O cineasta James Gunn, responsável pela série Pacificador, confirmou durante uma coletiva de imprensa virtual que considerou incluir o personagem Deadpool em um dos episódios da segunda temporada da produção da DC. A participação, discutida diretamente com o ator Ryan Reynolds, chegou a ser esboçada no roteiro, mas acabou descartada antes do início das filmagens.
Cameo foi travado por barreiras contratuais
De acordo com Gunn, a cena mostraria a equipe do governo abrindo uma das múltiplas portas dimensionais exploradas no enredo da nova temporada. Ao cruzar o portal, os agentes encontrariam Deadpool em uma sala isolada. O diretor afirmou ter conversado com Reynolds e obtido sinal verde do ator, porém reconheceu que “seria necessário superar muitos desafios” para unir propriedades intelectuais de Marvel Studios e Warner Bros. Discovery.
Os impedimentos envolvem acordos de licenciamento, cronogramas de produção e a ausência de uma negociação formal entre os dois estúdios. Sem consenso jurídico, a breve participação foi removida do roteiro final. Na avaliação de executivos ouvidos pelo mercado, cruzamentos entre marcas concorrentes continuam raros exatamente pela complexidade contratual e pela proteção de ativos estratégicos.
Multiverso amplia possibilidade de crossovers
A segunda temporada de Pacificador aborda o conceito de multiverso, tendência presente em diversas produções recentes de super-heróis. Segundo o showrunner, a equipe de personagens percorre realidades paralelas para cumprir missões governamentais, circunstância que abriu espaço criativo para aparições inesperadas. A escolha de Deadpool, considerado especialista em quebrar a quarta parede, seria uma maneira de ilustrar a permeabilidade entre universos de HQs.
Embora a cena tenha sido retirada, analistas de entretenimento lembram que iniciativas semelhantes já ocorreram no passado. Em 2022, a própria série da DC exibiu um breve cameo digital da Liga da Justiça no episódio final da primeira temporada. No cinema, projetos como Space Jam (1996) e Uma Cilada para Roger Rabbit (1988) também combinaram personagens de estúdios diferentes, mas sob acordos pontuais e complexos.
Conversa informal com Ryan Reynolds
Gunn relatou que as discussões avançaram até a etapa de roteiro e contaram com o entusiasmo de Reynolds. O ator, que voltará aos cinemas em Deadpool & Wolverine, demonstrou interesse em romper pela primeira vez a barreira entre Marvel e DC em live-action. No entanto, faltou tempo hábil para elaborar contratos e alinhar calendários de produção.
Segundo especialistas em propriedade intelectual, qualquer negociação desse tipo exige autorização dos detentores das marcas, definição de divisão de receitas, aprovação de uso de imagem e garantias criativas. Sem uma mesa de diálogo formal entre Marvel Studios (controlada pela Disney) e DC Studios (braço da Warner), a iniciativa não avançou.
Impacto para o setor de streaming e franquias
A possível aparição do Mercenário Tagarela chamou atenção porque sinalizaria um raro gesto de cooperação entre conglomerados rivais em plena disputa por assinantes de streaming. De acordo com dados da consultoria Ampere Analysis, DC e Marvel concentram mais de 70% das produções de heróis exibidas em plataformas como Disney+ e HBO Max. Um crossover oficial poderia estimular parcerias futuras, elevar audiência e criar novas linhas de produtos licenciados.
Para o público, a cena adicionaria valor de entretenimento e reforçaria o conceito de multiverso como elemento narrativo dominante na cultura pop. No entanto, analistas apontam que tal colaboração dependeria de alinhamento estratégico, já que cada estúdio possui cronogramas, diretrizes de marca e metas de receita distintas.

Imagem: Elvis de Sá
Possíveis desdobramentos
A revelação de James Gunn reacendeu debates sobre a viabilidade de encontros entre heróis de editoras diferentes. Relatórios de mercado indicam que produções com multiverso tendem a manter alto engajamento, especialmente entre espectadores que acompanham várias franquias. Nesse contexto, a ideia de um crossover Marvel-DC não é descartada, mas exigiria contratos robustos e aprovação de altas lideranças corporativas.
Por ora, a segunda temporada de Pacificador continua exclusiva do HBO Max, enquanto Deadpool & Wolverine integra o catálogo do Disney+. A coexistência de ambas as marcas em serviços separados reforça as dificuldades de viabilizar participações cruzadas, mas também evidencia o potencial de marketing caso uma parceria inédita seja firmada.
Para o espectador, a informação de bastidores confirma que projetos aparentemente improváveis podem chegar às fases iniciais de planejamento. Se concretizadas, colaborações desse porte poderiam ampliar o alcance das franquias, gerar eventos cinematográficos de grande repercussão e influenciar a forma como o público consome conteúdos de super-herói.
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Curiosidade
Em 1996, a minissérie em quadrinhos “DC vs. Marvel” colocou heróis das duas editoras lado a lado, mas a iniciativa permaneceu restrita às páginas impressas. A tentativa de James Gunn de repetir o feito em live-action mostra que, quase três décadas depois, a ideia ainda fascina público e criadores — faltando apenas um acordo entre estúdios para sair do papel.
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