“Bloodshot”, longa protagonizado por Vin Diesel e lançado em 12 de março de 2020, tornou-se um caso emblemático de como fatores externos e falhas técnicas podem comprometer planos ambiciosos de franquia. Previsto para inaugurar um universo cinematográfico baseado nos quadrinhos da Valiant, o filme sofreu com o fechamento dos cinemas por causa da COVID-19 e teve recepção modesta, tanto de crítica quanto de público.
Tentativa de expandir o catálogo de super-heróis
Sony Pictures e Columbia pretendiam ocupar um espaço entre Marvel e DC ao apostar na editora Valiant. A estratégia incluía “Bloodshot” como ponto de partida, seguido por duas produções centradas em “Harbinger” e, futuramente, um crossover intitulado “Harbinger Wars”. O orçamento inicial, estimado em 45 milhões de dólares, foi considerado contido para padrões do gênero, o que reduziria o risco financeiro e facilitaria a continuidade do projeto.
Com a estreia nas salas acontecendo poucos dias antes das restrições sanitárias, o longa arrecadou valores limitados no circuito tradicional. A alternativa encontrada pelo estúdio foi antecipar o lançamento em vídeo sob demanda, onde, segundo dados internos não detalhados publicamente, o desempenho teria sido superior ao previsto. Graças a esse resultado digital, chegou a ser ventilada a produção de uma sequência, de novo com Vin Diesel no papel principal. No entanto, até o momento não há confirmação de calendário ou início de filmagens.
Falhas de continuidade chamam a atenção
Além dos obstáculos externos, o filme enfrenta críticas quanto à consistência visual. Um exemplo específico ocorre na perseguição que sucede a saída de Ray Garrison — personagem de Diesel — da casa de sua esposa. A trama indica que a ação se passa no Reino Unido, mas a sequência mostra elementos visuais típicos da África do Sul: placas veiculares, uniformes policiais e até o modelo do carro remetem a cidades sul-africanas. Após o confronto, a narrativa retorna ao cenário britânico como se nada tivesse acontecido, evidenciando um erro de edição e supervisão de continuidade.
Profissionais do setor apontam que lapsos desse tipo comprometem a imersão do público e podem impactar a reputação de uma produção, sobretudo quando existem planos para criar um universo compartilhado. Embora pequenos deslizes sejam comuns na indústria, a troca de país em plena cena de perseguição é considerada uma falha grosseira, normalmente evitada por protocolos de controle de qualidade.
Direitos de adaptação mudam de mãos
Enquanto “Bloodshot” lutava para encontrar espaço, os direitos de adaptação de “Harbinger” migraram para a Paramount. A mudança lançou dúvidas sobre a viabilidade de manter o planejamento original da Sony. Sem controle sobre personagens centrais do mesmo selo, a continuidade do chamado “Valiant Universe” no cinema ficou indefinida, situação que permanece até hoje.
Executivos envolvidos no acordo não revelaram detalhes sobre eventuais renegociações ou coproduções. Dessa forma, o futuro da franquia segue em aberto, à espera de definições sobre financiamento, cronograma e, principalmente, recepção do público a um possível “Bloodshot 2”.
Imagem: nichos que aparentente ninguém liga
Impacto financeiro e perspectivas
Os 45 milhões de dólares investidos na produção representam uma fração do que Marvel e DC costumam empregar nos seus títulos. Entretanto, qualquer expansão depende de retornos consistentes. Caso a Paramount decida avançar com “Harbinger” de forma independente, a Sony terá de avaliar se vale manter a aposta em um universo incompleto ou focar em histórias isoladas. Por enquanto, não há sinal concreto de filmagens em andamento nem anúncio oficial de elenco adicional.
A trajetória de “Bloodshot” ilustra como a combinação de fatores imprevisíveis — pandemia, mudança de direitos e falhas técnicas — pode interromper planos de longo prazo na indústria do entretenimento. A possível sequência permanece em estágio de desenvolvimento inicial, sem roteirista confirmado ou data estimada de estreia.
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Em resumo, “Bloodshot” se tornou um exemplo dos desafios que cercam a criação de novas franquias de super-heróis. Se o projeto de continuação avançar, o estúdio terá de provar que aprendeu com os erros de edição e consolidar a confiança do público. Continue acompanhando nossas atualizações e saiba em primeira mão quando surgirem novidades.
