Filme “A Própria Carne” leva horror psicológico da Guerra do Paraguai aos cinemas

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“A Própria Carne” chega às salas de exibição na véspera do Halloween com a proposta de explorar o terror psicológico ambientado no fim da Guerra do Paraguai (1864-1870). O longa, dirigido por Ian SBF e produzido pela Neebla em parceria com a Nonsense Creations, marca a estreia do selo Jovem Nerd no circuito cinematográfico de horror histórico.

Enredo mergulha na paranoia pós-batalha

A trama se passa em 1870, nos momentos finais do conflito sul-americano. Três soldados desertores – interpretados por Jorge Guerreiro, George Sauma e Pierri Baitelli – abandonam o campo de batalha em busca de sobrevivência. Exaustos e traumatizados, eles encontram abrigo em uma fazenda isolada na região de fronteira.

No local, o grupo é recebido por um fazendeiro de comportamento enigmático (Luiz Carlos Persy) e por uma jovem de poucas palavras, interpretada por Jade Mascarenhas. O ambiente, inicialmente percebido como refúgio, logo se revela carregado de segredos e desconfianças. A narrativa se desenrola em espaço restrito, com diálogos extensos que constroem uma atmosfera de tensão crescente. Segundo a equipe criativa, a escolha por longas conversas e poucos cenários foi intencional para intensificar o sentimento de claustrofobia.

Ao priorizar a suspeita entre os personagens, o roteiro evita sustos fáceis e adota um formato de suspense psicológico. Quando o horror assume contornos físicos, cenas de violência direta reforçam o contraste entre a quietude inicial e o choque posterior. A direção de Ian SBF alonga o tempo de reação dos personagens, recurso que amplia o desconforto do público durante momentos-chave.

Produção reforça mercado de terror nacional

Além de Ian SBF, o roteiro leva as assinaturas de Alexandre Ottoni e Deive Pazos, com colaboração de Leonel Caldela. O trio é conhecido pela criação de conteúdos multimídia no Jovem Nerd, plataforma que expande sua atuação com este projeto cinematográfico. O elenco reúne nomes experientes do teatro e da televisão, ampliando a visibilidade do gênero de terror dentro do cinema brasileiro.

Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o número de longas de terror produzidos no Brasil tem crescido desde 2018. Títulos como “O Animal Cordial” (2018) e “Morto Não Fala” (2019) demonstraram que o público doméstico vem respondendo positivamente às produções de gênero. Especialistas apontam que “A Própria Carne” se insere nessa tendência ao combinar temática histórica com suspense psicológico, aspecto ainda pouco explorado no país.

A obra também chama atenção pelo contexto de produção independente, reforçando a participação de coletivos criativos fora dos grandes estúdios. A estratégia envolve lançamento próximo ao Halloween, período em que o interesse por filmes de terror aumenta globalmente. Distribuidoras nacionais veem nesse calendário uma oportunidade para alcançar plateias além do circuito tradicional.

Impacto para o espectador e para o setor

Para o público, “A Própria Carne” oferece uma experiência que se distancia dos efeitos especiais de grande escala e se aproxima do terror de origem dramática. O foco no estado psicológico dos personagens pode atrair espectadores interessados em narrativas de alta tensão e poucos cenários. No mercado, o projeto evidencia a viabilidade de produções de baixo orçamento que apostam em roteiro e ambientação histórica como diferenciais competitivos.

Profissionais do setor avaliam que o filme poderá estimular roteiristas a explorarem eventos nacionais como pontos de partida para novas histórias de horror. Ao reconstituir um conflito do século XIX, a obra também pode despertar curiosidade sobre episódios menos retratados da história brasileira em linguagem cinematográfica.

Quem acompanha o crescimento do gênero no país pode conferir outras reportagens da editoria de entretenimento em Remanso Notícias, onde analisamos lançamentos e tendências do mercado audiovisual.

Curiosidade

A Guerra do Paraguai, cenário de fundo do filme, foi o maior conflito armado da América do Sul e envolveu Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Relatos históricos indicam que a região de fronteira apresentada em “A Própria Carne” abrigou fazendas abandonadas durante a retirada de tropas, circunstância que inspirou o isolamento retratado na trama. O longa utiliza elementos como utensílios de época e iluminação à lamparina para reforçar a imersão no período, recurso cada vez mais valorizado em reconstruções históricas de terror.

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