O diretor australiano Baz Luhrmann anunciou que levará aos cinemas, em 2026, o longa‐metragem “EPiC: Elvis Presley in Concert”. A produção reunirá gravações de áudio e vídeo nunca exibidas do cantor durante a residência em Las Vegas, em 1970, e na turnê norte-americana de 1972. Segundo a distribuidora Neon, que adquiriu os direitos de exibição nos Estados Unidos, o projeto pretende transformar o material bruto em uma experiência imersiva que combina espetáculo ao vivo e documentário.
Imagens inéditas revelam bastidores de Las Vegas e da estrada
A maior parte do conteúdo foi filmada originalmente para “Elvis: That’s the Way It Is” (1970) e “Elvis on Tour” (1972). Ao retomar essas fitas, Luhrmann localizou 68 caixas de negativos armazenadas em um cofre da Warner Bros. acomodado, de maneira incomum, em uma mina de sal subterrânea no estado do Kansas. Entre os achados estão trechos em 8 mm recuperados dos arquivos de Graceland, além de registros em cores do show de 1957 no Havaí, famoso pelo terno lamê dourado usado pelo artista.
De acordo com o realizador, também foram descobertas gravações de voz de Elvis refletindo sobre carreira, família e processo criativo. “Desde o primeiro dia, quis dar a ele a turnê global que nunca aconteceu”, declarou Luhrmann em nota à imprensa. Nas palavras do cineasta, o filme “não é apenas um documentário e não é apenas um show”, mas sim uma tentativa de projetar o ícone em escala mundial para uma geração que consome música em plataformas digitais.
Profissionais que acompanharam a sessão‐teste no Festival Internacional de Cinema de Toronto relatam que a montagem alterna trechos de apresentações completas com cenas de bastidores. Críticos presentes destacaram o cuidado técnico na restauração, comparando o projeto a produções recentes como “The Beatles: Get Back”, conduzida por Peter Jackson. Especialistas em patrimônio audiovisual observam que o interesse do público por materiais de arquivo vem crescendo, impulsionado pela facilidade de distribuição em streaming e pelo apelo nostálgico.
Restauro meticuloso e desafios de áudio
Para atingir qualidade de projeção compatível com salas modernas, a equipe passou dois anos digitalizando fotograma por fotograma em resolução 4K. Segundo técnicos envolvidos, o processo incluiu remoção de riscos, correção de cor e estabilização de imagens registradas em condições irregulares de iluminação. No áudio, engenheiros trabalharam na sincronização de múltiplas fontes, já que parte dos microfones originais encontrava-se danificada ou incompleta.
Relatórios indicam que softwares de inteligência artificial foram empregados para isolar a voz do cantor de ruídos de plateia, recurso adotado recentemente por grandes gravadoras em edições comemorativas de álbuns clássicos. Mesmo com o auxílio tecnológico, a produção manteve a integridade das performances, sem adicionar instrumentos ou overdubs que não pertençam às fitas originais.
A Neon planeja promover o lançamento em 2026 com exibições em telas IMAX e sessões em redes de cinema convencionais. Embora a data exata ainda não esteja definida, executivos da distribuidora afirmam que a estreia ocorrerá no primeiro semestre para coincidir com homenagens pelos 49 anos da morte de Elvis, em agosto daquele ano.
Impacto para fãs, mercado e legado musical
Analistas de entretenimento avaliam que “EPiC” pode ampliar o catálogo de produtos licenciados ligados ao artista, cujo patrimônio é administrado pela família e por investidores. Dados da IFPI apontam que catálogos de artistas clássicos somaram 31% das receitas mundiais de música gravada em 2023, reforçando a relevância do público colecionador.
Para os admiradores, a principal novidade reside na possibilidade de assistir a apresentações em Las Vegas com qualidade superior à das versões lançadas em VHS e DVD nas décadas passadas. Segundo o pesquisador musical John Jackson, o nível de detalhamento alcançado na restauração permite observar nuances de interpretação pouco visíveis nos registros anteriores, como mudanças sutis de arranjo entre uma noite e outra da temporada no International Hotel.

Imagem: Michael Ochs Archives
O filme também poderá interessar a novas audiências atraídas pela cinebiografia “Elvis” (2022), que arrecadou US$ 288 milhões e rendeu indicações ao Oscar. Ao conectar as duas obras, Luhrmann reforça a estratégia de manter o artista em evidência no circuito cinematográfico e, ao mesmo tempo, valoriza a tendência de “shows‐arquivo” que movimentou salas em 2023, com exemplos de Taylor Swift e Beyoncé.
Para o público brasileiro, a produção oferece a oportunidade de ver sequências clássicas com som de última geração, algo que antes dependia de importações ou cópias não oficiais. O acesso às cópias restauradas também facilita exibições especiais em cinemas de bairro ou em eventos temáticos, estimulando programações que combinam música ao vivo, memorabilia e debates.
Em termos práticos, fãs poderão comparar arranjos originais da década de 1970 com remasterizações disponíveis em plataformas de streaming, criando uma ponte entre consumo digital e experiência coletiva na sala escura. A expectativa é de que a estreia motive novos lançamentos de catálogos remasterizados e atraia parcerias com serviços de assinatura focados em áudio de alta resolução.
Se você acompanha as novidades do entretenimento, vale ficar atento: a liberação de material inédito costuma antecipar edições comemorativas de álbuns físicos, caixas de colecionador e conteúdos extras para streaming. Essa estratégia fortalece o ecossistema em torno do artista e impulsiona vendas de produtos derivados, de camisetas a vinis exclusivos.
Para saber mais sobre lançamentos e bastidores da indústria cultural, confira nossa cobertura completa em Entretenimento e continue navegando pelo site.
Curiosidade
Durante a busca pelos arquivos, a equipe de Baz Luhrmann encontrou, na mesma mina de sal do Kansas, rolos de filme envolvendo outras lendas da música ainda não catalogados. A descoberta reforça o papel desses locais subterrâneos como verdadeiros cofres do patrimônio audiovisual, pois a temperatura constante e a baixa umidade ajudam a preservar materiais frágeis por décadas. Esse detalhe ressalta como técnicas de conservação física continuam essenciais, mesmo na era do armazenamento em nuvem.
Para mais informações e atualizações sobre tecnologia e ciência, consulte também:
Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no RN Tecnologia, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!

