Manter a climatização da casa sem inflar a conta de energia é possível com ajustes simples no termostato. Especialistas em sistemas HVAC, técnicos de inspeção residencial e o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) convergem em recomendações objetivas que priorizam eficiência e economia, sem comprometer o conforto.
Temperaturas ideais para o verão
No período mais quente do ano, o termostato deve ficar entre 75 °F e 78 °F (24 °C a 26 °C) quando a residência está ocupada, indicam profissionais como Mahlie Dukes, proprietário da franquia WIN Home Inspection. Ao sair ou dormir, o ajuste pode subir para 80 °F (27 °C). O DOE sugere 78 °F (26 °C) durante o dia, 82 °F (28 °C) enquanto se dorme e 85 °F (29 °C) na ausência de moradores.
A orientação leva em conta a capacidade limitada dos aparelhos: condicionadores de ar normalmente resfriam até 15 °F a 20 °F (8 °C a 11 °C) abaixo da temperatura externa. Definir números muito baixos faz o equipamento operar continuamente, sem ganho real de conforto. Além disso, portas e janelas mal vedadas, ou isolamento térmico deficiente, obrigam o compressor a trabalhar mais tempo, elevando o consumo.
Configurações recomendadas no inverno
Quando o clima esfria, a meta é 68 °F (20 °C) com pessoas em casa e entre 60 °F e 65 °F (16 °C a 18 °C) à noite ou na ausência dos moradores. O DOE calcula que reduzir o termostato de 7 °F a 10 °F por oito horas diárias gera economia anual de até 10 % em aquecimento e resfriamento. O técnico Tyler Picard defende mudanças menores, de quatro graus, para evitar que o sistema trabalhe em excesso ao retomar a temperatura inicial.
Vale conhecer a potência do equipamento: se a casa não atinge o valor programado, o sistema pode estar dimensionado de forma incorreta. Nessas situações, ajustes moderados reduzem o desgaste mecânico e evitam desperdício.
Erros comuns e como evitá-los
A prática de definir uma temperatura mais baixa (ou alta) que o desejado, imaginando acelerar o resfriamento ou aquecimento, é ineficaz. A maioria dos HVAC opera apenas com os modos ligar e desligar, portanto atingir 70 °F não será mais rápido se o termostato for colocado em 65 °F; em vez disso, haverá sobra de frio ou calor e gastos adicionais.
Outro ponto crítico é a localização do termostato. Instalar o aparelho em paredes externas, cozinhas ou banheiros expõe o sensor a variações de temperatura e umidade, resultando em leituras imprecisas. A recomendação é posicioná-lo numa parede interna, preferencialmente na sala de estar. Modelos que aceitam sensores remotos podem equilibrar melhor a climatização em quartos e outros ambientes.

Manutenção e melhorias estruturais
A inspeção anual por um profissional qualificado remove acúmulos que reduzem a eficiência em até 10 %, segundo Picard. Se houver intenção de substituir o HVAC, é a oportunidade para confirmar se o novo sistema atende ao tamanho do imóvel. Investir em isolamento adequado, especialmente no sótão, impede a fuga de energia e evita que o aparelho opere em sobrecarga.
Medidas simples complementam o uso correto do termostato: fechar persianas nas horas de maior incidência solar, apagar lâmpadas desnecessárias e manter portas ou janelas vedadas fortalecem o controle climático e aliviam o orçamento doméstico.
Responsabilidade individual e atenção aos detalhes técnicos permitem reduzir gastos sem depender de subsídios ou intervenções externas. Ajustar o termostato dentro das faixas recomendadas, cuidar da manutenção e reforçar o isolamento são passos práticos para famílias que buscam economia sustentada.
Se deseja ampliar o conhecimento sobre tecnologias que auxiliam na gestão de energia, veja outras matérias em nossa seção de Tecnologia.
Em síntese, configurar corretamente o termostato, realizar manutenção periódica e otimizar a estrutura da residência formam um conjunto eficaz para conter despesas com climatização. Aplique as recomendações, monitore os resultados e compartilhe estas orientações para que mais pessoas economizem.