Um levantamento conduzido por pesquisadores do Imperial College London, da Kyushu Sangyo University e da Georgia State University indica que o jogo The Legend of Zelda: Breath of the Wild pode aumentar a percepção de felicidade e propósito na vida. O trabalho, publicado no periódico JMIR, envolveu mais de 500 estudantes universitários.
Pesquisa internacional analisa mais de 500 universitários
Os participantes foram distribuídos de forma aleatória em dois grupos. Enquanto um grupo jogou o título de mundo aberto da Nintendo, o outro assistiu a filmes do estúdio japonês Ghibli, como Meu Amigo Totoro e O Serviço de Entregas da Kiki. Ao final das sessões, todos responderam a um questionário que avaliou seis dimensões: sensação de exploração, calma, domínio, habilidade, propósito e significado.
De acordo com os resultados, tanto o jogo quanto os filmes favoreceram aumentos nos indicadores de felicidade, mas o impacto foi mais pronunciado entre quem percorreu o universo virtual de Hyrule. Os pesquisadores apontam que o modelo de mundo aberto, que estimula a curiosidade e permite liberdade de decisão, favorece sentimentos de descoberta e autonomia — fatores associados ao bem-estar psicológico.
Videogame e cinema japonês no combate ao estresse
O estudo destaca que atividades de “escapismo ativo”, como jogos eletrônicos, oferecem mais do que simples distração. Jogar Breath of the Wild proporcionou momentos de serenidade aos estudantes, que relataram sensação de paz ao cavalgar por planícies, coletar recursos ou observar o nascer do sol em picos elevados do mapa. Esse tipo de experiência, segundo os autores, ajuda a recuperar energia mental e reduzir sintomas de estresse, ansiedade e esgotamento.
Para Andreas B. Eisingerich, professor da Imperial College Business School e um dos autores do artigo, o contato com narrativas arquetípicas — missões heroicas em cenários expansivos — cria a impressão de contribuir para algo “maior do que si mesmo”, mesmo que em ambiente fictício. Essa percepção, avalia o pesquisador, reforça sentimentos de propósito e satisfação.
O experimento também mostrou ganhos de calma e significado após sessões de filmes do Studio Ghibli, reforçando que diferentes mídias podem desempenhar papel semelhante na saúde mental. Ainda assim, a interação direta e a sensação de agência presentes nos jogos pareceram potencializar os efeitos positivos.

Imagem: Nade Sarwar Published Au
Metodologia e próximos passos
A equipe utilizou um desenho randomizado controlado, garantindo distribuição equilibrada dos participantes e maior confiabilidade nos achados. A amostra foi composta por estudantes de diferentes áreas, o que, segundo os autores, amplia a validade externa do estudo. Questionários padronizados aferiram o estado emocional antes e depois das atividades, permitindo mensurar variações concretas.
Os pesquisadores sinalizam a necessidade de investigações adicionais que incluam faixas etárias variadas e períodos de acompanhamento mais longos. Também sugerem comparar outros gêneros de jogos para verificar se os efeitos observados se repetem ou variam conforme o estilo de gameplay.
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No geral, o estudo reforça a ideia de que experiências interativas, quando bem conduzidas, podem ir além do entretenimento, oferecendo benefícios mensuráveis ao bem-estar. Continue acompanhando nossas publicações para saber como tecnologia e cultura pop influenciam a saúde e o cotidiano.