Chuva de meteoros Delta Aurigids atinge pico e desafia observadores sob a luz da Lua

Tecnologia

A chuva de meteoros Delta Aurigids alcança seu ponto máximo nas primeiras horas de 11 de outubro, oferecendo um espetáculo modesto, porém cientificamente relevante, para astrônomos amadores e profissionais. O evento resulta do encontro da Terra com partículas deixadas por um cometa ainda não identificado. Segundo dados do portal In-The-Sky, a atividade ocorre entre 10 e 18 de outubro, com expectativa de até dois meteoros por hora em condições ideais de céu escuro.

Observação sob Lua gibosa reduz visibilidade

Neste ano, a principal dificuldade para registrar os rastros luminosos vem da Lua, iluminada em aproximadamente 66% na fase gibosa minguante. O astro surge poucas horas após o pôr do Sol e permanece até o amanhecer, reduzindo o contraste do céu e dificultando a detecção de meteoros menos brilhantes. Ainda assim, o pico oficial está previsto para as 6h (horário de Brasília) — equivalente a 10h UTC —, quando o radiante, localizado na constelação de Auriga, atinge o ponto mais alto no firmamento.

O radiante se posiciona próximo à estrela Capella, mas especialistas aconselham direcionar a observação para cerca de 40 graus de distância desse ponto. Nessa região, os traços surgem mais alongados, aumentando as chances de identificação. Aplicativos de astronomia, como Stellarium, ajudam a localizar Capella e planejar o campo de visão adequado.

Preparação: do equipamento à adaptação ocular

Mesmo com taxa de apenas dois meteoros por hora, a Delta Aurigids pode ser um bom ensaio para quem pretende capturar chuvas mais intensas, como a Orionids, prevista para o final do mês. Para melhorar o resultado, recomenda-se:

  • Buscar locais afastados da poluição luminosa urbana;
  • Chegar com antecedência de 20 a 30 minutos para adaptar a visão ao escuro;
  • Utilizar roupas adequadas à temperatura da madrugada;
  • Apoiar a câmera ou smartphone em tripé, com disparo de longa exposição.

Segundo fotógrafos especializados em céu noturno, a captura bem-sucedida de meteoros exige ISO alto, abertura máxima e tempo de exposição ajustado para evitar rastros excessivos das estrelas. Modelos recentes de câmeras mirrorless, como a linha Z da Nikon ou a série R da Canon, contêm recursos que minimizam ruído em altos valores de sensibilidade.

Outras chuvas ativas reforçam a chance de registros

Além da Delta Aurigids, a madrugada de 11 de outubro conta com atividade das Southern Taurids e das Orionids. Embora cada uma possua radiantes distintos, o observador pode detectar meteoros esporádicos não ligados a nenhuma chuva, aumentando a variedade de flashes no céu. Relatórios de associações de astronomia indicam que a simultaneidade de chuvas, mesmo fracas, amplia a probabilidade de capturar uma trilha luminosa em fotografia de campo amplo.

A presença da Lua cheia ou gibosa costuma prejudicar fenômenos mais tênues, mas reflexos em nuvens finas podem criar efeitos visuais interessantes em longas exposições. Profissionais consultados afirmam que o contraste reduzido pode ser compensado pela escolha de horários em que a Lua esteja mais baixa no horizonte, ainda que por curta janela antes do amanhecer.

Chuva de meteoros Delta Aurigids atinge pico e desafia observadores sob a luz da Lua - Imagem do artigo original

Imagem: Anthy Wood published

Impacto para entusiastas e comunidade científica

Para o público geral, a Delta Aurigids representa uma oportunidade de familiarizar-se com o céu de outubro e testar configurações de astrofotografia antes de chuvas mais populares. Já para pesquisadores, a chuva oferece dados sobre densidade de detritos e composição de partículas vinculadas a cometas pouco estudados. Informações obtidas por redes de câmeras de monitoramento atmosférico ajudam a estimar a origem orbital desses fragmentos e podem revelar pistas sobre o corpo progenitor ainda não catalogado.

No dia a dia, o fenômeno reforça a importância da preservação de zonas escuras e da redução da poluição luminosa, condição fundamental para que comunidades urbanas voltem a ter acesso a eventos astronômicos a olho nu. Para quem pretende observar, a recomendação é planejar a madrugada e manter expectativas realistas sobre a taxa baixa de meteoros visíveis.

Se você se interessa por fenômenos astronômicos e quer acompanhar outras datas importantes deste mês, confira também a cobertura completa em nossa seção de Tecnologia, que traz atualizações constantes sobre espaço e ciência.

Curiosidade

A chuva Delta Aurigids foi reconhecida formalmente apenas em meados do século XX, quando redes de observação identificaram sua recorrência anual. O progenitor ainda não foi confirmado, mas cálculos de órbita sugerem que os fragmentos podem ter se desprendido de um cometa extinto há milhares de anos. Cada meteoro observado hoje representa uma partícula que viaja pelo Sistema Solar desde a sua formação, há mais de 4,5 bilhões de anos — um lembrete de como fenômenos aparentemente discretos conectam o presente à história primordial do cosmos.

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