A indústria de videogames tem recorrido cada vez mais a fatos verídicos para construir narrativas que vão além da ficção convencional. Títulos de terror baseados em acontecimentos reais conseguem aumentar a imersão e a sensação de perigo, explorando episódios históricos que ainda intrigam estudiosos. A seguir, conheça cinco produções que utilizam esse recurso para provocar medo e reflexões.
Incidente Dyatlov inspira a nevasca de Kholat
Lançado para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch, o survival horror Kholat reconstrói o misterioso acidente ocorrido nos Montes Urais, em 1959. Na ocasião, nove universitários morreram durante uma expedição de esqui, e até hoje não há consenso sobre a causa. Relatórios oficiais apontaram sinais de radiação em alguns corpos, ausência de olhos em outros e roupas inadequadas para as temperaturas extremas, sugerindo fuga repentina. No jogo, o usuário assume o papel de um investigador que retorna ao local em busca de respostas, enfrentando fenômenos sobrenaturais e hostilidade climática.
Segundo especialistas em narrativas interativas, o caso Dyatlov oferece terreno fértil para teorias conspiratórias, o que ajuda a sustentar a tensão. A desenvolvedora IMGN.PRO utilizou documentos históricos para reconstruir trilhas, relevos e condições climáticas da época, reforçando a autenticidade sem comprometer a experiência de jogo.
Zona de Exclusão é palco de Chernobylite
Disponível em múltiplas plataformas — PC, Nintendo Switch, PlayStation e Xbox — Chernobylite leva o jogador à área contaminada pela explosão da usina nuclear de Chernobyl, em 1986. O protagonista, um ex-físico, explora a Zona de Exclusão em busca da noiva desaparecida. Embora os personagens sejam fictícios, o cenário reproduz edificações, níveis de radiação e o ambiente abandonado que ainda assombra a região.
Dados oficiais indicam que a área segue restrita e monitorada por autoridades ucranianas. A Farm 51, estúdio responsável pelo título, utilizou escaneamentos 3D do local para agregar realismo. De acordo com relatórios de mercado, jogos ambientados em Chernobyl tendem a atrair público interessado em história contemporânea, ampliando a procura por conteúdo educativo sobre energia nuclear e seus riscos.
Fears to Fathom transforma relatos anônimos em capítulos interativos
O terror psicológico Fears to Fathom, disponível na Steam, adota formato episódico: cada capítulo adapta histórias enviadas por jogadores ao desenvolvedor Mukul Negi. O primeiro relato envolve um adolescente sozinho em casa, enquanto o segundo trata de uma viagem rodoviária que dá errado. Cada episódio foca em exploração e furtividade, sem uso de armas, reforçando a vulnerabilidade típica de relatos policiais.
Especialistas em segurança digital destacam que o jogo provoca discussão sobre a exposição de informações pessoais na internet. Ao basear-se em testemunhos reais, a obra convida o público a avaliar comportamentos de risco no cotidiano, conectando entretenimento e conscientização.
Hospital psiquiátrico de Volterra ressurge em The Town of Light
Ambientado no Ospedale Psichiatrico di Volterra, na Toscana, The Town of Light retrata práticas médicas consideradas abusivas entre os séculos XIX e XX. No comando da personagem Renée, ex-paciente internada na década de 1940, o jogador revisita o prédio abandonado para reconstruir fragmentos de memória. A narrativa aborda eletrochoque, isolamento e outras medidas empregadas no passado, baseando-se em documentos públicos e depoimentos de ex-funcionários.
Segundo estudos acadêmicos sobre saúde mental, o jogo contribui para o debate ao exibir procedimentos históricos que levaram à reformulação das legislações de psiquiatria. A produtora LKA manteve a arquitetura original e fotos de época para respeitar o contexto real, ainda que a trama seja ficcional.
Murder Castle inspira Dark Pictures Anthology: The Devil in Me
O quarto capítulo da antologia da Supermassive Games coloca cinco protagonistas em uma réplica do hotel construído pelo serial killer H. H. Holmes, ativo em Chicago na década de 1890. Chamado de Murder Castle, o edifício original continha passagens secretas e armadilhas que possibilitaram dezenas de assassinatos. No jogo, disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation e Xbox, o elenco tenta escapar de câmaras de gás, alçapões e salas ocultas enquanto toma decisões que alteram o enredo.

Imagem: IMGN.PRO divulgação
Pesquisadores de criminologia apontam que Holmes foi um dos primeiros assassinos em série a ganhar notoriedade midiática, influenciando a cultura popular. O título utiliza documentos judiciais da época para compor diálogos e ambientação, intensificando o realismo.
Impacto para o jogador e para o mercado
O uso de eventos reais como pano de fundo acrescenta credibilidade, desperta curiosidade histórica e sustenta campanhas de marketing. Analistas de mercado indicam que o segmento de terror cresce 9% ao ano, impulsionado por experiências mais autênticas. Para o jogador, a principal mudança é a linha tênue entre ficção e realidade, que pode elevar a sensação de medo e fortalecer o engajamento. Já para estúdios independentes, a estratégia de basear roteiros em fatos documentados reduz custos de criação de universos ficcionais e amplia o alcance junto a públicos interessados em história ou criminologia.
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Curiosidade
Você sabia que o primeiro jogo de terror amplamente reconhecido, Haunted House (1982), foi inspirado em contos clássicos do século XIX e utilizava apenas formas geométricas para sugerir fantasmas? A evolução até títulos que reproduzem locais reais demonstra como a tecnologia permitiu sair do abstrato para o hiper-realismo, reforçando o elo entre história e medo.
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