Claude ganha extensão para Chrome e começa a testar navegação autônoma na web

Tecnologia

A Anthropic iniciou um programa-piloto que leva o seu assistente de inteligência artificial Claude para dentro do navegador Google Chrome. A novidade, restrita a um grupo inicial de mil assinantes do plano Claude Max, marca a entrada da empresa na disputa pelos chamados “browsers de IA”, capazes de executar tarefas on-line sem intervenção direta do usuário.

Como funciona a extensão

A extensão do Claude aparece em uma barra lateral do Chrome e pode realizar buscas, preencher formulários e interagir com sites de comércio eletrônico ou serviços de entrega. Em um vídeo de demonstração divulgado pela Anthropic, o agente pesquisa imóveis no Zillow conforme critérios definidos, resume comentários em um documento do Google Docs e adiciona um prato a um carrinho no DoorDash. A proposta se assemelha a recursos já vistos em concorrentes como Perplexity Comet e no modo de navegação do ChatGPT.

Para participar dos testes é necessário assinar o plano Claude Max, que custa US$ 200 por mês e é voltado a usuários intensivos. Os interessados podem entrar em uma lista de espera; a distribuição será ampliada gradualmente após a avaliação do feedback inicial.

Foco em segurança contra ataques de prompt injection

Além de automatizar tarefas, a iniciativa destaca o debate sobre segurança em agentes baseados em IA. Segundo a Anthropic, a principal ameaça é o prompt injection, técnica em que comandos maliciosos são escondidos em e-mails, documentos ou páginas da web para induzir o modelo a executar ações indesejadas. Testes internos mostraram que, sem proteção, o Claude obedecia a esse tipo de ataque em 23% dos casos.

Para mitigar o risco, a empresa implementou uma série de salvaguardas. O usuário pode revogar o acesso do agente a qualquer site a qualquer momento e deve confirmar manualmente ações consideradas de alto risco, como enviar e-mails ou concluir compras. Essas barreiras pretendem reduzir erros tanto do modelo quanto do próprio utilizador, evitando, por exemplo, que um rascunho seja enviado antes da hora ou que um produto incorreto seja adquirido.

Mercado de navegadores com IA em expansão

O lançamento ocorre em meio à corrida das companhias de tecnologia para integrar modelos de linguagem a navegadores. Soluções que combinam busca, raciocínio em múltiplas etapas e execução automática de tarefas prometem aumentar a produtividade, mas também levantam dúvidas sobre privacidade e controle. A Anthropic adota uma estratégia cautelosa: liberar a ferramenta para um público limitado, coletar dados de uso e ajustar o produto antes de uma liberação mais ampla.

Especialistas observam que agentes desse tipo podem transformar a forma como as pessoas interagem com a internet, ao delegar atividades repetitivas ou demoradas a sistemas capazes de interpretar instruções em linguagem natural. Por outro lado, o sucesso dependerá de mecanismos confiáveis que impeçam ações não autorizadas e protejam informações sensíveis.

Embora ainda em fase inicial, a extensão para Chrome reforça o posicionamento da Anthropic no segmento de IA generativa, que reúne rivais como OpenAI, Google e startups especializadas. A empresa, fundada por ex-funcionários da OpenAI, aposta em princípios de segurança e alinhamento para diferenciar seus produtos em um mercado cada vez mais competitivo.

Para quem acompanha lançamentos de tecnologia, vale lembrar que o cenário de agentes de navegação avança rapidamente. Novos recursos, planos de assinatura e integrações com plataformas populares devem se multiplicar nos próximos meses, acompanhando a demanda por ferramentas que simplifiquem tarefas on-line.

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Em resumo, a Anthropic deu o primeiro passo para levar o Claude ao navegador, oferecendo a um grupo seleto a possibilidade de testar a automação de atividades cotidianas na web. A fase de testes buscará validar a usabilidade e, principalmente, a segurança do recurso, antes de uma eventual disponibilização para um público maior. Fique atento às atualizações e veja como a IA pode tornar sua experiência on-line mais eficiente.

Curiosidade

Nos bastidores do desenvolvimento, a Anthropic afirma utilizar um processo batizado de “Constitucional AI”, no qual o modelo é treinado a seguir princípios éticos definidos em uma espécie de constituição interna. A metodologia, segundo a empresa, ajuda a reduzir respostas inadequadas e foi aplicada também na criação das barreiras contra prompt injection. A abordagem ganhou destaque no setor como alternativa para reforçar a segurança sem recorrer apenas a filtros pós-processamento.

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