São Paulo receberá, nos dias 14 e 15 de novembro de 2025, a terceira edição do Festival Luz, Câmera e Close de Música no Cinema. Promovido pela CAIXA Cultural, o encontro é totalmente gratuito e coloca a trilha sonora no centro da conversa sobre audiovisual, aproximando público, profissionais e estudantes do processo criativo que dá ritmo, emoção e identidade às produções cinematográficas.
Programação reúne painéis, exibições e debates
Idealizado e produzido pelo jornalista Paulo Bastos, o festival tem curadoria do especialista em trilhas Tony Berchmans. A abertura, na sexta-feira (14), será dedicada a uma mostra de documentários sobre grandes compositores de cinema, com apresentação de Berchmans, que contextualizará a relevância de cada obra e discutirá os métodos de criação usados pelos homenageados.
No sábado (15), o cronograma ganha novos recortes. Logo pela manhã ocorre o painel Música: Narrativas para Novas Tecnologias, conduzido pelos produtores musicais Mateus Polati e Fernando Pepe. A conversa explora como realidade virtual, jogos e plataformas de streaming vêm exigindo dinâmicas sonoras mais interativas e personalizadas.
Na sequência, o encontro O Som do Cinema – Edição e Mixagem reúne o editor João Victor dos Santos e a técnica de mixagem Guta Roim. Os convidados detalham processos de pós-produção, do design de som à masterização final, destacando como pequenas escolhas na mixagem podem alterar a percepção narrativa.
A tarde reserva o debate A Música de Cinema – Panorama Brasil, que coloca à mesa os compositores Plínio Profeta, Lucas Mancier e a produtora Dainara Toffoli. O trio analisará cenários de financiamento, desafios de distribuição de trilhas nacionais e oportunidades de exportação de obras brasileiras.
Clássico nacional encerra a programação de sábado
Um dos momentos mais aguardados é a exibição de Cidade de Deus (2002), às 18h. Após a sessão, os compositores da trilha original, Antonio Pinto e Ed Côrtes, conversam com o público sobre a construção sonora do longa-metragem indicado ao Oscar. O diretor Fernando Meirelles participa por vídeo, comentando como o diálogo entre direção e música influenciou a narrativa.
Para finalizar a noite, o compositor e instrumentista Teco Fuchs apresenta uma performance audiovisual ao lado do artista visual Diogo Marques e do violoncelista Júlio Pelloso. A apresentação, segundo o programa oficial, busca fundir projeções e música ao vivo para ilustrar, em tempo real, a criação de atmosferas sonoras no cinema.
Serviço, acesso e detalhes práticos
O 3º Festival Luz, Câmera e Close de Música no Cinema acontece na CAIXA Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111), a poucos metros da estação Sé do Metrô. A entrada é franca, com distribuição de ingressos 20 minutos antes de cada atividade. A classificação etária é de 16 anos. Informações adicionais podem ser obtidas pelo telefone (11) 3321-4400 ou nos canais oficiais da instituição.

Imagem: Leo Zimmermann
Importância crescente da trilha sonora no mercado audiovisual
Relatórios de agências de mercado indicam que o segmento de trilhas para cinema, TV, jogos e streaming movimentou, em 2024, mais de US$ 1,5 bilhão em licenciamento global. Segundo especialistas, o aumento de produções independentes e o avanço de plataformas de vídeo sob demanda impulsionaram a busca por compositores capazes de fornecer identidades sonoras originais e personalizadas.
Nesse contexto, eventos como o Luz, Câmera e Close se tornam espaço estratégico de networking e formação. A presença de profissionais experientes — entre eles vencedores de prêmios nacionais e internacionais — permite que estudantes entendam as exigências técnicas do setor, enquanto compositores já atuantes trocam experiências sobre direitos autorais, contratos e novos modelos de remuneração.
O que muda para o público e para o mercado
Para o espectador, a programação gratuita oferece oportunidade rara de compreender como cada acorde impacta a emoção de uma cena. Para quem atua ou deseja ingressar no ramo, a troca de contatos pode resultar em parcerias futuras, trilhas para curtas independentes e até convites para projetos internacionais. Além disso, a exibição comentada de Cidade de Deus promete mostrar na prática como a música ajudou a elevar o filme à lista dos maiores sucessos do cinema brasileiro contemporâneo.
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Curiosidade
O termo “cinepiano”, previsto para uma das sessões da mostra, remete aos anos 1920, quando pianistas acompanhavam filmes mudos ao vivo para reforçar emoções e efeitos de cena. Essa prática, quase centenária, inspirou técnicas modernas de improviso usadas por compositores que trabalham com interação em tempo real, como em jogos e experiências de realidade virtual.
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