Descansar não custa nada, mas garantir conforto pode sair caro. A indústria global do sono movimentou US$ 63,9 bilhões em 2023 e deve alcançar US$ 108,2 bilhões até 2032. Entre colchões, bases ajustáveis, dispositivos vestíveis e suplementos, consumidores gastam cifras cada vez maiores na tentativa de dormir melhor.
O que leva as pessoas a investir tanto em dormir
A preocupação com a qualidade do sono ganhou força porque a privação prolongada está associada a doenças cardiovasculares, hipertensão e acidente vascular cerebral. Cerca de 50 milhões a 70 milhões de norte-americanos sofrem de distúrbios crônicos do sono, segundo o National Heart, Lung and Blood Institute. Dados da American Academy of Sleep Medicine indicam que um em cada três norte-americanos utiliza rastreadores de sono, o que estimula a busca por soluções pagas.
Exemplo extremo é o de Nadine Liersaph, que desembolsou cerca de US$ 12 mil em uma cama king dividida com base ajustável. Para ela, o investimento compensa o alívio de dores crônicas e ondas de calor noturnas. No entanto, histórias como a de Caitlin Bowers mostram o risco de comprar além do necessário: aos 28 anos, ela financiou por quatro anos um combo colchão-base de US$ 5,3 mil e depois descobriu que a função ajustável não melhorava seu sono.
Quanto as pessoas estão dispostas a pagar
Pesquisa da CNET realizada em outubro nos Estados Unidos revelou que adultos aceitariam gastar em média US$ 78 por mês — menos de US$ 1 000 por ano — para dormir melhor. Mesmo assim, itens básicos podem superar esse valor rapidamente. Um colchão híbrido de nível intermediário, como o Brooklyn Bedding Signature, custa aproximadamente US$ 1 330. Quando se acrescentam um travesseiro de US$ 100, jogo de lençóis de US$ 170 e edredom de US$ 156, a conta passa de US$ 1 750.
A depreciação dilui o impacto: colchões duram sete a dez anos, mas o desembolso inicial costuma ser elevado. Além disso, gastos extras com suplementos, máquinas de ruído branco ou protetores de colchão aumentam a soma.
Estratégias para controlar os custos
Especialistas sugerem avaliar necessidades reais antes de comprar. Dr. David Kuhlmann, da American Academy of Sleep Medicine, lembra que boa higiene do sono exige, sobretudo, hábitos: horário consistente para deitar e levantar, redução de luz intensa e afastamento de telas meia hora antes de dormir. Essas medidas não custam nada.
Para produtos de maior valor, observar o calendário de promoções ajuda. Colchões podem ter descontos de até 50% em feriados nos Estados Unidos, como Memorial Day ou Presidents Day. Testes gratuitos e políticas de devolução permitem experimentar sem compromisso.
Também vale questionar ofertas que prometem revolucionar o sono. Segundo Kevin Chon, cofundador da Coop Sleep Goods, o mercado usa reduções de preço “de vitrine” para criar sensação de urgência. Pesquisar avaliações independentes e monitorar preços por algumas semanas evita armadilhas.

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Identificando o que realmente faz diferença
Cada pessoa tem necessidades específicas. Quem sofre de dor nas costas pode se beneficiar de bases ajustáveis; quem lida com insônia pode preferir suplementos como melatonina; trabalhadores em turnos podem precisar de máscaras ou tampões de ouvido. O importante é focar em soluções para um problema concreto, não acumular gadgets.
Samantha Teague, técnica de radiologia, gasta cerca de US$ 10 mensais em chá para dormir e melatonina quando precisa lidar com semanas de plantão de 12 horas. Já um travesseiro cervical resolveu o ronco do marido, melhorando o descanso do casal sem a compra de equipamentos caros.
Portanto, antes de investir, analise hábitos, orçamento e durabilidade dos produtos. Uma combinação de boas práticas gratuitas e compras pontuais, alinhadas ao próprio perfil, costuma oferecer o melhor equilíbrio entre custo e benefício.
Se você quer acompanhar mais dicas sobre tecnologias que podem influenciar sua rotina, visite a seção de Tecnologia e mantenha-se informado.
Em resumo, dormir bem é essencial, mas não precisa comprometer o orçamento. Avaliar necessidades, aproveitar períodos de promoção e manter hábitos saudáveis são passos decisivos para alcançar noites tranquilas sem gastar além da conta. Experimente ajustar sua rotina e, apenas se necessário, invista em itens que comprovadamente melhorem o seu descanso.
Curiosidade
Estudos recentes indicam que o suco de cereja ácida pode aumentar o tempo total de sono graças ao triptofano, aminoácido que auxilia na produção natural de melatonina. A bebida é barata, encontrada em supermercados e pode ser testada como alternativa simples antes de recorrer a suplementos industrializados.