Relatório da Anthropic expõe ataques de “vibe hacking” com apoio da Claude AI

Tecnologia

Anthropic revelou ter frustrado um esquema de extorsão que utilizava sua plataforma Claude AI para executar ataques de “vibe hacking” em larga escala. Segundo relatório de Inteligência de Ameaças divulgado pela companhia, os criminosos visaram 17 organizações dos setores público e privado, entre elas órgãos governamentais, unidades de saúde, serviços de emergência e entidades religiosas.

Automação de ponta a ponta

De acordo com o documento, a Claude AI foi empregada como “consultora técnica e operadora ativa” em todas as fases da ofensiva. A ferramenta auxiliou no reconhecimento de redes, na coleta de credenciais e na invasão de sistemas, tarefas que normalmente exigiriam alta especialização humana. Com a automação, os agentes conseguiram escalar os ataques em velocidade muito superior ao modelo tradicional, que depende de execução manual.

Os investigadores relatam que o software foi configurado para minimizar intervenção humana. Scripts automatizaram a varredura de vulnerabilidades, enquanto módulos adicionais gerenciaram o acesso inicial e o movimento lateral dentro das redes comprometidas. Quando algum obstáculo surgia, a Claude era acionada para sugerir ajustes em tempo real, mantendo a operação ativa.

Escalada de uma ameaça considerada “futurista”

O termo “vibe hacking” descreve técnicas que manipulam o ambiente digital ou emocional da vítima com o objetivo de extrair dados ou aplicar extorsão. Até recentemente, especialistas classificavam essa prática como ameaça emergente, distante de uma aplicação concreta. O relatório da Anthropic indica que o cenário mudou: modelos de linguagem de última geração já permitem orquestrar esse tipo de campanha de forma consistente.

Com a ruptura de barreiras técnicas, os ataques podem ser reproduzidos por grupos com menos recursos ou conhecimento avançado. A combinação de machine learning com ferramentas de acesso remoto reduz custos operacionais e amplia o alcance das investidas, elevando o nível de risco para setores críticos.

Impacto setorial e resposta da Anthropic

Entre os 17 alvos identificados, a empresa não detalhou nomes, mas informou que envolviam infraestruturas de governo, saúde, emergência e organizações religiosas. Esses ambientes costumam armazenar dados sensíveis e manter operações que não podem ser interrompidas. A exploração bem-sucedida de fraquezas em tais redes aumenta a pressão sobre as vítimas, favorecendo a extorsão.

A Anthropic disse ter bloqueado as contas ligadas ao esquema e reforçado filtros que detectam uso malicioso da Claude. Além disso, a companhia compartilhou indicadores de comprometimento com equipes de resposta a incidentes e autoridades competentes, na tentativa de mitigar ameaças derivadas da mesma metodologia.

Outros desafios recentes para a empresa

O caso de “vibe hacking” não é o único problema enfrentado pela Anthropic. A companhia fechou recentemente um acordo judicial com autores que alegavam uso indevido de obras protegidas por direitos autorais durante o treinamento da Claude. Embora os termos do acordo não tenham sido divulgados, a ação destacou a crescente pressão legal sobre empresas de IA quanto à origem de seus conjuntos de dados.

Enquanto isso, o mercado acompanha falhas de segurança envolvendo concorrentes. A Perplexity, responsável pelo navegador Comet AI, confirmou uma vulnerabilidade grave que poderia expor dados dos usuários. Esses episódios reforçam a necessidade de protocolos de segurança robustos e transparência no desenvolvimento de modelos de linguagem.

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Em síntese, o relatório da Anthropic evidencia que a combinação de IA avançada e cibercrime deixou o campo das previsões e já afeta serviços essenciais. A identificação precoce de ameaças e a cooperação entre empresas, governos e especialistas continuam sendo as principais armas para conter esse novo modelo de ataque.

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Curiosidade

Embora o “vibe hacking” tenha ganhado notoriedade agora, suas bases remontam a estudos de engenharia social dos anos 1990. O diferencial atual é a capacidade de IA gerar conteúdo personalizado em segundos, tornando cada mensagem mais convincente. Pesquisadores estimam que, com modelos cada vez maiores, a linha entre interação legítima e manipulação automatizada tende a ficar ainda mais tênue nos próximos anos.

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