O Epic Universe, novo parque da Universal em Orlando, começou a recepcionar visitantes em caráter antecipado e já se destaca como o maior empreendimento do género nos Estados Unidos em duas décadas. Planejado desde 2019, o complexo reúne cinco áreas totalmente temáticas ligadas por portais que simulam “saltos” entre mundos de cinema, jogos e literatura.
Portais conectam cinco universos distintos
Logo na entrada, o visitante atravessa o portão batizado de “Chronos” e chega a Celestial Park, um hub ajardinado com fontes interativas, restaurantes e a montanha-russa dupla Stardust Racers, que atinge velocidades comparáveis à famosa VelociCoaster. Dali partem os acessos para os demais cenários.
Super Nintendo World reproduz o Reino Cogumelo em vários níveis, blocos móveis e personagens animados. O principal destaque é a atração Mario Kart: Bowser’s Challenge, que utiliza visores de realidade aumentada para projetar adversários virtuais durante o percurso. A área ainda inclui o inédito submundo de Donkey Kong, com a montanha-russa Mine Cart Madness, cujo carrinho parece saltar trilhos quebrados graças a um mecanismo oculto.
Inspirado em “Como Treinar o Seu Dragão”, Isle of Berk ocupa o maior espaço aberto do parque. Além da montanha-russa familiar Hiccup’s Wing Gliders, o local apresenta dragões robóticos em tamanho real. O filhote Dart, controlado de forma autônoma, circula entre os visitantes e reforça a proposta de interação ao vivo.
Na ala mágica, Wizarding World – Ministry of Magic transporta o público para a Paris dos anos 1920 antes de conduzi-lo, por meio de efeitos de Flu, ao Ministério britânico. A atração principal, Battle for the Ministry of Magic, combina cenários físicos e projeções de alta definição em veículos que simulam elevadores desenfreados.
Por fim, Dark Universe homenageia os monstros clássicos da Universal em um vilarejo gótico. O percurso escuro Monsters Unchained: The Frankenstein Experiment reúne lobisomem, Drácula e Criatura da Lagoa Negra em animatrônicos de grande porte. À noite, atores caracterizados e efeitos de iluminação prometem intensificar a atmosfera de terror permanente.
Tecnologia amplia a sensação de realidade
O parque aposta em recursos imersivos já consolidados em outras plataformas. No Super Nintendo World, a Pulseira Power-Up (vendida à parte) registra pontuações de minijogos físicos e funciona ainda como Amiibo para o Nintendo Switch. No universo bruxo, varinhas interativas ativam vitrines e quadros falantes. Segundo Kathryn Yu, cofundadora do Immersive Experience Institute, a estratégia “aproxima as franquias do público ao transformar cenários virtuais em experiências táteis e imprevisíveis”.
Robótica também ganha espaço. Além de Dart, dragões animatrônicos surgem em ninhos, paredes e shows ao vivo na Isle of Berk. No Dark Universe, Frankenstein de tamanho real se move diante da plateia, enquanto drones em formato de dragão devem sobrevoar o parque em apresentações noturnas.
Embora o Apple Vision Pro e o Meta Quest 3 ofereçam realidade aumentada doméstica mais avançada, a combinação de cenários palpáveis, atuação humana e efeitos digitais cria uma camada emocional que só grandes complexos ao ar livre conseguem fornecer. Jakob Wahl, presidente da associação global IAAPA, define o Epic Universe como “exemplo de integração multissensorial que redefine a expectativa do visitante”.

Imagem: Internet
Expansões e tendência de experiências híbridas
A Universal planeja conteúdos adicionais para o Epic Universe, e rumores apontam possíveis áreas dedicadas a Zelda ou Pokémon. Paralelamente, o grupo testa instalações menores, como um espaço de horror permanente em Las Vegas e um parque infantil no Texas, indicando que formatos compactos podem coexistir com megaprojetações.
Disney e outras empresas observam o movimento. No passado, a companhia experimentou o hotel imersivo Galactic Starcruiser, descontinuado um ano depois pelo elevado custo. Analistas do setor avaliam que projetos em escala reduzida, similares às instalações da Meow Wolf, permitem maior rotatividade de cenários e menor risco financeiro.
Com a inauguração do Epic Universe, a disputa por imersão ganha novo patamar e deve influenciar tanto lançamentos de videogames quanto produções cinematográficas, reforçando o ciclo de conteúdo que se estende do sofá ao parque temático.
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Resumo: O Epic Universe apresenta cinco mundos conectados, atrações que unem robótica, AR e atuação ao vivo, e estabelece novas referências para entretenimento imersivo. Explore os detalhes, planeje sua visita e observe como essa tendência pode chegar a outros parques e dispositivos em breve.
Curiosidade
Durante a construção, engenheiros da Universal usaram protótipos em realidade virtual para ajustar percursos de montanhas-russas antes mesmo de erguer trilhos no local. O método reduziu retrabalho estrutural e encurtou prazos de testes. A iniciativa reforça como a própria tecnologia de VR, presente em algumas atrações, também foi ferramenta essencial nos bastidores do parque.