10 jogos de videogame que traduzem a experiência dos RPGs de mesa

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Os role-playing games surgiram em torno de mesas, livros de regras e dados coloridos. Décadas depois, essa mesma lógica de interpretação e estratégia migrou para telas de computador e consoles. A lista a seguir reúne dez títulos que, segundo especialistas da indústria, conseguiram transportar para o ambiente digital as principais características dos RPGs de mesa, como liberdade narrativa, combate tático e consequências duradouras para cada decisão.

Adaptações que respeitam as regras originais

Baldur’s Gate 3 foi lançado em 2023 pela Larian Studios e baseia-se na quinta edição de Dungeons & Dragons. O jogo permite criar personagens detalhados, rolar dados virtuais para testes de habilidade e influenciar a história por meio de escolhas morais. Relatórios de mercado indicam que o título se consolidou como uma das maiores bilheterias do segmento de RPG para PC e consoles, evidenciando o apelo das adaptações fiéis ao material de mesa.

Inspirada no sistema Storyteller, a franquia Vampire: The Masquerade – Bloodlines mergulha o jogador numa sociedade de clãs vampíricos. A versão original chegou em 2004 e ganhou continuação anunciada para 2024. As mecânicas de diálogo, disciplina sobrenatural e manutenção do sigilo reproduzem a tensão típica do RPG de mesa, no qual quebrar a “Máscara” tem efeitos severos sobre o enredo.

Outro caso de transposição quase literal é Solasta: Crown of the Magister. Desenvolvido por estúdio independente em 2021, o jogo utiliza código aberto para emular a grade de combate de D&D, mantendo rolagens visíveis na interface. A verticalidade dos mapas, elogiada por críticos, reforça o posicionamento estratégico que jogadores costumam debater em um cenário físico.

Pathfinder: Wrath of the Righteous, lançado em 2021, adaptou as regras derivadas de D&D 3.5. O jogo apresenta rotas míticas, dezenas de classes e um gerenciamento de cruzada contra demônios, conferindo profundidade comparável às campanhas de mesa mais longas. De acordo com dados oficiais da Owlcat Games, mais de um milhão de cópias foram vendidas no primeiro ano.

Universos que migraram da folha de personagem para a tela

No universo cyberpunk de Mike Pondsmith, Cyberpunk 2077 transpôs para o formato em primeira pessoa o cenário de megacorporações e implantes cibernéticos. Lançado pela CD Projekt Red em 2020, o jogo mantém personagens clássicos, como Johnny Silverhand, e introduz sistemas de perícia semelhantes aos utilizados na ficha de personagem do RPG de mesa.

Shadowrun percorreu caminho semelhante. O título de 1993 para Super Nintendo combinou magia e tecnologia em ambiente isométrico, influenciando a trilogia Shadowrun Returns, Dragonfall e Hong Kong (2013–2015). Cada combate exige rolagens de probabilidade, tradutoras do equilíbrio entre fantasia e hacking presentes no material original.

Em 2018, a Cyanide Studio lançou Call of Cthulhu, baseado no RPG inspirado na obra de H. P. Lovecraft. O uso de testes de sanidade, investigações e múltiplos desfechos aproxima a experiência do terror cósmico narrado em campanhas de mesa. Avaliações de críticos apontam que o clima psicológico do jogo digital se mantém alinhado aos princípios do sistema Chaosium.

A franquia Warhammer 40,000 também migrou do papel para o combate em terceira pessoa. Previsto para 2024, Space Marine 2 coloca o jogador no papel do tenente Titus enfrentando hordas tirânidas. Embora mais voltado para ação direta, o título utiliza o extenso lore do jogo de mesa, com facções, equipamentos e divindades descritas em manuais originais.

Beat ’em up e fliperama com alma de RPG

Na década de 1990, a Capcom adaptou Dungeons & Dragons: Tower of Doom para arcades, seguido por Shadow over Mystara. Mesmo em formato de rolagem lateral, itens, magias e escolhas de rota ofereceram aos jogadores a sensação de avançar por masmorras como em uma sessão conduzida por mestre de jogo. A coletânea, relançada em plataformas modernas, preserva tabelas de atributos e ramificações de história.

Completando a lista, Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 amplia a experiência do primeiro jogo ao colocar o usuário como vampiro ancião na Seattle contemporânea. A dinâmica de facções, negociação política e necessidade de ocultar a existência diante dos humanos são elementos centrais do RPG de mesa que se mantêm no ambiente tridimensional.

Impacto para o jogador e para o mercado

Para o público, essas adaptações oferecem a chance de vivenciar campanhas complexas sem depender de um grupo fixo ou de longas sessões presenciais. Já para o mercado, relatórios indicam que títulos alinhados a sistemas consagrados tendem a registrar maior retenção de usuários, pois entregam profundidade mecânica e narrativa. À medida que novas ferramentas de desenvolvimento permitem simular dados, posicionamento tático e escolhas ramificadas, a tendência é que mais editoras apostem em licenças de RPG de mesa, expandindo portfólios e atingindo nichos dedicados.

Quem deseja acompanhar novidades semelhantes pode conferir a cobertura recente sobre lançamentos e análises em nossa seção de Jogos.

Curiosidade

O primeiro RPG de mesa moderno, Dungeons & Dragons, foi publicado em 1974 com apenas três livretos e poucos dados. Quase meio século depois, seus sistemas influenciam mecânicas de loot, progressão de personagem e narrativa ramificada em centenas de jogos eletrônicos. Essa transição reforça como um conjunto simples de regras pode gerar comunidades globais e indústrias multimilionárias.

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