadas por cães. Foram 420 vítimas entre 2018 e 2023, com aumento de 2,7 vezes ao longo do intervalo analisado. Os pesquisadores relacionam a tendência ao maior número de adoções durante a pandemia de COVID-19 e ao tempo prolongado de convivência domiciliar.

Outro dado relevante diz respeito a animais venenosos em geral. A média anual de óbitos por envenenamento saltou de 69 por ano (1991–2001) para 107 por ano (2018–2023). Isso confirma evolução consistente, embora o percentual continue inferior ao registrado para insetos que provocam reações alérgicas severas.

Apesar do aumento absoluto, o risco individual permanece baixo: 0,8 morte por milhão de habitantes no período estudado. Mesmo assim, os pesquisadores recomendam intensificar campanhas de conscientização, especialmente em estados com índices mais altos, e reforçar protocolos de atendimento rápido a vítimas de picadas e mordidas.

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O estudo reforça a necessidade de vigilância constante e políticas públicas voltadas à prevenção, sobretudo em regiões onde o contato com animais é mais frequente. Manter estoques de antídotos, ampliar treinamento médico e orientar a população rural e urbana são medidas apontadas como essenciais pelos autores.

Curiosidade

Embora os répteis venenosos tenham fama de vilões, eles aparecem apenas na terceira posição entre as causas de morte do estudo. Já os insetos com ferrão, responsáveis pelo maior número de óbitos, costumam passar despercebidos no debate público sobre riscos de animais. A combinação de reações alérgicas graves e alta incidência explica a liderança desse grupo nas estatísticas. Conhecer os sintomas de anafilaxia e buscar socorro imediato continua sendo a principal forma de reduzir fatalidades.

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