Dungeon Crawler: entenda o subgênero que moldou os RPGs modernos

Jogos

Os jogos do tipo Dungeon Crawler formam um dos pilares da cultura RPG eletrônica e de mesa. Com foco na exploração de labirintos repletos de inimigos, armadilhas e tesouros, o subgênero atravessou quase cinco décadas sem perder relevância. A seguir, conheça a origem, a evolução e o impacto desse formato no mercado de games.

Raízes no papel e no computador

O conceito surgiu diretamente das mesas de role‐playing games, em especial de Dungeons & Dragons, criado em 1974. A estrutura de sessões que conduziam grupos por masmorras inspirou, em 1975, o tabuleiro Dungeon!, considerado o primeiro a transpor a experiência para um formato mais acessível.

Pouco depois, universidades norte‐americanas adaptaram essa dinâmica para terminais do sistema PLATO. Títulos como pedit5 e dnd estabeleciam, segundo registros históricos, elementos ainda presentes: salas interligadas, combate em turnos e progressão de personagem.

Consolidação nos anos 80

A década de 1980 marcou a sedimentação do gênero nos computadores domésticos. Jogos como Rogue, Wizardry, The Bard’s Tale, Ultima, Might and Magic e Dungeon Master popularizaram mecânicas como mapeamento manual, dificuldade acentuada e o clássico sistema de níveis. Especialistas atribuem a esses títulos o alicerce de grande parte dos RPGs posteriores.

Nesse período, a exploração passou a conviver com ação em tempo real. Séries como Dragon Slayer, The Tower of Druaga e Gauntlet adicionaram ritmo acelerado ao confronto, expandindo a audiência.

Inovações dos anos 90 em diante

Com a chegada de Diablo em 1996, o saque abundante e a progressão praticamente infinita tornaram‐se marca registrada. A sequência, Diablo II, consolidou o modelo de “caça ao loot” e permaneceu referência por duas décadas.

No início dos anos 2000, a FromSoftware reinterpretou o estilo. Títulos como Dark Souls e Bloodborne introduziram mundo interconectado, narrativa ambiental e dificuldade punitiva, criando uma vertente que influenciou jogos como Elden Ring.

Paralelamente, franquias tradicionais, a exemplo de The Legend of Zelda, Baldur’s Gate e Final Fantasy, incorporaram elementos de masmorra sem se prender ao formato puro. A mistura de gêneros contribuiu para a popularização do conceito entre públicos diversos.

Formatos e mecânicas variadas

O Dungeon Crawler abrange diferentes perspectivas e sistemas de combate. Jogos como Wizardry e Legend of Grimrock adotam visão em primeira pessoa e turnos. Já Diablo e Path of Exile utilizam câmera aérea e ação em tempo real.

Outra subdivisão envolve os roguelikes e roguelites, caracterizados por morte permanente e geração procedural. Exemplos incluem Hades, Dead Cells e Slay the Spire, que mescla cartas e estratégia. Há ainda títulos focados em grupo, como Divinity: Original Sin II, e produções com mundo aberto, caso de The Elder Scrolls.

Impacto no mercado e nos hábitos dos jogadores

De acordo com relatórios de vendas, franquias associadas ao gênero movimentam milhões de cópias a cada lançamento, impulsionando periféricos, serviços de assinatura e conteúdo adicional. Analistas apontam que a busca por desafios constantes e recompensas tangíveis alimenta comunidades ativas e ciclos de desenvolvimento prolongados.

Para o jogador, o formato oferece aprendizado tático contínuo, incentivo à experimentação de builds e sensação de conquista após cada etapa superada. Já para estúdios independentes, a combinação de mecânicas simples e alta rejogabilidade segue atraente, pois reduz custos e amplia o engajamento.

Na prática, compreender o legado dos Dungeon Crawlers ajuda a contextualizar tendências atuais, como o foco em mapas procedurais, o sistema de loot boxes e o design centrado em risco e recompensa. Esses elementos influenciam desde grandes produções até jogos mobile.

Curiosidade

Você sabia que o termo “roguelike” surgiu em função de Rogue, lançado em 1980? O título usava caracteres ASCII para representar itens e monstros, rodando em terminais de texto. Mesmo assim, mantinha a essência do Dungeon Crawler: combate, exploração e tesouros. Esse design minimalista, aliado à geração aleatória de fases, continua a inspirar projetos independentes até hoje.

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