A Adidas apresentou oficialmente a Trionda, bola que será utilizada na Copa do Mundo de 2026, marcada para ocorrer entre 11 de junho e 19 de julho nos Estados Unidos, Canadá e México. O modelo estreia um sistema de Tecnologia de Bola Conectada que combina sensores internos, dados de posicionamento dos atletas e inteligência artificial para enviar informações em tempo real à equipe de arbitragem de vídeo (VAR).
Como funciona a tecnologia a bordo da Trionda
De acordo com a fabricante, a Trionda traz um chip localizado em um dos quatro painéis externos. Esse sensor monitora todos os deslocamentos da bola, registrando velocidade, rotação e trajetória em frações de segundo. As informações captadas são transmitidas instantaneamente a uma plataforma que cruza esses dados com o GPS dos jogadores. Em seguida, algoritmos de IA analisam a posição de cada atleta e indicam, por exemplo, situações de impedimento ou possíveis toques de mão.
Para preservar o equilíbrio, os outros três painéis receberam camadas de peso equivalente. A Adidas utilizou contrapesos na face oposta ao sensor, mantendo a distribuição de massa uniforme e evitando interferência no voo da bola. Segundo relatórios técnicos, o objetivo é garantir o mesmo nível de desempenho de um modelo sem componentes eletrônicos.
A empresa de tecnologia esportiva Kinexon participa do projeto fornecendo a solução de comunicação sem fio de baixa latência. O sistema é capaz de transferir dados a cada 500 vezes por segundo, taxa considerada suficiente para decisões de campo mais rápidas e precisas, conforme especialistas em arbitragem consultados pela FIFA.
Impacto esperado nas partidas e na arbitragem
Na avaliação da federação internacional, a combinação de IA e sensores pode reduzir o tempo de revisão das jogadas, oferecendo aos árbitros informações consolidadas antes mesmo de a bola parar de rolar. O recurso é visto como um passo adicional em direção à arbitragem semiautomática, tendência verificada em grandes torneios desde 2022.
Entre as principais aplicações, a FIFA cita a marcação automática de impedimentos. Quando o chip detecta o momento exato em que o passe é feito, o sistema cruza a linha de contato da bola com a posição de cada jogador no gramado. Caso seja identificado um atleta em posição irregular, o VAR recebe um alerta e exibe a imagem gerada pela inteligência artificial, reduzindo margem de erro humano.
Outra funcionalidade destacada é a análise de toques de mão. Ao captar microvariações de movimento, o sensor indica se o contato ocorreu em parte do braço ou em outra superfície do corpo. Especialistas apontam que a precisão adicional pode diminuir discussões pós-jogo e aumentar a transparência das decisões.
Apesar do avanço, a FIFA esclarece que a palavra final continuará com a equipe de arbitragem. O sistema atuará como suporte, replicando o modelo já utilizado para o “chip na linha do gol”, introduzido em edições anteriores do Mundial.
Design remete à união dos países-sede
Além da tecnologia interna, a Trionda se destaca pelo visual inspirado na tradicional “ola” das arquibancadas. Tons de vermelho, azul e verde se encontram em linhas triangulares que formam uma referência às três nações que receberão o torneio. A nomenclatura também reforça a ideia de movimento: “Trionda” mistura as palavras “tri” (três) e “onda”, aludindo às vibrações da torcida.
Segundo a Adidas, o painel em formato de triângulo contribui para uma superfície mais estável, reduzindo em até 7% a resistência do ar quando comparada à bola usada na Copa de 2022. Testes em túnel de vento e em campo, divulgados pela fabricante, indicam trajetórias mais regulares mesmo sob condições climáticas adversas.

Imagem: Oleh Duna
Efeitos para clubes, atletas e torcedores
Especialistas em desempenho esportivo afirmam que a adoção da Trionda pode influenciar rotinas de treinamento já em 2025, quando a FIFA planeja disponibilizar o modelo a seleções classificadas. Preparadores físicos avaliam que o acesso antecipado à bola oficial ajuda atletas a se adaptarem à aerodinâmica específica, reduzindo surpresas durante o torneio.
Para torcedores, a expectativa é de partidas com menos interrupções e polêmicas, uma vez que o tempo médio de análise do VAR pode ser reduzido. Relatórios indicam que, na Copa de 2022, revisões demoraram em média 70 segundos; a meta da federação é diminuir esse índice para abaixo de 50 segundos em 2026.
No mercado esportivo, a nova tecnologia abre oportunidade para licenciamento de bolas oficiais adaptadas a campeonatos locais. Ligas nacionais já demonstram interesse em versões que tragam o sensor integrado, sobretudo para torneios de elite que utilizam arbitragem de vídeo.
Para o leitor, a principal mudança envolve a experiência de acompanhar as partidas. Jogos com menos paralisações e decisões mais transparentes tendem a manter o ritmo de espetáculo, o que pode ampliar a audiência e o engajamento em transmissões de TV e plataformas de streaming.
Curiosidade
A utilização de chips em bolas de futebol não é exatamente nova: na Bundesliga 2, segunda divisão alemã, testes com sensores de movimento começaram em 2014 para monitorar desgaste de chuteiras. Entretanto, é a primeira vez que a tecnologia é aplicada em uma Copa do Mundo com o objetivo de suportar decisões de arbitragem em tempo real, unindo todos os componentes em um único dispositivo homologado pela FIFA.
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