Steven Spielberg, responsável por clássicos como Jurassic Park e O Resgate do Soldado Ryan, apresentou à Activision uma proposta para dirigir a adaptação cinematográfica da série Call of Duty. Segundo informações publicadas pelo portal norte-americano Puck, o estúdio de jogos recusou a oferta do cineasta e optou por fechar acordo com a Paramount, garantindo maior controle criativo sobre o projeto.
Exigências de Spielberg travam negociação
A apresentação foi conduzida pela Amblin Partners, produtora de Spielberg, com participação do executivo Jimmy Horowitz, da Universal. De acordo com as fontes, o cineasta pretendia assumir o comando completo do longa-metragem, estabelecendo condições como:
- Pagamento elevado em comparação ao padrão de diretores de Hollywood;
- Direito de final cut (montagem final inviolável);
- Poder decisório sobre produção, marketing e distribuição.
Internamente, a Activision considerou que ceder tamanha autonomia poderia comprometer a identidade da franquia, avaliada em bilhões de dólares e hoje sob a tutela da Microsoft. A empresa buscava participação ativa em todos os estágios, especialmente para preservar a coerência com o universo dos jogos e evitar riscos à marca.
Parceria com Paramount garante controle à Activision
Com a negativa a Spielberg, a dona de Call of Duty aceitou a proposta de David Ellison, que lidera a Skydance Media e recentemente concluiu fusão com a Paramount Global. A oferta prevê coprodução entre estúdio e publisher, mantendo a Activision envolvida em roteiro, escolha de elenco e estratégia de lançamento.
Até o momento, nenhum roteirista ou diretor foi anunciado. Embora a Paramount ainda possa revisitar o nome de Spielberg, profissionais do setor apontam que as exigências criativas permanecem o principal obstáculo. Caso um acordo adicional não seja alcançado, o filme seguirá em busca de um comandante que aceite parâmetros semelhantes aos firmados entre estúdio e empresa de jogos.
Por que a recusa chama atenção
Spielberg soma nove indicações ao Oscar de Melhor Diretor — com vitórias por O Resgate do Soldado Ryan e A Lista de Schindler — e detém a maior bilheteria acumulada entre diretores da história. Sua experiência em dramas de guerra, gênero que inspira as primeiras edições de Call of Duty, parecia compatível com o projeto.
Além do currículo no cinema, o cineasta tem ligação direta com o universo dos games: ele idealizou a franquia Medal of Honor, lançada em 1999, e é citado por desenvolvedores como influência determinante para a popularização de jogos de tiro históricos. Relatórios do setor indicam que Spielberg continua ativo como jogador e já elogiou publicamente a série da Activision.
Adaptações de jogos sob escrutínio
O histórico irregular de filmes baseados em games reforça a cautela dos detentores de propriedades intelectuais. Especialistas lembram que títulos como Uncharted e Warcraft tiveram resultados comerciais positivos, mas críticas moderadas; já Sonic e The Last of Us provaram que a fidelidade ao material original pode atrair público e elogios.

Imagem: Internet
Segundo analistas de mercado, a Activision visa replicar o modelo de parceria de sucesso entre a Nintendo e a Illumination para Super Mario Bros. – O Filme, no qual a empresa de jogos participou de todas as decisões chave. A recusa a Spielberg, portanto, revela a estratégia de não delegar o futuro da franquia a um único criador, mesmo que consagrado.
Impacto para fãs e indústria
Para o público, a decisão adia o sonho de ver uma superprodução bélica dirigida por um dos nomes mais premiados de Hollywood. Para o setor, o episódio reforça a tendência de publishers exigirem voz ativa em adaptações multimídia, evitando distorções que possam afetar vendas de jogos, produtos licenciados e competições de e-sports.
Caso a produção avance dentro do cronograma estimado pelos executivos, o longa poderá chegar aos cinemas no fim desta década, coincidindo com novas gerações de consoles e atualizações do próprio Call of Duty. A consolidação de filmes baseados em franquias de sucesso também influencia negociações futuras, como possíveis adaptações de Grand Theft Auto ou Red Dead Redemption, que seguem sem confirmação.
Curiosidade
Pouca gente sabe, mas antes de fundar a Infinity Ward — estúdio criador de Call of Duty — parte de sua equipe trabalhou em títulos da série Medal of Honor, concebida por Spielberg. Ou seja, a recusa de hoje fecha, temporariamente, um ciclo que começou há mais de duas décadas, quando o diretor inspirou os primeiros shooters de Segunda Guerra a conquistarem o mercado.
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