O Adobe MAX 2023, realizado em Los Angeles, destacou-se como palco para o anúncio de recursos de inteligência artificial generativa voltados à produção de imagens e vídeos. Segundo Simon Morris, vice-presidente internacional de marketing da Adobe, a proposta central é “amplificar a criatividade humana”, substituindo tarefas repetitivas por processos automatizados, mas mantendo a narrativa e a emoção sob responsabilidade das pessoas.
Evento cresce e mira novos mercados, incluindo o Brasil
Realizado anualmente nos Estados Unidos, o MAX já conta com edições em Londres e Tóquio. De acordo com Morris, a audiência internacional tem se expandido, com participação expressiva de criadores latino-americanos conectados on-line e presença física recorde de brasileiros. O executivo afirma que a empresa trabalha para levar o encontro a mais regiões, destacando o Brasil como um dos principais candidatos.
Relatórios internos indicam que a comunidade criativa brasileira vem crescendo em ritmo acima da média global, impulsionada pela democratização de ferramentas de design e edição. Esse movimento reforça o interesse da Adobe em aproximar o portfólio das necessidades locais, permitindo que estudantes, empreendedores e criadores de conteúdo social tenham acesso às mesmas soluções utilizadas por profissionais de agências e estúdios.
Firefly personaliza conteúdo em escala para marcas
O ecossistema Firefly foi apresentado como pilar das novidades deste ano. As soluções permitem treinar modelos generativos com identidade visual própria, garantindo consistência de cores, fontes e estilos em diferentes peças. “As marcas enfrentam pressão para entregar personalização em grande escala; a IA pode garantir agilidade sem sacrificar diretrizes visuais”, explicou Morris durante a conferência.
Segundo especialistas em marketing digital, a customização de modelos generativos tende a reduzir custos de produção e acelerar campanhas sazonais. Ao centralizar elementos de identidade, departamentos de design e marketing passam a atuar de forma integrada, encurtando prazos de aprovação e estimulando testes de novos formatos.
Integração entre criatividade e estratégia
Além de apresentar recursos de software, o MAX serve como motor de conteúdo para toda a cadeia de comunicação da Adobe. “Capturamos histórias, tutoriais e casos de uso durante o evento; isso abastece nossa estratégia de marca ao longo do ano”, observou o vice-presidente. A empresa utiliza esse material em feiras, webinars e treinamentos corporativos, reforçando a imagem de referência em inovação.
A estratégia é complementada pela presença em festivais como Cannes Lions, onde executivos discutem com diretores de marketing (CMOs) formas de escalar experiências personalizadas por meio de IA. Para analistas de mercado, a iniciativa posiciona a companhia como parceira estratégica, indo além da oferta de software e contemplando consultoria sobre fluxos de trabalho.
Demanda por conteúdo e desafios de adoção
Estudos da consultoria Gartner indicam que empresas de médio e grande porte planejam dobrar o volume de conteúdo digital nos próximos três anos. A necessidade de produção em escala impulsiona a busca por ferramentas generativas, mas também levanta questões sobre direitos autorais, privacidade e padronização de dados.

Imagem: Internet
Morris reconhece preocupações, mas reforça que a Adobe emprega modelos treinados em bases licenciadas e oferece recursos de governança. “Queremos que nosso cliente tenha transparência sobre a origem de cada ativo gerado”, afirmou. A companhia implementa metadados de rastreabilidade, permitindo verificar se uma imagem foi criada ou apenas editada por IA.
Impacto para usuários e para o mercado
Para profissionais independentes, a automação pode significar mais tempo para elaborar conceitos, enquanto departamentos corporativos veem oportunidade de reduzir gargalos produtivos. Especialistas consultados avaliam que a democratização de modelos personalizados tende a elevar a competitividade, pois pequenos estúdios poderão oferecer entregas que rivalizam com estruturas maiores.
No caso do Brasil, a chegada de versões regionais do MAX pode estimular parcerias educacionais e programas de certificação, ampliando a base de talentos capacitados em soluções Creative Cloud e Firefly. O movimento é observado com atenção por escolas técnicas e faculdades de design, que buscam atualizar currículos para atender à demanda emergente por habilidades em IA aplicada à comunicação visual.
Curiosidade
O nome Firefly foi escolhido em referência ao vaga-lume, inseto capaz de produzir luz própria. A metáfora reflete a missão das novas ferramentas: iluminar ideias criativas e torná-las visíveis em poucos segundos, a partir de uma simples instrução em texto. Ao mesmo tempo, lembra que, assim como a bioluminescência do inseto depende de reações químicas complexas, o brilho do conteúdo gerado pela IA depende de algoritmos sofisticados — cujo controle permanece nas mãos de quem cria.
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