Chuva de meteoros Taurídeos já ilumina o céu e promete bolas de fogo em novembro

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Os céus de outubro e novembro reservam um espetáculo duplo para os observadores: as chuvas de meteoros Taurídeos do Sul e do Norte, ambas associadas ao cometa 2P/Encke, já estão ativas e podem gerar impressionantes bolas de fogo nas próximas semanas.

Atividade simultânea aumenta chance de grandes clarões

De acordo com dados da American Meteor Society, a Taurídeos do Sul começou em 20 de setembro e deve alcançar o pico na noite de 4 para 5 de novembro, enquanto a Taurídeos do Norte permanece ativa entre 20 de outubro e 12 de novembro, com maior intensidade prevista para a madrugada de 11 para 12 de novembro.

Ambas as correntes se originam na extensa trilha de detritos deixada pelo cometa 2P/Encke em sua órbita de 3,3 anos ao redor do Sol. À medida que a Terra cruza esse anel de poeira, fragmentos de poucos milímetros a alguns centímetros queimam na atmosfera e produzem meteoros. Quando fragmentos maiores entram em contato com o ar, podem surgir as chamadas bolas de fogo, meteoros tão brilhantes que superam o planeta Vênus em luminosidade.

Especialistas explicam que o fato de as duas chuvas estarem ativas simultaneamente tende a elevar a taxa de bolas de fogo. Estudos anteriores apontam que, em anos como 2015, essa sobreposição coincidiu com um aumento notável de clarões que chegaram a transformar a noite em dia por alguns instantes.

Taxa de meteoros e condições de observação

Embora a atividade das Taurídeos seja considerada moderada — cerca de cinco meteoros por hora nas noites de maior intensidade, em céus sem poluição luminosa —, a expectativa pelas bolas de fogo atrai astrônomos amadores em todo o mundo. Em 2025, o pico da Taurídeos do Sul ocorrerá próximo à Lua cheia, o que pode ofuscar meteoros mais tênues. Já durante o ápice da Taurídeos do Norte, a fase lunar será mais favorável, ampliando a chance de avistar trilhas brilhantes.

Para localizar o radiante, basta procurar a constelação de Touro, que surge no horizonte leste algumas horas antes da meia-noite. No entanto, os meteoros podem cruzar qualquer parte do céu, razão pela qual é recomendável observar de locais escuros e com ampla visão do firmamento. Binóculos e telescópios não são necessários, mas uma câmera com exposição prolongada ajuda a registrar eventuais clarões.

Por que as Taurídeos geram bolas de fogo?

Relatórios indicam que a trilha do cometa 2P/Encke contém fragmentos mais densos do que aqueles presentes em chuvas como a Perseidas ou as Geminídeas. Quando pedaços de até alguns decímetros penetram na atmosfera a cerca de 27 km/s, a energia liberada é suficiente para criar um pulso luminoso capaz de projetar sombras no solo. Segundo especialistas, esses eventos são raros, mas estatisticamente mais prováveis durante as Taurídeos, sobretudo quando Norte e Sul coincidem.

Além do espetáculo visual, os detritos fornecem pistas sobre a composição do cometa. Pesquisas conduzidas por observatórios na Europa e na América do Norte analisam as trajetórias dos meteoros para reconstruir a estrutura do enxame e estimar o risco de objetos maiores atingirem a superfície terrestre.

Impacto para o público e para a ciência

Para o público, a principal mudança é a oportunidade de vivenciar um fenômeno astronômico de fácil acesso. Não é necessário equipamento sofisticado, apenas paciência, céu limpo e algum conhecimento da posição de Touro. Já para a comunidade científica, cada bola de fogo registrada traz dados sobre densidade, órbita e composição dos corpos meteoroides, alimentando modelos que avaliam ameaças de impacto.

Chuva de meteoros Taurídeos já ilumina o céu e promete bolas de fogo em novembro - Imagem do artigo original

Imagem: Anthy Wood published

Segundo pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), campanhas de observação em rede — envolvendo câmeras automáticas espalhadas pelo país — podem refinar a estatística de objetos que entram na atmosfera brasileira e aprimorar alertas de defesa planetária.

Se você pretende acompanhar o pico da atividade, priorize áreas afastadas das grandes cidades, leve roupas adequadas ao frio da madrugada e permita que seus olhos se ajustem à escuridão por pelo menos 20 minutos. Aplicativos de astronomia ajudam a identificar o radiante e a fase da Lua, aumentando as chances de sucesso.

Para quem gosta de fotografia, a recomendação é usar câmeras com lentes grande-angular, ISO alto e disparo contínuo. Caso capture uma bola de fogo, anote horário, direção e duração: essas informações são valiosas para bancos de dados internacionais que monitoram meteoros.

Em resumo, a temporada dupla dos Taurídeos oferece um espetáculo relativamente raro. Na prática, isso pode significar noites frias interrompidas por clarões inesperados, ampliando o interesse pela astronomia amadora e incentivando novos registros científicos.

Curiosidade

O cometa 2P/Encke, progenitor das Taurídeos, foi o primeiro a ter sua órbita calculada com sucesso e recebeu o nome de seu descobridor, Johann Encke, em 1819. Embora pequeno — cerca de 4,8 km de diâmetro —, ele completa uma volta ao Sol em apenas 3,3 anos, a órbita mais curta entre os cometas periódicos conhecidos. Essa frequência elevada explica o vasto corredor de detritos que resulta nas duas chuvas de meteoros que vemos todos os anos.

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