Cometa interestelar 3I/ATLAS escapa de possível rajada de plasma solar e intriga astrônomos

Tecnologia

O cometa 3I/ATLAS, terceiro corpo interestelar já identificado no Sistema Solar, estava na rota de uma ejeção de massa coronal (CME) prevista para os dias 24 e 25 de setembro, segundo modelos de monitoramento da NASA. Até o momento, nenhuma agência espacial ou observatório confirmou que o visitante tenha sido atingido, o que indica que o objeto pode ter escapado da rajada de plasma e campos magnéticos emitida pelo Sol.

Primeiro teste de resistência de um forasteiro cósmico

A trajetória calculada pelo Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra (ATLAS) mostrava que a CME gerada em 19 de setembro poderia cruzar o caminho do cometa. Casos de desconexão de cauda já foram documentados em cometas nativos, mas nunca em visitantes de fora do Sistema Solar. O evento seria uma oportunidade inédita para estudar como um objeto interestelar reage à pressão de partículas solares, revelando pistas sobre sua composição e estrutura.

Três sinais reforçam a ausência de impacto até o momento: não há boletins oficiais da NASA ou da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) relatando colisão, nenhuma imagem de fragmentação foi publicada por observatórios solares, e o próprio Spaceweather.com, que acompanha a atividade solar em tempo real, não registrou perturbações na cauda do 3I/ATLAS.

O cometa viaja a cerca de 219 mil km/h em direção a Marte e deverá atingir o periélio, ponto mais próximo do Sol, em 29 de setembro. A partir de início de outubro, sua posição ficará escondida atrás da estrela, tornando as observações da Terra mais difíceis.

Brilho aumenta 40 vezes em apenas três semanas

Entre o início e o meio de setembro, o 3I/ATLAS apresentou um aumento de brilho da magnitude 16 para 12, equivalente a uma intensificação cerca de 40 vezes, segundo o site Spaceweather.com. Astrônomos amadores Gerald Rhemann e Michael Jäger registraram a mudança em imagens que exibem uma coma verde vívida. Esse tom indica liberação crescente de carbono diatômico, gás que resplandece nessa cor quando excitado pela radiação ultravioleta.

Apesar do ganho de luminosidade, o cometa ainda não atinge a magnitude necessária para ser visto a olho nu em céus escuros (abaixo de 6) ou em áreas urbanas (abaixo de 2). Especialistas alertam que novas variações podem ocorrer conforme o objeto se aproxima do Sol, mas não há garantia de que ele se tornará visível sem auxílio óptico.

Medições sugerem núcleo de cinco quilômetros

Para estimar a massa do cometa, equipes de pesquisa compararam milhares de observações coletadas por mais de 200 telescópios entre maio e setembro. Ao avaliar discrepâncias entre a órbita prevista apenas pela gravidade solar e o caminho real seguido pelo 3I/ATLAS, os cientistas calcularam um núcleo de pelo menos cinco quilômetros de diâmetro e massa superior a 33 bilhões de toneladas. Embora significativo, o valor não faz do objeto o mais pesado já registrado; alguns cometas do Sistema Solar superam essa marca.

Impacto científico e próximos passos

De acordo com astrônomos consultados por instituições de pesquisa norte-americanas e europeias, acompanhar a interação entre CMEs e visitantes interestelares pode ampliar o entendimento sobre a formação de sistemas planetários. Caso novos dados confirmem que o 3I/ATLAS driblou o plasma solar, pesquisadores buscarão explicar quais características físicas—densidade, composição de gelo ou presença de campo magnético próprio—favoreceram essa resistência.

Se um incidente de desconexão da cauda vier a ser documentado, servirá como referência para futuros modelos de dinâmica de poeira e gás em corpos de origem extrassolar. Relatórios oficiais devem ser divulgados após a análise de imagens de sondas solares, como a Parker Solar Probe, e de telescópios terrestres de grande abertura.

Para o público e para o mercado de instrumentação astronômica, a situação reforça a importância de redes globais de monitoramento em tempo real. Sistemas capazes de prever CMEs e rastrear objetos pequenos ganharão relevância, impulsionando demandas por sensores mais sensíveis e software de processamento de dados cada vez mais preciso.

Curiosidade

O primeiro visitante interestelar detectado, o asteroide Oumuamua, passou pelo Sistema Solar em 2017 e não possuía cauda visível, diferindo do atual 3I/ATLAS. Se o novo cometa realmente enfrentar uma rajada solar, poderá fornecer a comparação direta que astrônomos buscavam para entender como composição e forma influenciam a resposta de corpos vindos de outras estrelas.

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