Cosmonautas instalam novos experimentos externos na Estação Espacial em caminhada de quase 7 horas

Tecnologia

Dois cosmonautas da agência espacial russa Roscosmos concluíram, nesta terça-feira (28), a segunda atividade extraveicular consecutiva dedicada à expansão de pesquisas no exterior da Estação Espacial Internacional (ISS). Sergey Ryzhikov, comandante da Expedição 73, e o engenheiro de voo Alexey Zubritsky permaneceram 6 horas e 54 minutos fora do complexo orbital, instalando dispositivos científicos e executando tarefas de manutenção na estrutura do módulo laboratorial Nauka.

Instalação de experimentos no módulo Nauka

O trabalho começou às 10h18 (horário da Costa Leste dos EUA), quando a dupla abriu a escotilha do módulo Poisk e, munida de ferramentas, utilizou o braço telescópico Strela para se deslocar até o primeiro ponto de serviço. Ali, foi acoplado um suporte de dois componentes destinado ao experimento de pulso de plasma Impuls, pesquisa que estuda a viabilidade de propulsores a jato operarem no espaço. No mesmo local, foi montado o equipamento IPI-500, que acompanhará os efeitos de naves espaciais sobre a ionosfera terrestre, segundo informações da equipe de controle em Moscou.

Entre uma atividade e outra, Ryzhikov limpou o visor de uma das janelas do Nauka. As persianas de proteção foram abertas apenas durante o procedimento, garantindo que a superfície transparente permanecesse resguardada da abrasão de micrometeoritos quando não estiver em uso.

Em seguida, os cosmonautas voltaram ao Ekran-M, experimento de epitaxia de feixe molecular instalado no espaço-caminhada realizada em 16 de outubro. A investigação visa produzir películas ultrafinas aplicáveis em semicondutores. Durante a inspeção, foi constatada uma junta solta na câmara do dispositivo. A peça foi removida com pinças, substituída por um cartucho reserva e fixada com braçadeiras, ação que permitiu restabelecer a coleta de dados para análise em solo, conforme relatórios de telemetria.

Manutenção e preparativos para futuras operações

Outra tarefa cumprida foi a realocação de um painel de controle externo do Braço Robótico Europeu (ERA). O reposicionamento facilitará o alcance a diferentes seções do segmento russo em atividades futuras. De acordo com responsáveis pela missão, a remoção de peças obsoletas — prática comum nas EVA russas — foi adiada para evitar riscos de colisão com o cargueiro japonês HTV-X, cuja chegada está programada para esta quarta-feira (29).

O retorno ao interior da ISS ocorreu às 17h12, quando a escotilha do Poisk foi selada, encerrando a 277.ª caminhada espacial dedicada à montagem e manutenção da estação desde 1998. Foi o terceiro passeio de Ryzhikov, que acumula agora 19 horas e 51 minutos no ambiente extraveicular, e o segundo de Zubritsky, totalizando 13 horas e 3 minutos.

Segundo especialistas em voos tripulados, EVA sucessivas como as realizadas neste mês indicam avanço no ritmo de integração de novos módulos e instrumentos científicos ao laboratório orbital. A instalação das plataformas Impuls e IPI-500 amplia a capacidade de estudar fenômenos de propulsão e de interação ionosférica diretamente no espaço, reduzindo incertezas para projetos de motores de plasma e para a gestão de frequências de comunicação em órbita baixa.

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Imagem: Robert Z

Relatórios oficiais da Roscosmos apontam que o módulo Nauka, incorporado à ISS em 2021, tornou-se o principal ponto de ancoragem para experimentos externos russos. A região oferece conexões elétricas e de dados dedicadas, além de localização favorável para observações da alta atmosfera. A realocação do painel do ERA também prepara o terreno para inspeções robóticas mais ágeis e seguras, diminuindo a necessidade de exposições prolongadas de tripulantes ao vácuo.

Para o leitor, a ampliação dessas pesquisas pode refletir em tecnologias de propulsão mais eficientes, satélites menos suscetíveis a interferências ionosféricas e, a médio prazo, redução de custos em missões científicas e comerciais que dependem da ISS como plataforma de teste.

Curiosidade

Cada minuto de uma caminhada espacial exige planejamento meticuloso: antes de sair da estação, os cosmonautas passam cerca de duas horas em descompressão dentro do Poisk, respirando oxigênio puro para eliminar nitrogênio do organismo e prevenir a doença descompressiva. O procedimento, pouco conhecido fora do meio aeroespacial, é essencial para que o corpo humano suporte a transição do ambiente pressurizado ao vácuo absoluto.

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