Na noite entre 7 e 8 de setembro, a Lua passará completamente pela sombra da Terra e exibirá o característico tom avermelhado que lhe vale o apelido de “Lua de Sangue”. O fenômeno deverá alcançar o maior público da história, com estimativa de visibilidade total para cerca de 7 bilhões de habitantes, o equivalente a 60 % da população mundial.
Onde e quando observar o eclipse
A sequência completa — da penumbra inicial ao retorno da claridade — terá duração de 3 horas, 29 minutos e 24 segundos. O momento de totalidade começará após a fase parcial, quando o satélite estiver totalmente imerso na umbra terrestre.
Segundo as projeções astronômicas:
- Visão integral: grande parte da Ásia, um pequeno trecho do leste da África e a porção ocidental da Austrália poderão acompanhar todas as fases do evento.
- Visão parcial com totalidade: restante da África, demais áreas da Austrália, boa parte da Europa e o litoral leste do Brasil verão tanto a parcialidade quanto o ponto máximo do eclipse.
- Visão limitada: América do Norte, América Central e grande porção da América do Sul ficarão fora da zona de totalidade e, em muitos casos, nem a fase parcial será perceptível.
Para consultar os horários exatos em cada cidade, ferramentas especializadas como calculadoras de efemérides podem ser utilizadas.
Por que este eclipse é considerado recordista
A configuração orbital nesta data coloca o disco lunar acima do horizonte de regiões densamente povoadas, possibilitando que até 87 % dos habitantes do planeta presenciem pelo menos parte do espetáculo. Caso as condições meteorológicas colaborem, será o maior público potencial já registrado para um eclipse lunar.
Para fins de comparação, o primeiro eclipse lunar de 2025, ocorrido em março, favoreceu majoritariamente as Américas. A distribuição quase oposta do evento de setembro reforça a raridade de um alcance tão amplo.
Entenda a formação da “Lua de Sangue”
Eclipses lunares ocorrem em períodos de syzygy, quando Sol, Terra e Lua se alinham durante a fase de Lua cheia. Como a órbita lunar é levemente inclinada em relação ao plano orbital terrestre, esse alinhamento não acontece todos os meses. O encontro entre os astros nos chamados “nós” da órbita propicia o fenômeno, normalmente a cada seis meses.
O tom avermelhado surge porque a atmosfera da Terra filtra a luz solar. Os comprimentos de onda azul e verde são dispersados, enquanto o vermelho atravessa a atmosfera e alcança a superfície lunar, tingindo-a de carmim. É o mesmo princípio que colore o céu nos amanheceres e entardeceres.

Imagem: Loveyourmothernature
Eclipses e seus marcos históricos
Em 1973, cientistas utilizaram um avião supersônico Concorde para acompanhar um eclipse solar por 74 minutos, estabelecendo um recorde de observação contínua. Já o eclipse solar mais longo deste século ocorrerá em 2 de agosto de 2027, com duração prevista de 6 minutos e 23 segundos.
Mais recentemente, instrumentos embarcados na missão lunar Blue Ghost registraram um eclipse solar no satélite natural, oferecendo imagens inéditas diretamente da superfície da Lua.
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Em resumo, o eclipse total da noite de 7 para 8 de setembro promete um espetáculo raro, acessível a bilhões de pessoas. Prepare telescópio, binóculos ou apenas um local com boa visibilidade do céu e acompanhe a Lua enquanto ela se transforma em um disco vermelho profundo.
Curiosidade
Durante a totalidade, a temperatura na superfície lunar pode cair mais de 100 °C em poucos minutos por falta de insolação direta. Esse brusco resfriamento é estudado para avaliar como equipamentos e futuros habitats suportariam variações extremas de temperatura na Lua.
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