Disney processa Sling TV por passes diários que incluem ESPN

Tecnologia

Disney entrou na justiça contra a Sling TV, acusando a plataforma de violar o contrato de distribuição ao lançar passes de curto prazo que oferecem canais como ESPN por valores a partir de US$ 4,99.

Entenda o foco da disputa

A ação judicial foi protocolada esta semana em um tribunal federal dos Estados Unidos. De acordo com a petição, a gigante do entretenimento alega que a Sling TV, pertencente ao grupo Dish Network, comercializou os chamados “Day Passes” sem solicitar aprovação prévia, contrariando cláusulas do acordo de licenciamento entre as duas empresas.

Esses passes permitem que o usuário pague US$ 4,99 para ter acesso, durante 24 horas, a um pacote de canais ao vivo que inclui a ESPN e outras emissoras controladas pela Disney. Há ainda opções para fins de semana ou uma semana inteira, com preços progressivos. O modelo, segundo a Disney, altera a base do contrato original, que previa pacotes mensais e condições específicas para a distribuição de conteúdo esportivo e de entretenimento.

Argumentos apresentados pelas partes

Na ação, a Disney alega que não foi consultada sobre o novo produto, classificando-o como “oferta não autorizada” que fere termos contratuais de exclusividade, duração mínima de assinatura e remuneração. A empresa solicita que o tribunal obrigue a Dish e a Sling TV a suspender a venda dos passes ou, alternativamente, a renegociar os termos conforme o contrato vigente.

Em nota encaminhada a veículos norte-americanos, a Disney afirmou que “as novas ofertas, disponibilizadas sem nosso conhecimento ou consentimento, não respeitam as condições do acordo de licenciamento”. A companhia argumenta que a prática pode depreciar o valor de seus canais, sobretudo em período crítico para a audiência esportiva.

Já a Sling TV declarou que mantém confiança na legalidade do produto e que pretende “defender vigorosamente” o lançamento. A empresa defende que os passes diários ampliam a flexibilidade para o consumidor, permitindo acesso pontual a eventos específicos sem a necessidade de firmar contratos mensais.

Contexto de mercado e impacto imediato

A disputa ocorre às vésperas do início da temporada de futebol americano universitário, um dos períodos de maior audiência para a ESPN. Analistas do setor avaliam que a possibilidade de pagar apenas por um dia de transmissão pode alterar hábitos de consumo de torcedores, reduzindo receitas de pacotes tradicionais. O temor da Disney é que os passes de curto prazo diluam o valor agregado dos direitos esportivos e incentivem a rotatividade de assinantes.

Para a Sling TV, por outro lado, o modelo se encaixa na estratégia de atrair usuários que procuram alternativas econômicas ao cabo tradicional. A empresa já oferece pacotes mensais com valores inferiores aos serviços concorrentes e agora tenta explorar nichos de consumo ocasional, como fãs interessados em uma partida específica ou em um fim de semana de competições.

O que pode acontecer a seguir

Caso o tribunal aceite o pedido de liminar da Disney, a Sling TV poderá ser obrigada a suspender imediatamente a comercialização dos passes, ao menos até que haja decisão definitiva ou novo acordo. Dependendo do resultado, o caso pode influenciar outros serviços de streaming que consideram ofertas temporárias semelhantes.

Especialistas em propriedade intelectual destacam que contratos de distribuição de conteúdo costumam conter cláusulas detalhadas sobre formato, duração e preço de assinatura. Mudanças aparentemente simples, como a redução do período mínimo de acesso, podem gerar disputas milionárias, especialmente quando envolvem direitos esportivos de alto valor.

Até o momento, não há previsão de audiência inicial. As companhias seguem negociando nos bastidores, mas a Disney optou por recorrer à Justiça para acelerar a resolução. A Sling TV, por sua vez, mantém os passes ativos e incentiva usuários a aproveitarem as ofertas enquanto o serviço continua disponível.

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Em resumo, a ação da Disney contra a Sling TV coloca em evidência as tensões entre programadores e distribuidores no cenário de streaming. Fique atento às atualizações para saber como a decisão judicial poderá impactar seus serviços favoritos.

Curiosidade

A ESPN, centro da disputa, foi lançada em 1979 como o primeiro canal de esportes 24 horas do mundo. Hoje, pertence 80% à Disney e 20% à Hearst Communications. A marca transmite mais de 65 modalidades diferentes e chega a cerca de 200 países. Seu nome é a sigla para “Entertainment and Sports Programming Network”. A popularidade do canal faz dele um dos ativos mais valiosos do portfólio Disney.

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